Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
Texto-bíblico: “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador” (Heb. 7.22).
Leitura bíblica em classe: Hebreus 8.
Hinos do Cantor Cristão: 376. Salvação Perfeita | 377. Não Sei Por Que | 384. A Voz de Jesus.
A. Introdução.
VÁRIAS vezes encontramos nas Escrituras menções a alianças que Deus faz com o homem. Observando o que as Escrituras ensinam, a palavra aliança “É usada nos relacionamentos entre Deus e o homem, entre os homens e entre as nações. É usada para coisas temporais e coisas eternas”.[1]
Neste estudo, nosso foco se manterá nas alianças divinas, embora reconheçamos a existência de alianças entre indivíduos (Gên. 21.32; 1Sam. 18.3), entre nações (Êx. 23.32; 34.12, 15; Os. 12.1) ou alianças sociais (Prov. 2.17; Ml 2.14); todas estas alianças são de acordos humanos, e nada dizem respeito às alianças Divinas com os homens.
As Escrituras mencionam seis alianças que Deus fez com o homem: 1) Aliança Noaica (Gên. 6.18; 9.8-17); 2) Aliança Abraâmica (Gên. 15.1-21; 17.1-22; 26.2-5,24; 28.13-17); 3) Aliança Mosaica (Êx. 19-20,24); 4) Aliança Sacerdotal (Núm. 25.10-13); 5) Aliança Davídica (2Sam. 7.12-16), e 6) Nova Aliança (Jr 31.31 -34). Segundo J. Dwight Pentecost “[uma] Aliança divina é 1) uma disposição soberana de Deus, mediante a qual Ele estabelece um contrato incondicional ou declarativo com o homem, obrigando-se, em graça, por um juramento irrestrito, a conceder, de Sua própria iniciativa, bênçãos definidas para aqueles com quem compactua ou 2) uma proposta de Deus, em que Ele promete, num contrato condicional e mútuo com o homem, segundo condições preestabelecidas, conceder bênçãos especiais ao homem desde que este cumpra perfeitamente certas condições, bem como executar punições precisas em caso de não-cumprimento”.[2]
B. A Natureza das Alianças.
Alguns aspectos da natureza das alianças que Deus estebeleceu com seu povo precisam ser observados por nós de modo atento. A seguir vejamos quatro verdades sobre as alianças:
1. Deus firmou alianças literais. Todas as alianças que Deus estabeleceu, foram literais e devem ser interpretadas desta maneira, inclusive seus cumprimentos. G. N. H. Peters afirmou que “[...] a própria natureza da aliança exige que ela seja formulada e expressa tão claramente, que comunique um significado decisivo, e não um significado oculto ou místico que exija a passagem de centenas de anos para se desenvolver”.[3]
2. As Alianças Incondicionais são Eternas. As Escrituras demonstram claramente que as alianças incondicionais – Aliança Abraâmica, Aliança Palestina, Aliança Davídica e Nova Aliança – são eternas. As alianças incondicionais estão ligadas com um ato unilateral Divino, de juramento para com o povo.
3. As Alianças foram firmadas com um povo pactual. Em todas as alianças, Deus as estabelecia com um povo, Israel. Em Rom. 9.4 afirma-se que os judeus eram povo do pacto, enquanto que Ef. 2.11,12 mostra que os gentios, antes de Cristo, não o foram, de modo que não possuíam qualquer relacionamento pactual com Deus.
C. Os Dois tipos de Aliança.
Deus estebeleceu dois tipos de aliança com Israel: aliança condicional e aliança incondicional, estabelecidas como forma de Deus mediar seu relacionamento com o povo.
Em uma Aliança Condicional, as bênçãos do pacto viriam mediante exigência de obediência à alguns dispositivos da aliança, com a presença marcante de um “Se”, como ocorre em Êx. 19.5ss., e também em Deut. 28.1-68; v. 1-14 [...] “Se atentamente ouvires... bênçãos”; v. 15-68: “Se não deres ouvidos [...] maldições”.
Em uma Aliança Incondicional, o cumprimento da aliança depende apenas daquele que faz a aliança. Para que as bênçãos prometidas e oferecidas sejam derramadas sobre o povo pactual depende apenas da autoridade de quem faz a aliança, sem considerarmos mérito algum dos receptores. Isso fica demonstrado quanto às quatro alianças incondicionais na fórmula de juramento Divino: “1) [Aliança Abraâmica] Gên. 12.1-3, em que a fórmula é encontrada, expressa ou subentendida sete vezes; 2) [Aliança Palestina] Deut. 30.1-10, em que é encontrada, expressa ou entendida doze vezes; 3) [Aliança Davídica] 2Sam. 7.10-16, em que é encontrada sete vezes e 4) [Nova Aliança] Jer. 31.31-40, em que é encontrada sete vezes [...]”.[4]
D. A Deformada visão Reformada da Aliança.
De modo distinto do que ensinam as Ecrituras, os Reformados ensinam a existência de apenas três alianças: 1) Aliança da Redenção, 2) Aliança das
Obras e 3) Aliança da Graça.
Segundo os Reformados, a Aliança da Redenção supostamente era aquela em que cada Pessoa da Trindade assume sua parte no Plano de Redenção: o Pai oferece o Filho, o Filho se oferece em sacrifício e o Espírito Santo capacita a execução da Aliança.
Na Aliança das Obras, Deus supostamente teria se relacionado com Adão (antes de pecar), exigindo-lhe boas obras, o que não ocorreu com a entrada do pecado no mundo.
Na Aliança da Graça seria supostamente todos os aspectos da misericórdia divina para com o homem em todos os tempos da história humana, de modo que o homem seria justificado pelos méritos da morte de Cristo.
O grande problema da Visão Reformada é que ela não é bíblica; embora parte da Teologia Reformada acerca das alianças esteja de acordo com as Escrituras, esta erra em muitos outros aspectos. Afirmam que a única aliança incondicional é a Nova Aliança, e as demais, todas seriam condicionais, e portanto, não há nenhum cumprimento literal.
QUESTIONÁRIO
1. Como a Bíblia usa o termo ‘aliança’? Explique.
2. Quantas e quais são as Alianças mencionadas nas Escrituras? Explique
3. Qual a Natureza das Alianças? Explique.
4. Quais os tipos de Aliança que Deus fez? Explique.
5. Quais os principais erros da Teologia Reformada sobre as alianças? Explique.
Notas:
[1] PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia.
[2] Citado (Ibid., p. 25-6) em Manual de Escatologia.
[3] G. N. H. PETERS, The theocratic kingdom, I, p. 290-1.
[4] Em Manual de Escatologia.