Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
A ORDENANÇA DO BATISMO (II)
i. O significado do Batismo.
Como vimos no estudo anterior, o batismo é uma ordenança que Jesus Cristo deu aos seus discípulos (Mat. 28:19,20; Mc. 16:15,16). Para que um cristão possa obedecer esta ordenança, é necessário que o mesmo seja capaz de distinguir o significado bíblico desta prática. Portanto, passaremos a ver o significado da ordenança da Submersão, ou do Batismo, quando o mesmo é cumprido pelo crente da maneira bíblica.
a. O Batismo significa que morremos na morte de Cristo e ressuscitamos na ressurreição de Cristo. Segundo Paulo, em Col. 2:12 os crentes são “sepultados com ele [Cristo] no batismo”, portanto, somos imersos, mergulhados na Sua morte da mesma maneira como seremos imersos na realidade da Sua ressurreição, que será cumprida em nós quando ocorrer a glorificação (ou redenção) dos nossos corpos (Rom. 8:23; ICor. 15:51-54).
As águas que cobrem o batizando simbolizam a nossa morte juntamente com Cristo, ou seja, nos identificamos na morte de Cristo e assim como Cristo ressurgiu, também seremos nós. As águas que nos cobrem são simbolismo do pó em que nos tornaremos “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição” (Rom. 6:4,5).
b. O Batismo é uma Confissão e Confirmação pública de fé em Cristo Jesus. Aquele que desce às águas do batismo está reconhecendo e confessando a Cristo diante dos homens; esta é uma maneira de confessar que o evangelho foi aceito por ele, e que Cristo é o Senhor e Salvador do batizando (Mat. 10:32,33; Rom. 10:9-10). A obediência ao batismo também é uma maneira de instrução e demonstração de obediência (Mat. 28:19,20; At. 19:3-5), de arrependimento (At. 2:38), de fé (At. 2:41; 8:12; 18:8; Gál. 3:26,27) e de confissão (At. 22:16).
ii. O que o batismo não significa
Existem algumas opiniões acerca do batismo as quais devemos nos distanciar pelo fato delas não refletirem a verdade das Escrituras acerca do significado verdadeiro do Batismo.
a. O Batismo não é regeneração. Ainda nos Séc. II e III d.C., surgiu o erro doutrinário chamado de regeneração batismal; segundo tal doutrina, o batismo é a regeneração, ou seja, quem se batiza nasce de novo (Jo. 3:1-8). No entanto, em Marcos 16:16, a condição para que alguém não seja salvo é apenas não crer: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”; portanto, é possível que alguém nasça de novo e não seja batizado. Concluímos que o batismo não salva, nem ajuda de maneira nenhuma na salvação (Luc. 23:42,43; At. 2:38; ICor. 4:15).
b. O Batismo não é sacramento. Outra doutrina errônea é aquela que ensina que o batismo é um sacramento, ou seja, que os elementos físicos do rito (neste caso a água e a menção à Santíssima Trindade) transmitam graça ao batizando. Este ensino surgiu devido à influência pagã de muitos que consideravam a água do batismo uma água benta e a declaração “eu te batizo em o nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” como uma espécie de palavras mágicas. Tanto o Batismo quanto a Ceia do Senhor são ordenanças memoriais, e não Sacramentos; os elementos da água e da confissão do ministro no Batismo, e do pão e do vinho na ceia do Senhor, não transmitem graça ao recipiente. No estudo acerca da ceia do Senhor será explicado mais pormenorizadamente este ponto em especial.
c. O Batismo não é substituição nem é o equivalente neotestamentário da circuncisão. Os adeptos da Teologia da Aliança justificam o batismo de bebês afirmando que o batismo é substituição ou equivalente da circuncisão. Visto que eles creem que a Igreja substituiu Israel, devem dar aos seus filhos o equivalente à ‘circuncisão’, que é o batismo. O texto bíblico utilizado pelos defensores do pedobatismo é Col. 2:8-15. No entanto, este texto apenas afirma que os cristãos em Colossos não necessitavam de rituais como a circuncisão do AT porque já estavam mortos para este mundo, pois morreram e ressuscitaram com Cristo, sendo o batismo o memorial. A Bíblia afirma que a circuncisão não é o equivalente nem substituto do batismo: “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rom. 2:28,29). Paulo também afirmou: “Porque a circuncisão somos nós que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Filip. 3:3). Concluímos que a circuncisão somos nós (Fp. 3:3) e que a verdadeira circuncisão é a do coração (Rom. 2:29).
iii. Quem pode conduzir a administração do Batismo?
Os apóstolos batizaram os quase três mil convertidos do Pentecostes (At 2:41); Felipe, diácono da igreja (At 6:5), batizava (At 8:12,38); Ananias batizou Paulo (At 9:18); Paulo e seus companheiros batizaram na casa de Cornélio (At 10:48; 16:33), e é bastante provável que os companheiros de Paulo também batizaram em Éfeso (At 19:5). O pastor da igreja local, portanto, como servo da igreja, é aquele “que realiza o ato determinado pela igreja”[1]. Portanto, devemos obedecer estritamente as Escrituras, atentando nós, a igreja, como “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15), a quem ela concede as águas do batismo e semelhantemente, necessita zelosamente escolher quem realiza este ato, no caso, o pastor da igreja.
O pastor da igreja, portanto, como servo da igreja local, é aquele “que realiza o ato determinado pela igreja”[2]. Portanto, deve-se obedecer as Escrituras atentando nós para a igreja como “coluna e firmeza da verdade” (ITim. 3.15), a quem ela concede as águas do batismo e semelhantemente necessita zelosamente escolher quem realiza este ato, no caso, o pastor da igreja.
v. Conclusão.
Cabe aos Batistas da Promessa permanecer fieis ao Ensino das Escrituras, cumprindo a ordem do Senhor Jesus Cristo: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mat. 28:19), na ordem correta. Em nosso meio, todo e qualquer discípulo que deseje tornar-se um Batista da Promessa e fora batizado na infância, não terá tal batismo reconhecido, mas o tal será rebatizado, desta feita, do modo bíblico.
QUESTIONÁRIO
i. Qual o significado do Batismo? Explique.
ii. Por que o Batismo é uma confissão pública?
iii. Por que o Batismo não é regeneração? Explique.
iv. Por que o Batismo não é sacramento? Explique.
v. Por que o Batismo não é substituição nem é o equivalente à circuncisão? Explique.
Notas
[1] APOSTILA DO ALUNO: Eclesiologia: Doutrina da Igreja. Rio Branco: SETEBAN-RO/AC, 2017. p. 9.
[2] APOSTILA DO ALUNO: Eclesiologia: Doutrina da Igreja. Rio Branco: SETEBAN-RO/AC, 2017. p. 9.