O início
O significado básico do termo é ‘enviado’; em João 13.16 ele é usado dessa maneira. Porém dentro da Igreja Cristã emergente, o termo passou a ter um significado especializado: um posto ou uma função caracterizada por uma autoridade espiritual especial. Teve seu início com os doze discípulos que foram pessoalmente escolhidos por Jesus; após Sua ressurreição receberam o título, ‘apóstolos’ (o Iscariotes, contudo, havia perdido seu posto, deixando onze). Com a exceção de quatro versículos (Lucas 11.49, João 13.16, Atos 14.4 e 14), eu diria que todas as ocorrências do termo nos quatro Evangelhos e em Atos, em torno de trinta e cinco, referem-se a esse grupo, assim como em Gálatas 1.17, 19; 2 Pedro3.2; Judas 17 e Apocalipse 21.14. O objetivo deste estudo é examinar se o NT sinaliza quaisquer outros usos do termo.
Atos 1.13-26 registra a iniciativa de Pedro de substituir o Iscariotes. O Texto não diz que a ideia partiu de Deus; e quando eles pediram para que Deus escolhesse entre os dois candidatos, não deram a Ele a opção de rejeitar ambos. O Texto afirma que Matias foi incluído aos onze apóstolos, mas não há mais menção a seu respeito.
Paulo (outrora Saulo de Tarso) refere repetidamente a si mesmo como apóstolo: Romanos 1.1, 11.13, 1 Coríntios 1.1, 9.1,2, 15.9, 2 Coríntios 1.1, Gálatas 1.1, Efésios 1.1, Colossenses 1.1, 1 Tessalonicenses 2.6, 1 Timóteo 1.1, 2.7, 2 Timóteo 1.1, 11 e Tito 1.1. Lucas refere-se a Paulo como um apóstolo em Atos 14.4 e 14. Jesus escolheu Paulo pessoalmente, voltando do Céu para fazê-lo. Além dos onze, Paulo foi o único dos apóstolos designado pessoalmente por Jesus.
O próprio Jesus é chamado de “o Apóstolo” da nossa confissão em Hebreus 3.1. Pedro se auto declara um apóstolo em 1 Pedro 1.1 e 2 Pedro 1.1, mas é claro que ele é um dos Doze. Tiago, o meio-irmão de Jesus, tornou-se o ‘chefão’ em Jerusalém, e evidentemente foi visto como um apóstolo – 1 Coríntios 15.7 e Gálatas 1.19. Lucas refere-se a Barnabé como um apóstolo: Atos 11.4 e 14. Paulo parece referir-se a Silvano e Timóteo como apóstolos: 1 Tessalonicenses 2.6. É possível interpretar Romanos 16.7 da mesma maneira com referência a Andrônico e Júnias. Acredito que esses são os únicos mencionados nominalmente.
A discussão até este ponto foi necessária para providenciar um pano de fundo para as questões que são a razão para este estudo: tornou-se ‘apóstolo’ uma posição ou uma função estabelecidas na vida contínua da Igreja, até a volta de Cristo, e caso que sim, como pode um apóstolo ser designado ou reconhecido? Minha intenção é analisar cada versículo onde o termo é usado, e começarei por aqueles que são puramente históricos, partindo daqueles já tratados aqui.
Em 2 Coríntios 11.5 e 12.11, Paulo se compara com ‘os mais eminentes apóstolos’, que devem ser limitados aos seus contemporâneos. 1 Coríntios 9.5 também deve ser limitado aos seus contemporâneos. 1 Coríntios 15.5 e 7 referem-se a aparições físicas do Jesus ressurreto antes de sua ascensão (claramente históricas). 1 Coríntios 4.9 é um pouco diferente: “Tenho para mim que Deus tem exibido a nós, os apóstolos, por último, como condenados à morte; pois temos sido feitos espetáculo para o mundo, tanto a anjos como a homens” (ler também versículos 10-13). No contexto, Paulo se queixa da maneira em que vem sendo tratado por alguns em Corinto, mas neste versículo ele parece realmente estar culpando a Deus pelo modo como foi tratado!
Suponho que o uso da palavra ‘último’ seria uma comparação com os servos de Deus em épocas anteriores. Paulo não está falando do futuro da Igreja nesta passagem, e se tivéssemos apenas este texto como base, teríamos de concluir que ser um apóstolo não era uma boa coisa.
Chegamos agora a Lucas 11.49-51, um texto muitíssimo interessante. “Por isso a sabedoria de Deus disse também: ‘Profetas e apóstolos lhes enviarei; e eles matarão e perseguirão alguns deles’; 50 para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que foi derramado desde a fundação do mundo; 51 desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo. Sim, vos digo, será requerido desta geração.” Jesus está falando, ridicularizando os doutores da lei. Sua citação da “sabedoria de Deus” parece não ter equivalente no AT; então o que Ele queria dizer? Em 1 Coríntios 1.24, Paulo refere-se a Cristo como ‘a sabedoria de Deus’. Em Mateus 23.34 Jesus disse, “Eis que vos envio profetas”, de sorte que Ele talvez esteja se referindo a si mesmo como ‘a sabedoria de Deus’. De qualquer maneira, se “será requerido desta geração” foi cumprido em 70 dC, como suponho, então os ‘apóstolos’ aqui também são históricos.
Considerarei agora os outros textos onde a frase ‘profetas e apóstolos’ ocorre, desta vez com os termos em ordem inversa: Efésios 2.20 e 3.5 e Apocalipse 18.20.
Efésios 2.19-22 – “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus; 20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, o próprio Jesus Cristo sendo a principal pedra de esquina; 21 em quem todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, 22 em quem também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em espírito.” A verdade que Paulo está expondo é que, em Cristo, gentios unem-se aos judeus como “concidadãos” e “membros da família de Deus”, parte de “todo o edifício”. Em que sentido pode esse “edifício” ser construído sobre “o fundamento dos apóstolos e profetas”? Presumivelmente, “profetas” representa os escritos que compõem as Escrituras do AT, ou Cânone. A Fé é baseada na Verdade revelada, não em indivíduos. De forma análoga, “apóstolos” presumivelmente representa os escritos que compõem as Escrituras do NT, ou Cânone. Novamente, a Fé é baseada na Verdade revelada, não em indivíduos. Nosso “crescimento para templo santo” (versículo 21) depende do Espírito Santo e de Sua Espada (não de indivíduos usados por Deus). Notar que Paulo menciona ‘apóstolos’ primeiro. De qualquer maneira, o termo ‘apóstolos’ aqui é histórico.
Efésios 3.1-7 – “Por esta causa eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus a favor de vós gentios -- 2 certamente tendes ouvido da dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; 3 como Ele me fez saber por revelação ‘o segredo’[i] (como já escrevi resumidamente, 4 a respeito de que, quando ledes, podeis entender a minha compreensão do segredo de Cristo), 5 o qual, em diferentes gerações, não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado por Espírito[ii] aos seus santos apóstolos e profetas: 6 a saber que os gentios são co-herdeiros, do mesmo corpo, e co-participantes da Sua promessa no Cristo pelo Evangelho; 7 do qual fui feito ministro pelo dom da graça de Deus, o dom que me foi dado segundo a operação do Seu poder.”
O uso de “agora” no versículo 5 indica que Paulo está se referindo ao Cânone do NT. Um apóstolo, ao receber uma revelação, funcionaria também como um profeta, ao passo que pessoas como Marcos e Lucas foram profetas sem terem sido apóstolos. Considero que os ‘apóstolos’ aqui são históricos.
Apocalipse 18.20 – “Alegra-te sobre ela, ó Céu, sim vós, santos e apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa contra ela!”[iii] Talvez este versículo deva ser vinculado ao 18.6-7, e nesse caso o julgamento foi pronunciado em fé. Mas quem são esses apóstolos? Entendo que “santos e apóstolos e profetas” está em aposição a “céu”, e nesse caso, quem quer que sejam, já estão no céu. Segue-se que este texto é irrelevante ao motivo para este estudo.
O vínculo
Como vínculo entre passado e presente, considerarei os dois textos que se referem a ‘falsos profetas’; são eles 2 Coríntios 11.13 e Apocalipse 2.2.
2 Coríntios 11.12-15 – “Ademais, o que eu faço seguirei fazendo, para cortar ocasião aos que buscam ocasião de serem considerados iguais a nós nas coisas em que se gloriam. 13 Tais homens são de fato falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se de ‘apóstolos de Cristo’.[iv] 14 E não é maravilha, porque o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. 15 Não é muito, pois, que os seus servos também se disfarcem de ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” É bom lembrar que nem Satanás e nem seus servos costumam aparecer com chifres e rabos. Só porque alguém ‘tem boa aparência’ não significa que é uma boa pessoa. Discernimento espiritual é necessário em todo tempo. Notar que Paulo afirma que tais pessoas são servos de Satanás, e que eles evidentemente se autodeclaravam ‘apóstolos’. Hoje em dia, aqui no Brasil, sofremos uma verdadeira praga de ‘apóstolos’ autoproclamados. Quem você acha que eles servem?
Voltando ao título deste estudo, quando é alguém um apóstolo? Em Gálatas 1.1, Paulo afirma que seu apostolado não era “da parte dos homens, nem por homem algum”, mas da parte do Pai e do Filho, ambos. O apostolado de Paulo não dependia de ordenação ou reconhecimento de homens. O que, então, dizer sobre o apostolado hoje? Em Romanos 1.1, Paulo se diz ser “apóstolo chamado”. Entendo dali que apóstolos verdadeiros não são ordenados por homens; são designados por Deus, que tem uma razão específica para isso.[v] No caso de Paulo, era para “promover obediência de fé entre todas as nações étnicas” (versículo 5). Qualquer apóstolo genuíno terá uma tarefa específica a cumprir. Embora Deus não tome de volta Seus dons (Romanos 11.29), um dom pode ser ignorado (porque a doutrina da igreja não o permite), ou negligenciado (1 Timóteo 4.14), e consequentemente abortado.
Muito pior, até mesmo um apóstolo pessoalmente escolhido por Jesus pode ser ‘rejeitado’ (1 Coríntios 9.27). Se Paulo reconhecia tal rejeição ser possível para ele, imagine então quanto aos ‘apóstolos’ autoproclamados de hoje!
Em Apocalipse 2.2, o Cristo glorificado escreve à igreja em Éfeso: “Conheço as tuas obras, sim o teu trabalho, e a tua perseverança, e que não podes sofrer os maus. E puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.” O próprio Cristo glorificado declara que há falsos apóstolos (e isso ao final do primeiro século), e que a igreja em Éfeso sabia como testá-los.[vi] Infelizmente, pelo menos do meu ponto de vista, não está escrito como o faziam, quais os critérios que usavam. Há um texto que fala dos ‘sinais de um apóstolo’, 2 Coríntios 12.12. “De fato os sinais apostólicos foram produzidos entre vós com toda a perseverança, por sinais e prodígios e milagres.”
Tanto Estevão quanto Felipe, ‘meros’ diáconos, realizaram milagres, mas evidentemente isso não os transformou em apóstolos. E também há as palavras do próprio Soberano Jesus em João 14.12. “Em verdade, em verdade,[vii] vos digo que aquele que crê para dentro de mim também fará as obras que eu faço, e fará inclusive maiores do que estas,[viii] porque eu vou para meu Pai.”
Essa é uma afirmação tremenda, e nem um pouco desconcertante. Notar que o Senhor disse, “fará”; não ‘talvez’, ‘quem sabe’, ‘se você tiver vontade’; e certamente não ‘se a doutrina da sua igreja assim permitir’! Se você crê, fará! O verbo ‘crer’ está no tempo presente, na segunda pessoa singular; se você (singular) está crendo, você fará; portanto se você não está fazendo é porque não está crendo. 2 + 2 = 4. Fazer o que? “As obras que eu faço”. Bem, Jesus pregava o Evangelho, ensinava, expulsava demônios, curava todos os tipos e tamanhos de enfermidades e doenças, ocasionalmente ressuscitava um morto, e operou uma variedade de milagres (transformou água em vinho, andou sobre as águas, parou uma tempestade instantaneamente, transportou um barco por vários quilômetros instantaneamente, multiplicou alimento, secou uma árvore – e deixou entender que os discípulos deveriam ter parado a tempestade e multiplicado o alimento, e afirmou que poderiam secar uma árvore [Pedro chegou a dar uns passos sobre a água].
E nós então? Conseguimos lidar com o pregar e o ensinar, mas e o resto? Certa feita ouvi o presidente de uma faculdade evangélica afirmar que esse versículo obviamente não poderia ser verdade porque nada do que ele descrevia estava acontecendo! Bem, de acordo com sua própria experiência e a de seus associados (cessacionistas todos), nada estava acontecendo, de fato. Contudo, muitas pessoas hoje em dia expulsam demônios e curam. Eu pessoalmente conheço uma pessoa que ressuscitou um morto. Milagres também estão acontecendo. E quanto a mim, então? E você? Mas voltando aos ‘sinais de um apóstolo’, se todos nós temos a incumbência de operar milagres, isso não faz de nós todos apóstolos, e portanto deve haver mais critérios (favor de notar que escrevo ‘mais’, não estou negando os ‘sinais’).
Sugiro que havemos de levar em consideração a questão de autoridade espiritual, e gostaria de começar com 2 Coríntios 10.8 e 13.10. Em 10.8, lemos: “Ainda que eu me glorie um pouco em demasia da nossa autoridade, a qual o Senhor nos deu para edificação, não para vossa destruição, ...” E em 13.10: “Portanto, escrevo estas coisas estando ausente, para que, estando presente, não tenha de usar de severidade, segundo a autoridade que o Senhor me deu, para edificação e não para destruição”. Em ambos versículos Paulo afirma que a autoridade é para a edificação, não para a destruição, embora sua menção do uso de severidade indique que isso pode fazer parte do processo, de acordo com as circunstâncias. (Aliás, em pelo menos duas ocasiões Paulo chegou ao ponto de entregar alguém a Satanás! – 1 Coríntios 5.5 e 1 Timóteo 1.20.)
Não é o que devemos entender a partir de 1 Timóteo 1.3? “Você se lembra, quando parti para a Macedônia, que insisti em que ficasses em Éfeso, para mandares a alguns parar de ensinar uma doutrina diferente...” Ora, a igreja estava bem estabelecida em Éfeso, mas ainda assim Timóteo tinha autoridade para comandar; entendo que Paulo tenha o designado como seu representante. E quanto a 1 Timóteo 5.19-20? “Não aceites acusação contra um presbítero, senão com duas ou três testemunhas. 20 Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor”. Evidentemente, Timóteo tinha autoridade sobre os presbíteros, tendo competência para corrigi-los em público.
Agora consideremos Jeremias 1.10 – “Veja, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e para derrubares, para destruíres e para arruinares, para edificares e para plantares.” É claro que isso deu-se antes do tempo da Igreja, mas há um princípio aqui que permanece válido. Se você faz planos de construir em um terreno repleto de ruínas e pedregulho, por onde você começa? É necessário remover os destroços. Se Deus te enviasse à igreja em Laodiceia (Apocalipse 3.14-19) para tentar endireitar as coisas, por onde você teria de começar? Talvez você teria que depor os líderes, além de denunciar seus erros. Presumivelmente também, você teria de ter como estabelecer sua autoridade sobre eles. No caso de Timóteo, foi provavelmente Paulo que cuidou disso.
Algo semelhante aconteceu com Tito; consideremos: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restavam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como eu te mandei” (1.5). “Porque deveras há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão, aos quais convém tapar a boca” (1.10-11). “Fala destas coisas, quer exortando ou repreendendo, com toda a autoridade” (2.15). Se o papel de Tito era de ordenar presbíteros, evidentemente ele tinha autoridade sobre eles. E para fazer calar os rebeldes evidentemente requer autoridade. Agora, pode alguém imaginar que tais situações, que requereriam autoridade apostólica, deixaram de existir em 100 dC? Ora, a história registra um sem fim de tais situações, e coisas até piores, através dos séculos e milênios. Nos nossos dias, o nível de perversidade nas igrejas é tamanho que nem sei como Deus pode aguentar o mau cheiro! Precisamos, desesperadamente, de pessoas com autoridade apostólica prontas para entrar em ação.
Mas voltando ao Texto, consideremos Efésios 4.11-13. “Sim, Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres[ix], 12 visando o equipamento dos santos para a obra do ministério, a fim de edificar o corpo de Cristo; 13 até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem completo, à medida da estatura completa de Cristo.” Se os versículos 12 e 13 ainda estão sendo trabalhados, então apóstolos, etc. ainda são necessários. O versículo 13 enfatiza a verdade no 12 – todo aquele que crê deve crescer à medida de estatura completa. O fato de não alcançarmos tal objetivo não faz dele inválido. Eu diria que uma das principais causas da situação espiritual lamentável da maioria das igrejas é a falta total da função apostólica no nosso meio – itinerante, agindo como emissário especial de Deus, um interventor, com o propósito de disciplinar e corrigir. A ideia/doutrina da ‘ética cristã’, pela qual não se deve criticar o vizinho, foi obviamente bolada com o propósito de calar qualquer voz profética. A sua função é proteger o erro.
Consideremos agora 1 Coríntios 12.27-31. “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular. 28 E os que Deus colocou na Igreja são: em primeiro lugar apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres; depois milagres, e então presentes de curas, socorros, administrações, tipos de línguas. 29 Nem todos são apóstolos, são? Nem todos são profetas, são? Nem todos são mestres, são? Nem todos são operadores de milagres, são? 30 Nem todos têm presentes de curas, têm? Nem todos falam línguas, falam? Nem todos interpretam, interpretam?[x] 31 Portanto, procurai com zelo os melhores dons.”
É importante observarmos que a terminologia aqui é claramente hierárquica. ‘1o , 2o , 3o , depois, então, ...’ (listas parecidas em outros lugares não possuem essa terminologia) [o Reino de Deus não é uma democracia]. Em seguida, se Deus ordenou tais funções, deve haver uma boa razão para isso, e ao deliberadamente excluí-las caminhamos ao contrário da vontade de Deus. Aqui no Brasil, com poucas exceções, não há lugar para um verdadeiro mestre nas igrejas; eles simplesmente não são tolerados. As consequências não são bonitas.
Presumivelmente, até mesmo o ‘cessacionista’ mais ardente admitirá que ainda pode-se encontrar “mestres”, “socorros” e “administradores”. Mas esta carta foi escrita por volta de 55 dC, época em que a Igreja já existia fazia algum tempo. Por que Deus “ordenaria na Igreja” coisas que seriam extinguidas em poucas décadas. Se milagres “seguem” mestres, como afirmar que não existem mais milagres se ainda há mestres? Recebemos a ordem de “procurar com zelo os melhores dons”; então quais são eles? Presumo que seja aqueles no topo da lista hierárquica. Por que Deus ordenaria que buscássemos com zelo um dom como apostolado, se Ele tinha a intenção de acabar com ele no fim do primeiro século? Nesse caso, tal ordem não teria nenhum sentido durante os últimos 1900 anos!
O presente
Em algum momento ouvi o seguinte: o ‘status quo’ é latim para ‘a bagunça na qual nos encontramos’. Seja em latim ou português, imagino que a maioria de nós pode concordar que o mundo anda mal, e em parte isso é porque a Igreja anda mal. De forma geral, os ‘Cristãos’ deixaram de ser sal e luz na cultura em que se encontram (Mateus 5.13-16); eles se tornaram parte do problema ao invés de parte da solução. Como já opinei, a situação espiritual lamentável da maioria das igrejas é resultado direto da falta do papel apostólico no nosso meio. Creio que tal ‘falta’ teve início bem cedo.
Nos escritos dos ‘pais da igreja’ que chegaram até nós, parece não haver menção de ‘apóstolos’ após o primeiro século. Já no segundo século, entrou o conceito de ‘bispo’ como um presbítero com autoridade sobre outros presbíteros em determinada área – portanto um ‘bispo’ poderia exercer a função apostólica dentro de sua área (mas muitas das vezes o bispo se tornou parte do problema, uma vez que não eram designados por Deus). Não demorou muito para o ‘bispo de Roma’ começar a reivindicar autoridade sobre outros ‘bispos’, e depois surgiram ‘arcebispos’, e assim por diante. Se estou correto na minha definição da função apostólica como alguém que ‘age como um emissário especial de Deus, um interventor, com o propósito de disciplinar e corrigir’, e se houve uma falta geral dessa função durante 1900 anos, então não devemos nos surpreender com o ‘status quo’.
Nos dias de hoje temos denominações, caracterizadas por diferentes ‘pacotes’ doutrinários e de procedimento, e as divisões que partem dessas denominações parecem não ter fim. Aqui no Brasil temos pelo menos cinco denominações ‘Batistas’, quatro ‘Presbiterianas’ e um sem número de ‘Assembleias de Deus’, além de um número grande de ‘independentes’. Temos, literalmente, milhares de ‘apóstolos’ autoproclamados; em todo lugar que vamos há um ‘ministério apostólico’. É um egoísmo generalizado; ninguém quer ser deixado para trás ou parecer inferior ao seu vizinho. Estão todos construindo seu próprio império, tosquiando as ovelhas no processo. Não conheço nenhum seminário teológico neste pais que ensine o seminarista como estudar a Bíblia, e menos ainda como expô-la; sermões expositivos são praticamente inexistentes. Como consequência, a variedade de estupidezes abjetas promulgadas dos púlpitos parece não ter fim, prejudicando cada vez mais a vida dos ouvintes. Não conheço nenhuma denominação aqui onde o Texto bíblico tem autoridade objetiva.
Mas a coisa fica pior. Pasmem, temos ‘apóstolos’ autoproclamados que pontificam: “Sou um apóstolo no mesmo nível de Pedro ou Paulo, e então posso discordar deles; posso mudar o que a Bíblia diz”. E é o que fazem; rejeitam ensinamentos bíblicos claros e impõem suas próprias ideias sobre seu rebanho. Deve ficar claro a todo súdito verdadeiro do Soberano Jesus que tais ‘apóstolos’ estão a serviço de Satanás. Já vimos em Efésios 2.20, que o casa de Deus é “edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, o próprio Jesus Cristo sendo a principal pedra de esquina.” 1 Coríntios 3.11 diz que “ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”. E Apocalipse 21.14 nos informa que a os fundamentos da nova Jerusalém são “os doze apóstolos do Cordeiro”. Nenhum mero ‘apóstolo’ autoproclamado dos dias de hoje é competente para alterar o Texto Sagrado – eles claramente não creem no que o Cristo glorificado disse em Apocalipse 22.18-19.
Para aqueles que buscam compromisso total com Cristo e Seu Reino, a pergunta seguinte é obvia e necessária: O que pode ser feito para remediar, corrigir a realidade calamitosa que acabei de descrever? Devemos clamar a Deus para que Ele levante verdadeiros apóstolos; mais aí nos deparamos com outra questão: Com um apóstolo pode ser reconhecido, e como pode ele estabelecer sua autoridade para que possa trazer as mudanças necessárias em situações atuais? Vejo apenas uma maneira, o uso de poder espiritual; e esse poder deve ser usado para a remoção dos destroços antes de ser usado para construir. Vejo uma diferença entre profeta e apóstolo neste contexto: o profeta adverte, o apóstolo inflige. Em Atos 5 Pedro simplesmente executou Ananias e Safira, sem advertência ou chance de arrependimento. Em Atos 13 Paulo infligiu cegueira sobre o feiticeiro Elimas, novamente sem aviso.
É obvio que qualquer pessoa que passa a agir dessa maneira será, prontamente, declarada “inimigo público numero 1”. Todo e qualquer líder a serviço de Satanás fará tudo a seu alcance para eliminar um verdadeiro apóstolo, por causa da ameaça a sua pessoa e à estrutura perversa que criaram e mantém. Vai ser pura guerra. Vem à mente 1 Coríntios 4.11-13 – “Até esta presente hora sofremos fome e sede; estamos maltrapilhos e estamos sendo tratados brutalmente, e não temos residência certa; 12 e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Ao sermos injuriados, bendizemos; ao sermos perseguidos, suportamos; 13 ao sermos caluniados, exortamos; até ao presente temos sido tratados como o lixo do mundo, como a escória de tudo”. E agora, quantos da praga de ‘apóstolos’ autodeclarados de nossos dias manteriam sua fachada se tivessem que passar pelas circunstâncias descritas acima? Certamente fugiriam e se esconderiam.
Precisamos entender o que Paulo diz aqui. Ser desprezado e criticado por crentes no meio dos quais temos trabalhado é uma coisa. Pessoas locais com ambições pessoais sabem como fazer isso. Que Deus nos faça “como o lixo do mundo” é algo totalmente diferente. Como deveríamos entender isso? Se insistirmos em proclamar um ‘evangelho’ que o mundo considera estúpido, loucura, certamente seremos ridicularizados. Mas se insistimos em valores bíblicos que o mundo já declarou serem ‘crimes de ódio’, certamente seremos odiados e perseguidos, tratados como lixo. A escolha de Hebreus 13.13 está diante de nós: “Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério”. Esse texto se aplica a qualquer súdito verdadeiro do Soberano Jesus, mas qualquer apóstolo verdadeiro se tornará também alvo da fúria total dos líderes religiosos. Resumindo, ser um apóstolo não é para os pusilânimes.
Por favor, considere agora 2 Tessalonicenses 2.8-12, principalmente os versículos 10 e 11. “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; 9 a esse cuja vinda é segundo a atuação de Satanás, com todo poder e sinais e prodígios de mentira, 10 e com todo o engano iníquo entre os que se desperdiçam, porque não receberam o amor à verdade[xi] para que pudessem ser salvos.[xii] 11 Sim, por causa disso Deus lhes enviará um engano atuante, para que creiam a mentira,[xiii] 12 e para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade”.[xiv] Perceba a sequência: primeiro rejeitam o amor à verdade; é como consequência dessa escolha que Deus lhes envia o engano atuante. A ideia implícita é que existe um ponto sem mais retorno; Deus envia o engano para que sejam condenados. A única escolha inteligente é se agarrar à verdade!
Reflita comigo nas consequências dos fatos enunciados nos versículos 10-12 para uma nação inteira, como o Brasil. Temos muitos milhares de igrejas locais que se consideram cristãs. Contudo, sei de quase nenhuma delas que se caracteriza pelo ‘amor à verdade’. Nenhuma delas quer uma Bíblia de autoridade objetiva. Valores humanistas, relativistas e materialistas já tomaram conta das igrejas. Os valores bíblicos não são mais aceitos. Como consequência, Satanás tem o controle do governo, da educação, da saúde, do comércio, da indústria do entretenimento; em resumo, de toda a cultura. As igrejas que rejeitaram os valores bíblicos fazem parte do problema – uma vez que rejeitaram “o amor à verdade”, foram tomadas pelo “engano atuante”.
Notar que o próprio Deus envia esse engano com o objetivo declarado de condenar todos aqueles que creram na mentira. Se o próprio Deus envia “engano atuante” a um pais inteiro, que saída pode existir? O único ‘remédio’ possível é o “amor à verdade”. Aqueles entre nós que se consideram verdadeiros súditos do Soberano Jesus precisam apelar a Ele para que nos mostre como promover o amor à verdade às igrejas e à sociedade em geral. Talvez seja tarde demais aqui no Brasil, mas se a graça de Deus ainda nos oferecer uma janela de oportunidade, devemos nos devotar a promover o amor à verdade de todas as maneiras possíveis. Eu creio que a maneira mais eficiente seria através do exercício da função apostólica em níveis diversos, tais como: em congregações locais, em denominações inteiras, e nos vários níveis do governo civil. Querido Deus, por favor, envia-nos apóstolos!
Fonte: <http://prunch.net/documentation/PORTUGUESE/003-Topicos_Bi blicos_E_Doutrinarios/Quando%20 %C3%A9%20algu%C3%A9m%20um%20 'apostolo'.pdf>
NOTAS:
[i] Considero ‘segredo’ uma tradução melhor do que ‘mistério’. A verdade sobre a Igreja não é tão misteriosa assim; ela apenas não havia sido explicada antes.
[ii] Não havendo um artigo definido antes de ‘espírito’, pode tanto significar ‘por Espírito’ (nome próprio) ou ‘em espírito’ (referindo-se à maneira). Ambos são verdadeiros e legítimos, mas optei pela primeira opção na tradução.
[iii] Ao invés de “santos e apóstolos”, uma minoria pequena dos manuscritos gregos apresenta “santos apóstolos”, como na Antiga Almeida.
[iv] Sempre tem havido os que querem ‘pegar carona’, viajar de graça; os que mercadejam coisas espirituais visando vantagem pessoal e temporal. Como tais pessoas só causam dano, o intuito de Paulo de desmascará-los brota de sua preocupação com o bemestar dos Coríntios.
[v] Segue-se que não existe ‘sucessão apostólica’, já que um apóstolo não é ordenado por homens. Só existe sucessão ‘discipúlica’.
[vi] Será que não fica subentendido aqui que existiam também apóstolos genuínos? Se não existia tal coisa como apóstolo, não poderia haver candidatos, e portanto não haveria necessidade de critérios. Quando João escreveu isto ele era o último sobrevivente dos Doze (Paulo também havia morrido), e ele próprio estava perto da morte
[vii] “Em verdade, em verdade” traduz “amém, amém”. Somente João registra a palavra repetida, nos outros Evangelhos encontramos apenas “amém”. Na literatura daquela época não encontramos mais ninguém usando este termo dessa maneira. Parece que Jesus criou seu próprio uso, e o objetivo parece ser de chamar atenção para um pronunciamento importante: “Pare e escute!” O termo frequentemente precede uma declaração formal de doutrina ou princípio, como no caso aqui.
[viii] Bem, se expulsamos demônios, curamos e operamos milagres, isso não é o suficiente? Jesus quer mais, Ele quer “coisas maiores” do que aquelas já mencionadas. Notar mais uma vez que Ele disse “fará”, não talvez, quem sabe, ou se a igreja permitir. Mas o que poderia ser ‘maior’ que milagres? Ele não pode estar se referindo à tecnologia moderna, pois nesse caso tais ‘coisas maiores’ não teriam sido possíveis para os crentes durante os primeiros 1900 anos. Perceba que a chave está na afirmação final do Senhor (versículo 12), “porque eu vou para meu Pai”. Somente se vencesse poderia Jesus voltar para o Pai, portanto aqui Ele declara Sua vitória antes do fato. É com base nessa vitória que as “coisas maiores” podem ser feitas. Então, o que são essas coisas ‘maiores’? Minha resposta encontra-se no esboço, “Guerra Espiritual Bíblica”, disponível no meu site, www.prunch.org.
[ix] Alguém poderia imaginar que essa lista segue a sequência cronológica dos diversos ministérios. Um apóstolo introduz o Evangelho a uma determinada área ou contexto; um profeta chama a atenção das pessoas e o evangelista insta para que creiam; mas uma vez que as pessoas são regeneradas, então pastores e mestres tomam a frente – é o papel deles equipar os santos. Contudo, na prática, especialmente em uma situação de pioneirismo missionário, raramente existem todas essas pessoas à mão. O missionário prega o Evangelho e depende dele ensinar os primeiros convertidos; ele se encontra sozinho. Um missionário pioneiro, o primeiro a introduzir o Evangelho a um grupo étnico ou a uma área, tem uma função apostólica (quer ele mesmo seja ou não um apóstolo). Mas também é obrigado a exercer a função de evangelista e de mestre (tendo ele ou não tais dons).
Contudo, a maioria de nós mora e trabalha onde há congregações estabelecidas e funcionais. Então, qual seria a função de um apóstolo dentro de uma congregação já estabelecida e funcionando? Se ele mora e congrega naquela comunidade, talvez nenhuma, nesse papel específico – ele poderia atuar como mestre ou profeta. Em um país, ou numa área, onde não há mais nenhum trabalho missionário pioneiro a ser realizado, o exercício da função apostólica seria itinerante, no papel de emissário especial de Deus, um interventor, com o propósito de disciplinar e corrigir.
Quanto ao evangelista, qual seria sua função em uma congregação estabelecida? Bem, você tem como evangelizar alguém já regenerado? Evidentemente, a função do evangelista se direciona ao não crente, aos que não fazem parte da congregação (embora em alguns casos façam). É claro que um evangelista também poderia funcionar como um pastor ou mestre. Um verdadeiro evangelista atuará além dos limites da congregação local.
Quanto à função profética, vou tratar da questão de revelação sobrenatural de informação não disponível através dos canais existentes. (1 Coríntios 14.3 fala de ‘edificação’, ‘exortação’ e ‘conforto’ como partindo de um profeta, porém não abordarei tais atividades aqui.) Entendemos que o Cânone das Escrituras está completo; Deus não dá mais nenhuma revelação escrita que seja de aplicação geral ou universal. Mas isso não significa que Deus não fale em situações específicas. Direção divina é um tipo de profecia onde Ele está fornecendo informação não disponível em outro lugar. Eu mesmo já recebi uma profecia de uma pessoa, fora do contexto da congregação local, que não fazia ideia de quem eu era. A função de um profeta verdadeiro não pode ser limitada a uma só congregação. Em verdade, Deus pode usar um profeta em nível de cidade, de estado, ou de país. O nosso mundo precisa de vozes proféticas desesperadamente.
Um mestre normalmente reside em uma comunidade especifica, mas seu ministério pode se estender além dela. A função de um pastor é local, da mesma forma que sua ordenação é local. É comum encontrarmos alguém de coração pastoral que não é um bom mestre, ao mesmo tempo em que um bom mestre nem sempre tem um coração pastoral. As funções devem ser complementares, e o objetivo é envolver todo crente verdadeiro no ministério. A vida em Cristo não é de espectadores como nos eventos esportivos!
[x] A gramática Grega nos versículos 29 e 30 é clara: nenhum dom é dado a todos – nem todos são apóstolos e nem todos falam em línguas. As igrejas que ensinam que falar em línguas é sinal necessário de um ‘batizado no Espírito’ (e até você ser ‘batizado’ você é um cidadão de 2a classe, quem diria até mesmo um cidadão) já causaram danos drásticos a seus membros. Uma vez que o Espírito Santo não dá ‘línguas’ para todos, aqueles que não o recebem ficam de fora. Porém, a pressão social é intolerável, e muitos acabam fingindo que falam. Já que muitos dos líderes também estão fingindo, o problema social está resolvido; ninguém fica de fora. Mas como Satanás é a fonte de toda mentira, alguém que finge falar em línguas vive uma vida de mentiras e convida Satanás para dentro de sua vida. Já estive em muitas igrejas Pentecostais, neo-Pentecostais, carismáticas, ou como queira, e ouvi milhares pessoas ‘falarem em línguas’ – a grande maioria estava fingindo, enquanto uns poucos falavam uma língua verdadeira, porém sob controle demoníaco. (Sou PhD em linguística e posso diferenciar quando ouço uma língua de verdade, mesmo sem compreendê-la, pois uma língua verdadeira possui estrutura. Para saber se uma língua é demoníaca é necessário discernimento espiritual.) Uma igreja que ensina uma mentira convida Satanás para o seu meio, e ele não hesita. É claro que alguns tinham o dom genuíno
[xi] O uso do verbo ‘receber’ claramente implica em ato de volição da parte deles; o amor foi oferecido, ou se tornou disponível a eles, mas eles não o quiseram; escolheram poder mentir e acreditar em mentiras. Porém, as consequências de tal escolha são terríveis; eles deram suas costas à salvação.
[xii] Uma vez que há somente dois reinos espirituais neste mundo, o do Soberano Jesus e o de Satanás, “aqueles que estão se desperdiçando”, nesse texto, ainda estão no reino de Satanás e, portanto, completamente abertos a seu “engano iníquo”. O Texto afirma claramente que eles estão se desperdiçando “porque não receberam o amor à verdade para que pudessem ser salvos”. Eles não são salvos.
[xiii] Talvez “a mentira” é melhor ilustrada nos nossos dias pela teoria da evolução: ‘Não existe um Criador’ – então não haverá prestação de contas, então podemos fazer o que bem quisermos. Quão terrível será o seu despertar!
[xiv] “Ter prazer na iniquidade” envolve rejeição da Verdade de um Criador moral que exigirá uma prestação de contas, ou até mesmo rebelião aberta contra esse Criador (assim como Lúcifer/Satanás).