Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
XXVII – A VERACIDADE DE DEUS.
Texto-bíblico: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” (Deut. 32.4)
Leitura bíblica em classe: João 18.28-40.
Hinos do Cantor Cristão: 7. Maravilhas Divinas | 15. Exultação | 324. Refúgio Verdadeiro.
i. Introdução.
Quando afirmamos: “Hoje é domingo”, existem apenas duas possibilidades: ou esta frase é verdadeira, ou é falsa. Seguindo este mesmo raciocínio, estudaremos a veracidade de Deus, isto é, Deus é a verdade. Sempre que as Escrituras falam sobre a verdade, o termo é usado para dizer aquilo que corresponde à realidade, ao que é verossímil.
Quando usado quanto a palavras, verdade é falar o que é, aquilo que corresponde à realidade; a verdade é absoluta, portanto, Deus não pode mentir (2Cor. 1.18; Tt. 1.2; Heb. 6.18) e nenhuma palavra Sua jamais passará (Sal. 117.2; Mc. 13.31). Por outro lado, falar o que não é, aquilo que não corresponde à realidade é falso (1Jo. 2.21); o diabo é o pai de toda mentira (Jo. 8.44)[1]. À partir disso, somos capazes de afirmar que Deus é absolutamente verdadeiro pois ele é a própria verdade. A verdade é absoluta: ela é igual, em todos os lugares, em todas as épocas e para todas as pessoas.
ii. A Verdade sobre a Verdade.
Observe este fato histórico: Uma das maiores evidências do comprometimento de Deus em revelar-nos a verdade, consiste no fato de que, no mais antigo manuscrito do Novo Testamento, que dispomos, é catalogado como P52 (foto); é um fragmento de João 18.31-33,37,38.
O que encontramos neste fragmento? A afirmação de Jesus Cristo de que ele veio ao mundo “a fim de dar testemunho da verdade”; neste fragmento também lemos a pergunta de Pilatos dirigida a Jesus Cristo: “Que é a verdade?”; a resposta a tal indagação pode-se ler em João 14.6: “Disse-lhe Jesus: Eu sou [...] a verdade”. Ora, Pilatos sequer imaginava estar diante daquele que é a própria verdade. O mundo odeia a verdade (Jo. 16.13; IICor. 13.8; Gál. 4.16; ITim. 2.3,4; 4.4; IIIJo. 1.4); a verdade pouco interessa ao mundo; no mundo moderno, os conceitos de verdade são estes:
Ceticismo: Segundo o ceticismo, “A verdade é incognoscível [isto é, é impossível conhecer a verdade]”; isto era ensinado por David Hume, em sua obra magna, Crítica da Razão Pura; este é o pai intelectual do Agnosticismo. Ora, esse conceito da verdade é contraditório: como Hume foi capaz de conhecer ‘que é impossível conhecer a verdade’ –, se não é possível conhecê-la?
Relativismo: Segundo o relativismo, “Não existe verdade absoluta; toda verdade é relativa”. Ora, isto também é contraditório: Se não há verdade absoluta, toda verdade é relativa, a verdade que diz “não há verdade absoluta, tudo é relativo” é uma verdade absoluta ou relativa? Para provar que é impossível conhecer a verdade e que a verdade é apenas um ponto de vista, ou seja, que “todo ponto de vista é a vista de um ponto”, menciona-se uma parábola Hindu, conhecida como “A Parábola dos Seis Cegos e o Elefante”. Na obra Não tenho Fé Suficiente para ser Ateu, o Dr. Norman Geisler, apologista batista, afirmou que essa parábola
fala sobre a maneira pela qual cada cego sente uma parte diferente do elefante e que, portanto, chega a uma conclusão diferente sobre o objeto que está diante dele. Um deles toca nas presas e diz: “É uma lança!”. Outro segura a tromba e diz: “É uma cobra!”. Aquele que está tocando as pernas diz: “É uma árvore!”. O cego que está segurando a cauda pensa: “Estou segurando uma corda!”. Aquele que segura as orelhas conclui: “É uma ventarola!”. Por fim, aquele que está ao lado do elefante afirma: “É uma parede!”. Diz-se que esses homens cegos representam as várias religiões mundiais, porque cada um apresenta uma diferente conclusão sobre aquilo que está sentindo. As pessoas dizem que, tal como cada um dos cegos, nenhuma religião detém a verdade.[2]
Segundo o politicamente correto, a verdade é mero ponto de vista; uma verdade é tão verdadeira quanto qualquer outra coisa que se afirme; todas as religiões possuem suas verdades, e todas são igualmente verdadeiras; este é o sistema filosófico oriental. Não é assim, agindo de forma politicamente correta, que nós resolveremos o assunto.
Quanto à parábola, todos os seis estão errados; não é porque a cauda parece ser uma corda que transforma o elefante numa corda; nem a tromba o transforma numa cobra -- não diz respeito à verdade: o elefante é um elefante, independente de pontos de vista.
O apóstolo Paulo afirmou que todos os eventos históricos e as doutrinas que dela extraímos, caso não fossem verdadeiras, fariam com que todo o cristianismo sofresse um verdadeiro efeito dominó (ICor. 15.12-19). Portanto, apenas o cristianismo é verdadeiro!
iii. Testemunho bíblico sobre a Veracidade de Deus.
Em várias partes, as Escrituras atestam a veracidade de Deus; a bíblia afirma que Deus é a verdade (Deut. 32.4; Jo. 15.26; 1Tes. 1.9); Ele é incapaz de mentir (Núm. 23.19; 1Sam. 15.29; Heb. 6.18); há um só meio de se ao Deus verdadeiro (Jo. 14.6; 1Jo. 4.6). Apenas podemos confiar nas promessas de Deus, e que seremos preservados salvos até ao fim porque Ele é verdadeiro (1Sam. 12.24; Sal. 25.4,5; 86.11; 89.35; 91.4; 117.2; Jo. 4.24; 8.32; 17.17; Ef, 1.13; 4.25; 2Tes. 2.13; 2Tim. 2.13,15). Por tais motivos não tememos perder a nossa salvação, porque isto é impossível!
QUESTIONÁRIO
1. O que significa o atributo da Perfeição de Deus? Explique.
2. Por que sabemos que existe um padrão moral? Explique.
3. Cite algumas evidências bíblicas da perfeição moral de Deus.
4. Deus segue o padrão moral? Explique.
5. O que a Bíblia Sagrada fala sobre o crente e a perfeição moral? Explique.
Nota:
[1] GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. Vol. i. p. 859-868.
[2] GEISLER, Norman; TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser Ateu. São Paulo: Editora Vida.