INTRODUÇÃO.
O CANTOR CRISTÃO foi o primeiro hinário oficial das igrejas Batistas do Brasil. A sua primeira versão, de iniciativa de Salomão Luiz Ginsburg, foi publicada em 1891 e continha apenas 16 hinos. Dentre os hinários dos cristãos protestantes brasileiros, o Cantor Cristão foi o terceiro a ser publicado (o primeiro foi o Salmos e Hinos, lançado em 1861 e o segundo, o Hinos e Cânticos, em 1876). Em 1914, foi anunciada a impressão do Cantor Cristão com Música, a ser lançado na Assembleia da Convenção Batista Brasileira de 1915, mas a eclosão da Primeira Guerra Mundial prejudicou os planos de Ginsburg. Apenas em 1924 é que foi lançada a primeira versão com música, que contou com a colaboração de Ricardo Pitrowsky. Ao longo do séc. XX, foram feitas várias tiragens e lançadas várias edições. O hinário passou por diversas revisões e foram acrescidos novos hinos. A última versão, a 37ª edição, contém 581 hinos. Os dois principais autores que contribuíram com hinos para o Cantor Cristão foram Salomão Ginsburg, com 104 hinos, sendo que 81 são traduções e 9 são adaptações de letras de outros autores, e William Edwin Entzminger, com 72 hinos, sendo que 16 são originais e 56 são traduções ou adaptações de outros hinos. Dos brasileiros que colaboraram para a formação do hinário, destacam-se Manoel Avelino de Souza, autor de 29 hinos, e o Pastor Pitrowsky, responsável por 23 hinos.
A DOCUMENTAÇÃO DO CANTOR CRISTÃO.Acostumado com as dificuldades que hoje enfrentamos na publicação de novos hinos, sempre tivemos uma apreciação muito grande pelo trabalho inicial feito em dois grandes hinários evangélicos no Brasil – SALMOS E HINOS, publicado em 1861 e CANTOR CRISTÃO, publicado em 1891.
Imaginem os leitores quantas dificuldades o casal Kalley (SALMOS E HINOS) e Salomão Ginsburg (CANTOR CRISTÃO) enfrentaram naquela época para publicar os dois respectivos hinários. Mas se houve problemas em publicar um hinário como CANTOR CRISTÃO, em 1891, houve problemas sérios para se fazer a revisão do mesmo quase 80 anos mais tarde. Como sabem os leitores, o CANTOR CRISTÃO, até a edição que saiu em princípios de 1972, nunca levou uma documentação farta e completa dos seus hinos. Como começar a pesquisar um hino cuja melodia não é conhecida e vem de uma outra terra, e cujo o cabeçalho trazia somente o título e as iniciais do tradutor (como foi na maioria dos casos)? Foi necessário consultar muitos hinários de vários países, de várias épocas e de vários idiomas. Muitas vezes tivemos de recorrer a uma grande enciclopédia de melodias, procurando nota por nota, para alguma informação que nos fosse útil. Felizmente, tivemos a grande colaboração, neste trabalho, dum grupo de jovens do Curso de Música Sacra do Seminário Teológico Batista do Sul do Rio de Janeiro. Este grupo, liderado pela professora Joan Sutton, nos prestou uma inestimável colaboração. No curso do trabalho de revisão, muitas experiências interessantes surgiram. Entre estas, uma se destaca. É a história de como surgiu a inspiração a respeito da autoria da música com que é cantado o hino nº. 439 do CANTOR CRISTÃO, “Minha Pátria para Cristo”. Este hino é, entre os batistas brasileiros, talvez o mais popular. Pastor José dos Reis Pereira, redator de “O Jornal Batista”, órgão da Convenção Batista Brasileira, escrevendo no mesmo, na sua edição de 10 de janeiro de 1965, se referiu a este hino como A Marselhesa dos Batistas Brasileiros. “Minha Pátria para Cristo” é uma espécie de grito de guerra dos batistas brasileiros. É um hino religioso-patriótico porque fala de Crsito e é uma oração em favor desta grande nação Brasileira. A letra deste hino foi escrita por W. E. Entzminger, missionário norte-americano, que labutou no Brasil de 1891 a 1930. Mas a música, quem escreveu? Como descobri de onde veio a melodia? Em janeiro de 1969, D. Helena Hatcher, missionária aposentada, nos visitou em nosso gabinete. Falamos do hino “Minha Pátria para Cristo” e contamos a ela as dificuldades que estávamos enfrentando para descobrir o nome do compositor. Helena nos contou que tinha uma vaga lembrança, depois que chegou no Brasil, no início de 1916, de ter recebido um exemplar do jornal “Baptist Standard” (Jornal Estadual dos Batistas Texanos) e que numa das suas páginas trazia um hino intitulado “My Prayer” (Minha Oração). A poesia era muito bonita, e Salomão Ginsburg a traduziu para o português, dando-lhe o mesmo título “Minha Oração”. Mais tarde W. E. Entzminger escreveu uma outra letra, baseada, em parte, na tradução de Ginsburg, mas dando, desta vez, um sentido patriótico para o povo brasileiro. Depois de escrever ao redator daquele órgão denominacional, descobrimos que, de fato, na sua edição de 13 de Abril de 1916, o hino “My Prayer” fora publicado, e que letra e música foram da autoria de Emily Lindsey. O mesmo “Baptist Standard”, na sua edição de 9 de abril de 1969, publicou um pequeno artigo nosso, que levou no fim um apelo, pedindo a qualquer pessoa informações a respeito de Emily Lindsey. Imediatamente começou uma chuva de cartas de leitores daquele jornal. Descobrimos que D. Emily (Emiline) Willis Lindsay era batista, professora de Escola Bíblica Dominical, professora de música, musicista exímia e por mais de 50 anos dedicado e fiel membro da Primeira Igreja Batista de Nacodoches, Texas, EE. UU., onde serviu também como organista e como uma das líderes do trabalho missionário. Uma das cartas contendo informações de Emily Lindsey foi escrita por uma das suas ex-alunas de piano. Quando escreveu a carta, esta senhora, já com 79 anos, servia como pianista do seu Departamento de Escola Bíblica Dominical, e cantava num coro da igreja, coro este composto só de pessoas com mais de 60 anos de idade. Recebemos fotografias antigas da residência do casal Robert Lindsey e de uma reunião social da classe da Escola Bíblica que tinha à sua frente a prof. Emily Lindsey. Tudo indica que D. Emily Willis Lindsey era uma pessoa muito dedicada, talentosa e querida. A irmã dela, já com 92 anos de idade, nos escreveu, dizendo: “Jamais deixarei de louvar a Deus por ter abençoado os batistas brasileiros através de minha tão abençoada irmã. Não é maravilhoso o alcance que tem uma vida consagrada a ele? Apocalipse 4.13”. Essa pergunta é fascinante e com ela terminamos este pequeno artigo, pois, através da sua música, uma dedicada serva de Deus, numa pequena cidade universitária americana, tem abençoado milhares de pessoas em todo rincão deste grande Brasil. Bill H. Ichter “Publicado originalmente em: Louvor Perene nº 53 – Abril, Maio e Junho de 1973”
© 1973 de Bill H. Ichter– Usado com permissão AS EDIÇÕES DO CANTOR CRISTÃO.Em 1977, publicamos em nossa coluna musical em “O Jornal Batista uma série de quatro artigos, intitulada “Fontes históricas do Cantor Cristão” (ver: “O Jornal Batista”, 28 ago, 11 set, 25 set e 02 out 77).
Em 1991, na antiga sede da JUERP, no subúrbio carioca de Tomaz Coelho, pesquisamos as coleções de “O Jornal Batista”, de 10 de janeiro de 1901 a 30 de junho de 1930 (ver: OJB, 14 jun e 28 jun 92). Juntando aqueles dados históricos com os mais recentemente obtidos temos condições de oferecer aos leitores informações confiáveis a respeito das edições do “Cantor Cristão”. 1ª. edição – 1891 Continha 16 hinos, compilados por Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927), auxiliado pelo missionário metodista George Benjamin Nind (1860-1932), que trabalhou em Pernambuco (1882-1892). Lançada em julho ou agosto de 1891, em Recife (PE). Em novembro de 1891 aconteceu o batismo de Ginsburg, em Salvador (BA), deixando assim a Denominação Congregacionalista. Ver: “O Bíblia”, nos. 13, 14 e 16, set.out.dez. 189l; OJB, 26 jun 1913, p. 02; Salomão Luiz Ginsburg, Um judeu errante no Brasil. 2ª. ed., pp. 52-53 e 114-115. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1970; A. R. Crabtree, História dos Baptistas do Brasil. Vol. I, pp. 90 e 93. Rio de Janeiro: CPB, 1937. 2a. edição – 1891 Com 23 hinos, lançada em novembro de 1891, em Salvador (BA). Ver: “O Christão”, no. 10, out. 1892; João Gomes da Rocha, “Salmos e Hinos com Músicas Sacras”. 4ª. ed. Advertência. London: Henderson and Spaulding, 1919; Henriqueta Rosa Fernandes Braga, “Salmos e Hinos – sua origem e desenvolvimento”, pp. 54 e 55. Rio de Janeiro: Igreja Evangélica Fluminense, 1983; A. R. Crabtree, op. cit., p. 93. 3a. edição – 1892 Com 23 hinos, lançada em Salvador (BA). George Benjamin Nind importou, nos EUA, algumas dúzias de exemplares da 3ª. edição para serem usa dos pelos portugueses imigrantes em New Bedford (Massachussets, EUA). Ver: “O Christão”, no. 19, jul. 1893; OJB, 26 jun 1913, p. 02. 4ª. edição – 1893 Com 63 hinos, lançada, em Niterói (RJ), em setembro de 1893. 5a. edição – 1894 Com 113 hinos, impressa na Tipografia Evangélica Batista, em Salvador (BA). Ver: A. R. Crabtree, op. cit., p. 93. 6ª. edição – 1896 Ginsburg trabalhou em Campos (RJ) de outubro de 1893 a setembro de 1900. Com 153 hinos, lançada em Campos (RJ). Ver: “O Christão”, no. 57, set. 1896; A. R. Crabtree, p. 172. 7ª. edição – 1898 Com 210 hinos, impressa na Tipografia “As Boas Novas”, em Campos (RJ). 8ª. edição – 190l Lançada com os 210 hinos da 7ª. edição, acrescida de 15 hinos de Ira David Sankey (1840-1908); esgotada em setembro de 1902. Ver: OJB, 10 mai 1901, p. 04, e 17 out 1902, p. 04. 9ª. edição – 1902 Com 224 hinos. No prelo, em setembro de 1902; lançamento anunciado para dezembro de 1902; esgotada em agosto de 1903. Ver: OJB, 17 out 1902, p. 04, e 31 ago 1903, p. 08. 10ª. edição – 1903 Editada pela Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro (DF), com 225 hinos. Os exemplares do “Cantor Cristão” foram depositados nas residências dos missionários J. J. Taylor, A. L. Dunstan, Z. C. Taylor, S. L. Ginsburg, Eurico Nelson e J. E. Hamilton. Ver: OJB, 10 jan 1904, p. 04. 11a. edição – 1907 Desde outubro de 1906 preparada por Ginsburg em Recife (PE), que solicitou aos leitores de OJB hinos novos para o “Cantor Cristão”. Com 300 hinos e respectivo índice, pronta para impressão em fevereiro de 1907; lançada em junho de 1907, por ocasião da organização da Convenção Batista Brasileira; quase esgotada em fevereiro de 1910; de Recife (PE) foi enviada ao Rio de Janeiro (DF) para ser impressa na Casa Publicadora Batista. De 1900 até outubro de 1909, Ginsburg trabalhou no campo batista pernambucano. Ver: OJB, 30 out 1906, p. 03; 28 fev 1907, p. 04; 20 jun 1907, p. 04; 03 mar 1910, p. 05; Ginsburg, op. cit., pp. 121-147; “A Mensagem”, Vol. VI, p. 29, mar 1911. 12a. edição – 1911 Durante os dez primeiros anos de OJB (1901-1911) somente a letra dos hinos era publicada. No início da década de 1910 começaram a surgir as letras com as respectivas músicas, enquanto não era possível publicar a edição musicada do “Cantor Cristão”, o que só aconteceria em 1924. Com 400 hinos, preparada por Ginsburg, em Salvador (BA), desde janeiro de 1910. Com os lucros da edição, Ginsburg planejava publicar o “Cantor Cristão com Música”. Ficou a 12ª. edição pronta para impressão em fevereiro de 1911. Em março deste ano, foi lançado um “Suplemento”, com 70 hinos, anuncia do em “A Mensagem”, p. 29. Editada em Salvador (BA), mas impressa no Porto (Portugal), com índice dos assuntos, a 12ª. edição foi distribuída na assembleia da Convenção Batista Brasileira, em Campos (RJ), em junho de 1911, quando Ginsburg foi eleito relator da Comissão de Elaboração da edição musicada do hinário, integrada por W. E. Entzminger, O. P. Maddox, E. Paranaguá e A. Joyce. A Convenção Batista Brasileira adotou oficialmente o “Cantor Cristão” como hinário da Denominação Batista no Brasil. O “Cantor Cristão com Música” seria impresso na Alemanha, num formato semelhante ao do “Salmos e Hinos”. Ginsburg tinha informado, no periódico da Comissão de Evangelização da Bahia (“A Mensagem”, p. 46) que os originais da 12ª. edição achavam-se nas oficinas gráficas em Portugal e comentou: “ … os hinos passaram ao cadinho de uma crítica rigorosa e, desse modo, estão, sob o ponto de vista doutrinário, dignos de apreciação … as métricas e linguagem dos hinos correspondem a toda expectativa … o belo arranjo do índice de assuntos auxiliará muito aos diretores das reuniões”. Em 20 anos (1891-1911) foram vendidos 65 mil exemplares do “Cantor Cristão” para 10 mil membros em 140 igrejas batistas existentes no Brasil. Na década 1911-1920 dobrou o número de batistas no Brasil. A década de maior crescimento numérico dos Batistas correspondeu à década de maior número de letras e/ou músicas de hinos publicadas em “O Jornal Batista”! Em 1920, a tiragem semanal de OJB era de 5 mil exemplares! Ver: OJB, 03 fev 1910, p. 06; 03 mar 1910, p. 05; 02 fev 1911, p. 07; 09 mar 1911, p. 06; 06 jul 1911, p. 11; 17 ago 1911, p. 06; 02 nov 1911, p. 02; 09 nov 1911, p. 07. “A Mensagem”, Vol. VI, p. 29, mar 1911; p. 46, abr 1911; p. 76, mai 1911; p. 191, jul 1911; Atas da 5ª. assembléia da CBB, par. 75 e 76. Campos (RJ), 21-25 jun 11; Ginsburg, op. cit., pp. 225 e 234; José dos Reis Pereira, História dos Batistas no Brasil. 3ª. ed., pp. 145-146 e 172. Rio de Janeiro: JUERP, 2001. 13ª. edição – 1912 Em fevereiro de 1912, Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927) foi a Portugal para contratar com a Tipografia “Mendonça” (Porto, Portugal) a impressão desta edição. Ver: “O Jornal Batista”, 09 mai 1912, p. 06; Ginsburg, Um judeu errante no Brasil. 2ª. ed., pp. 155-157. Rio de Janeiro:Casa Publicadora Batista,1970. 14ª. edição – 1914 Enquanto não ficava pronta, foi lançado um folheto com 42 hinos novos. Editada com 450 hinos no Rio de Janeiro (DF), mas impressa no Porto (Portugal). Pela segunda vez, o “Cantor Cristão” continha índice de assuntos. Na assembleia da Convenção Batista Brasileira, no Rio de Janeiro, em junho de 1914, foi distribuído um “Souvenir” com hinos publicados em “O Jornal Batista”. Nessa assembleia foi eleita a Comissão do Hinário: S. L. Ginsburg, W. E. Entzminger e O. P. Maddox; revisores gramaticais: Adalbert Nicholl e Amelia Joyce; Ginsburg reeleito para a relatoria; eles confessaram: “ainda não é o que almejávamos que fosse”. Foi anunciada a impressão do “Cantor Cristão com Música”, a ser lançado na assembléia da CBB em 1915; a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) prejudicou os planos de Ginsburg. Ver: OJB, 02 out 1913, p. 08; 09 out 1913, p. 08; 12 mar 1914, p. 07; 26 mar 1914, p. 07; 07 mai 1914, p. 07; João Gomes da Rocha, “Salmos e Hinos com Músicas Sacras”, 4ª. ed., 1919. 15ª. edição – 1917 Anunciado o lançamento para o fim do ano de 1916 ou princípio de 1917. Ginsburg afastou-se da Comissão do Hinário, possivelmente por discordar de Entzminger a respeito da edição do “Cantor Cristão com Música”; eles trabalharam juntos (1914-1920) na administração da Casa Publicadora Batista, mas nem sempre concordaram na elaboração do hinário. Ver: OJB, 09 nov 1916, p. 11; 01 fev 1917, p. 11; Ginsburg, op. cit..p. 191. 16ª. edição – 1918 Preparada em plena Primeira Guerra Mundial. Impressa com 500 hinos nas oficinas gráficas da Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro (DF). Esgotada em outubro de 1919. Ver: OJB, 20 nov 1919, p. 11. 17a. edição – 1921 A CBB tinha convidado, em 1920, Manoel Avelino de Souza, Ricardo Pitrowsky e Emma Paranaguá para a revisão das letras dos hinos e a publicação desta edição; com a substituição de E. Paranaguá por W. E. Entzminger, foi feita nova revisão. Continha 571 hinos. Foram impressos 15 mil exemplares. Lançada em março de 1921; esgotada em dezembro de 1922. Ver: OJB, 23 dez 1920, p. 12; 10 mar 1921, p. 12; 10 nov 1921, p. 5; 11 jan 1923, p. 9; Ginsburg, op. cit., p. 115. 18a. edição – 1924 Precedida pela coletânea de hinos evangelísticos, a ser usada até a publicação da 18ª. edição, esta estava em preparo desde 1922; continha só letras de 578 hinos. Impressa e lançada no Rio de Janeiro (DF). Ver: OJB, 07 set 1922, p. 60; 07 dez 1922, p. 1; 11 jan 1923, p. 9; 03 abr 1924, p. 5. 1a. edição com música – 1924 – Planejada durante 13 anos (1911-1924). Em 1922 foram comprados os tipos com sinais musicais. A Casa Publicadora Batista encarregou Ricardo Pitrowsky de preparar a 1a. edição com música; ele apresentou proposta de emendas das letras dos hinos. Desde 1922 estava sendo impressa, por partes, nas oficinas gráficas da CPB, no Rio de Janeiro (DF). Continha 578 hinos. Em fevereiro de 1923 foi lançado o primeiro fascículo, com 51 hinos. Ver: OJB, 20 mar 1919, p. 12; 07 set 1922, p. 60; 08 fev 1923, p. 11; 13 dez 1923, p. 8; 03 abr 1924, p. 5; 29 mai 1924, p. 4; Atas da Convenção Batista do Distrito Federal, 1924, p. 17; “O Bandeirante”, 1925-1926; Antonio Neves de Mesquita, História dos Batistas do Brasil, Vol.2, pp. 125 e 272. Rio de Janeiro: CPB, 1940. 2ª ediçãos com música – 1930 e 1935. e 3ª. Como ensinou Henriqueta Rosa, “edição é o lançamento de uma obra; se esta sofrer revisão e/ou acréscimo, e for reeditada, será uma nova edição; porém, se se tratar de uma simples reimpressão em tudo idêntica à anterior, sem qualquer alteração, será denominada tiragem”. Por não termos em mãos estes hinários de 1930 e 1935, não estamos em condições de saber se eram realmente edições ou tiragens. 28ª. e 29ª. edições – 1941 e 1954 – Idem, em relação aos hinários de 1930 e 1935. Ver: Henriqueta Rosa Fernandes Braga, “Salmos e Hinos” – sua origem e desenvolvimento, p. 37. Rio de Janeiro: Igreja Evangélica Fluminense, 1983. 30ª. edição – 1956 – Ainda com 578 hinos, editada pela Casa Publicadora Batista e impressa em suas oficinas gráficas (Rua Silva Vale, 781, Tomaz Coelho), no Rio de Janeiro (DF). 31ª. edição – 1958 – Conforme determinação da assembleia convencional de 1958, foi distribuída entre líderes da CBB para apreciação em caráter experimental. Editada e impressa pela Casa Publicadora Batista. A Comissão Revisora (Manoel Avelino de Souza, Ricardo Pitrowsky, Moysés Silveira e Alberto Portella) propôs à CBB que no “Cantor Cristão” fossem conservados 460, sendo suprimidos 118 hinos da 18ª. edição (1924); a revisão não foi bem recebida; durante 13 anos (1958-1971), o “Cantor Cristão” ficou praticamente intocado e desconhecido pelo público batista. 32a. e 33ª. edições – Entre 1958 e 1963, houve circulação restrita aos líderes da Convenção Batista Brasileira. 34ª. edição – 1964 Com 580 hinos, tendo sido elaborada por Manoel Avelino de Souza e Ricardo Pitrowsky, foi revista por Werner Kaschel, José dos Reis Pereira e Mário Barreto França, em janeiro de 1963, para corrigir a linguagem e atualizar a ortografia. Impressa pela CPB no Rio de Janeiro. 35ª. edição – Não sabemos se era realmente uma edição ou uma tiragem. As sucessivas impressões, que alteraram os textos dos hinos, talvez não possam ser consideradas edições. Em 1968, Joan Riffey Sutton fez intensa pesquisa hinológica. 36a. edição – 1971 – Elaborada pela Comissão integrada, até 1962, por Manoel Avelino de Souza (1886-1962) e Ricardo Pitrowsky (1891-1965), foi revista por Werner Kaschel, José dos Reis Pereira e Mário Barreto França, assessorados por Bill Ichter na parte da documentação. Continha 581 hinos. Editada pela JUERP e impressa na CPB, no Rio de Janeiro (RJ). Características: acréscimo de índices e documentação hinológica. Na “Apresentação”, redigida em julho de 1971, Bill Ichter informou: “os hinos estão todos com ortografia atualizada”. A lei no. 5.765, sancionada em 18 de dezembro de 1971, aprovou alterações na ortografia da língua portuguesa. Observação: com a supressão de quatro hinos e adaptação na letra de 17 hinos, a 36ª. edição do “Cantor Cristão” foi adotada, em 1974, pela Convenção Baptista Portuguesa. 4ª. edição com música – 1971 – Publicada sob a supervisão do Departamento de Música da JUERP, dirigido por Bill Ichter, que foi auxiliado por Henriqueta Rosa Fernandes Braga, Antônio Azeredo Coutinho e Ivo Augusto Seitz. Impressa pela CPB. Continha 581 hinos e 8 índices. Reproduzia as músicas e as letras da 34ª. edição (1964). Características: correção da harmonia e introdução de novos termos musicais e novos cabeçalhos. Ver: Rolando de Nassau, Dicionário de Música Evangélica. 1ª. edição, p. 46. Brasília: edição do autor, 1994. 37ª. edição – 2007 – Editada pela JUERP (Rio de Janeiro, RJ) e impressa pela Geográfica (Santo André, SP). Contém 581 hinos. Lançada em janeiro de 2007. Preparada pela comissão integrada por Leila Christina Gusmão dos Santos (relatora), Marilene Coelho (letras) e Marcelo Yamazaki Carvalho (musicografia). Talvez a mais importante tarefa tenha sido a verificação da métrica dos hinos. Uma pesquisa mais paciente e criteriosa poderá esclarecer as obscuridades na história do “Cantor Cristão”; ela seria um capítulo importante na história dos Batistas no Brasil. Rolando de Nassau © 2007 de Rolando de Nassau – Organizador do “Dicionário de Música Evangélica” – Usado com permissão
COMPOSITORES DO NOSSO CANTOR CRISTÃOComo já focalizamos em mais de uma ocasião, um número relativamente pequeno de homens escreveu grande porcentagem das músicas do nosso Cantor Cristão. Somente 11 homens escreveram a música para nada menos de 241 hinos! Deste grupo de 11, 5 eram batistas, e estes cinco são responsáveis pela música de 103 hinos do Cantor Cristão, são eles: Philip Paul Bliss (ver “Canto Musical” de 02-04-1967 e 05/07/1970,e “Se os Hinos Falassem”, vol. 2, páginas 11 a 15 e vol. 3, páginas 90 e 91); William Batchelder Bradbury (“Canto Musical” de 11/05/1969, 21/06/1970 e 13/09/1970, e “Se os Hinos Falassem”, vol. 3, pp. 13, 14, 84, 85, 96-98); William Howard Doane (“Canto Musical” de 03-01-1971) e Robert Lowry.
Um destes batistas era George Coles Stebbins (ver “Canto Musical” de 05/03/1967 e “Se os Hinos Falassem”, vol. 2, pp. 61 e 62). Stebbins nasceu no dia 26 de fevereiro de 1846, numa fazenda em East Carleton, Condado de Orleans, N. York. Situada numa zona rural, a noroeste daquele Estado, a fazenda do pai requeria muito tempo do menino George, e cedo na vida ele aprendeu o valor do trabalho. Nos primeiros anos de sua vida frequentou uma escola rural perto da fazenda de seu pai. Quando tinha 13 anos de idade apenas, aconteceu algo que influenciaria profundamente a sua vida; era muito comum, naquela época, nas zonas rurais dos Estados Unidos, as pessoas se reunirem para cantar hinos. Este interesse resultava, às vezes, num período de estudo musical dirigido por um músico, normalmente vindo de fora. Stebbins assistiu a um destes estudos, e como resultado acordou de repente um grande interesse pela música e talento nesta arte, que até então repousavam tranquilamente dentro de si. Os seus pais o ajudaram a fazer uns cursos especiais, inclusive canto, nas cidades de Rochester e Buffalo, no mesmo estado, N. York. Em 1867 Stebbins casou-se e, no ano seguinte, mudou-se para Chicago onde encontrou emprego como balconista na grande firma de música “Lyon e Healy”. A sua carreira musical começou mais propriamente no mesmo ano em que aceitou o convite para cantar no coro da Primeira Igreja Batista de Chicago. Stebbins possuía uma bela voz de tenor. Mais tarde foi convidado para ser o diretor de música daquela igreja. Nesse cargo teve inúmeras oportunidades de conhecer alguns dos grandes nomes da música evangélica daquela época. Philip Paul Bliss (23 músicas no Cantor Cristão), Horatio Richmond Palmer (7), George Frederick Rott (9) e Ira David Sankey (42 músicas). E enquanto servia à Igreja em Chicago, Stebbins participava de muitas atividades musicais daquela cidade. Em 1874 Stebbins aceitou o convite da Igreja Batista de Clarendon Street, em Boston, Massachusetts, para dirigir a música. Dois anos mais tarde, em janeiro de 1876, aceitou convite semelhante da Igreja Batista Tremont Temple, na mesma cidade. Nesta época Stebbins conheceu o famoso evangelista Dwight L. Moody e, no verão do mesmo ano, Stebbins deixou o trabalho em sua Igreja para participar das campanhas evangelísticas de Moody. Por 25 anos Stebbins teve a sua vida intimamente ligada a campanhas de evangelismo e foi considerado como uma das figuras mais importantes das mesmas. Stebbins teve uma vida longa e muito produtiva. Há centenas de músicas de sua autoria que ainda estão sendo cantadas. Foi ele também o compilador e editor de várias coleções e hinários. Stebbins faleceu no dia 6 de outubro de 1945, faltando somente 4 meses e meio para completar um século de existência. Entre as músicas mais apreciadas de Stebbins, que fazem parte do nosso Cantor Cristão, podemos citar: 66 – “Rei dos Céus”; 133 – Exultação”; 151 – “Comunhão”; 175 – “Minha Aspiração”; 176 – “Tempo de Ser Santo”; 201 – “O Novo Nascimento”; – 210 – “Cristo Te Chama”, e 370 – “Crendo em Cristo”. Bill H. Ichter |
MAIORES INFORMAÇÕES:
www.cantorcristaobatista.com.br
https://sites.google.com/site/coletaneacantorcristao/
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