Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
XV - A MAJESTADE DE DEUS.
i. Introdução.
NESTA oportunidade, meditaremos em mais um dos atributos que pertencem a Deus e à sua Natureza. O atributo da Majestade de Deus torna evidente o fato de que nossa linguagem humana não é capaz de expressar completamente a grandeza de Deus.
De acordo com Norman Geisler, em sua Teologia Sistemática, “A majestade de Deus consiste na grandeza insuperável, eminência altíssima, exaltação inigualável e glória incomparável”.[1] Considerando a grandiosidade da criação de Deus, o próprio universo criado, podemos unir-nos ao salmista, e dizer: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sal. 19:1).
Se nos admiramos tanto com a precisão, grandeza e majestade da criação de Deus, quanto mais digno de honra é aquele cujas mãos fez todas estas coisas apenas pelo poder da Sua palavra? “Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e majestade” (Sal. 104:1). Todos nós devemos adorá-lo, não porque nossos atos de adoração sejam importantes, pelo contrário: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade” (Sal. 29:2).
ii. O que a Bíblia diz sobre a Majestade de Deus?
A Bíblia está completamente permeada com a verdade da Majestade de Deus; este atributo está relacionado com a força de Deus, e sua honra; quando viu o povo ofertando utensílios que seriam utilizados para edificação do primeiro templo (mais conhecido como ‘templo de Salomão), Davi exultou e louvou a Deus, dizendo: “Tua é Senhor, a magnificência e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos” (ICr. 29:11); anteriormente, no mesmo livro, fica igualmente clara tal grandeza, de Deus e seu poder: “Louvor e majestade há diante dele, força e alegria no seu lugar” (ICr. 16:27).
Muitos outros textos falam de outros aspectos da Majestade Divina; dentre eles, citamos: Deut. 33:26,29; IICr. 20:21; Jó 37:22; Sal. 21:5; 29:4; 45:3; 93:1; 96:6; 104:1; 111:3; 145:5; Is. 2:10,19,21; 13:3; Dan. 5:18; 7:27; Luc. 9:43; Heb. 1:3; IIPed. 1:16.
iii. Como reagir à Deus e sua Majestade?
Nutrirmos um sentimento correto quanto à Deus é parte essencial do que é ser um Cristão Conservador. Qualquer que seja a importância que se dê à doutrina correta e à adoração correta é essencial aos cristãos nutrirem um sentimento correto quanto a Deus, o objeto e o centro da adoração verdadeira.
Como queremos que as próximas gerações conheçam a doutrina correta e tenham uma vida espiritual correta, precisamos compreender agora a importância de conservamos modelos que são capazes de refletir sentimentos corretos quanto a Deus; é o que chamamos de Ortopatia. O termo Ortopatia vem dos vocábulos gregos “Ortho”, ‘correto’ e “pathos”, ‘sentimentos’.
O profeta Isaías começou seu ministério profético, dizendo “Ai, nação pecadora” (1:4); “Ai do ímpio!” (3:11); “Ai dos que ajuntam casa a casa” (1:8); “Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice” (5:11); Isaías via o pecado da nação, e dos homens perto dele, até o momento em que Ele viu a Santidade de Deus.
Quando Isaías teve a visão da glória de Deus, e vendo os anjos o adorarem, dizendo: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (6:3), qual foi a reação de Isaías? Assim lemos: “Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (6:5).
iv. Conclusão.
Os cristãos modernos são relativistas quanto aos sentimentos verdadeiros quando acreditam que eles mesmos determinam quais reações são corretas diante de Deus; no entanto, o padrão está fora de nós; o modelo de tais sentimentos está fora do crente, de maneira que devemos moldar nossos sentimentos às “coisas que são do alto” (Col. 3:2).
A verdadeira contemplação de Deus e da Realidade Divina não pode nos levar a reagir da maneira que reagiríamos a coisas banais; mas é justamente esta a reação dos cristãos modernos. A igreja moderna ou ama a Deus de maneira errada, ou amam a outro deus fabricado nos corações humanos.
Um deus que se contenta com uma adoração superficial e banal, certamente não é o Deus das Escrituras: “A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam” (Sal. 115:8); o resultado de um correto conhecimento de Deus, ou melhor, quando conseguimos ter uma visão correta de Deus, o Ser d’Ele reflete em nós sentimentos nobres e belos.
QUESTIONÁRIO
i. O que significa o atributo da Majestade de Deus? Explique.
ii. Cite cinco versículos bíblicos que provam a Majestade de Deus.
iii. Como devemos reagir corretamente à Majestade de Deus? Explique.
iv. O que as Escrituras dizem sobre o correto tipo de afeições que devemos nutrir por Deus? Explique.
v. Que consolação um crente pode encontrar no atributo da Majestade de Deus? Explique.
Notas:
[1] GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2010. p. 751.