Vivemos momentos de comunhão e muita alegria por data tão especial para todos.
Rogamos a Deus que ele venha abençoar grandemente as nossas queridas irmãs nessa tarefa tão singular, chamada mãe.
Nesse domingo, 09/05/2021, celebramos mais um dia das mães. Vivemos momentos de comunhão e muita alegria por data tão especial para todos. Rogamos a Deus que ele venha abençoar grandemente as nossas queridas irmãs nessa tarefa tão singular, chamada mãe.
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(Carta de José Rego do Nascimento a Enéas Tognini sobre o ocorrido no Seminário Batista do Sul, de 17 para 18 de Outubro de 1958) Belo Horizonte, 22 de Outubro de 1958 Amado irmão Enéas Saudações no Senhor Jesus Cristo Isaías 43:19 Escrevo-lhe, meu irmão, para informá-lo de que alguma coisa gloriosa está acontecendo em nossa Pátria. Estou voltando do Seminário do Sul, no rio, depois de uma semana de trabalhos especiais com os seminaristas, a convite do grêmio, onde estudamos a doutrina do Espírito Santo. Na Sexta-Feira pela manhã, o Senhor nos visitou com grande poder, levando ao altar quase todos os seminaristas. Na noite do dia seguinte, cerca de 50 seminaristas se reuniram na biblioteca para uma reunião de oração. Depois do cântico de alguns hinos, foi lido um trecho da Bíblia e começamos a orar. Todos se mostravam submissos e desejosos de Deus. Por volta da quarta oração, aconteceu pentecostes. O Espírito caiu sobre a casa, possuindo muitos. Alguns seminaristas se deixaram cair no chão, outros por sobre as mesas, outros se levantaram e muitos confessavam pecados em voz alta, ouvindo-se gemidos e sons de choro incontido. Atordoado pela surpresa do acontecido, levantei-me dos meus joelhos e pensei fechar os basculantes da sala e tomar qualquer medida que evitasse que o barulho chegasse até as casas vizinhas. Mas logo me senti repreendido pelo Espírito e deixei-me ficar no meu lugar, e entrando, eu mesmo, a participar da reunião. Que experiência Enéas!... Quando pedi que todos se levantassem, encerrando o período de oração, os seminaristas se abraçam possuídos de grande emoção, os rostos molhados de lágrimas. Era cerca de 1:30 da manhã, e fora tudo como se apenas cinco minutos se tivessem passados. Voltamos a louvar o Senhor, iniciando com o cântico do hino “Chuvas de Bênçãos”. Todos cantavam num clima de muita alegria e vibração. Findo o período de cânticos, começaram a pedir a palavra. Ora um, ora outro; e as confissões mais inesperadas e confissões mais tocantes tiveram lugar. Em seguida, voltamos a orar. Recomeçou a visitação do Espírito. Muitos sentiam-se cheios de poder do Espírito, e com tal intensidade que alguns pediam ao Senhor que parasse a visitação, o Batismo do Espírito. Alguns podiam conter a emoção e andavam pelo salão rindo livremente. Que espetáculo Enéas!... Assim como um banquete do céu na terra, o mosto do céu! O Apóstolo tem razão: “Enchei-vos do Espírito” Um dos seminaristas teve uma visão de Jesus, na glória. Agarrava-se a mim, enquanto dizia: Estou vendo o amado Salvador, não quero abrir os olhos, Pastor! Quando terminaram as orações, era cerca de quatro horas da manhã. Passou o tempo como um sopro. Fomos para a capela do seminário, onde encerramos os trabalhos da semana. Meu amado irmão, maravilhas ainda estão por vir. Já estávamos no domingo. Naquela manhã fui pregar na Igreja de Tauá, na Ilha do governador, que o pastor João Figueiredo pastoreava. O pastor Figueiredo assistira a reunião do Seminário e fizera a entrega de sua vida a Deus. Depois da mensagem, onde senti a poderosa unção do Senhor, pedi que todos se levantassem para orar. Por volta da quarta oração, o Espírito de Deus desceu sobre a casa, igual como no Seminário, e logo almas foram atiradas diante do altar, aos gritos e soluços, confessando os pecados. Homens, mulheres, velhos e crianças, quebrantados ante a presença terrível do Senhor. O pastor correu até ao púlpito ao meu lado, trêmulo de emoção e poder. Eu disse-lhe: Toma conta da tua Igreja, irmão, pois acaba de receberes o teu pentecostes e eu ainda preciso pregar em Zumbi. O carro já me esperava na porta. Quando saí pela porta dos fundos, um homem veio ao meu encontro de braços abertos, e agarrou-me, aos soluços, marcado pela angústia. Era, creio, um diácono da igreja. Cheguei ao carro, e uma senhora, de boa presença, tendo uma criança na mão, veio ao meu encontro dizendo: Senhor, nunca vi coisa igual. É a primeira vez que entro numa igreja protestante. Sinto-me transformada. Chamei um moço que passou assisti-la. O pastor Figueiredo, cheio de poder, naquele mesmo dia foi à sua igreja, em Mesquita, uma igreja de pobres operários. Quando lá chegou, contou das maravilhas que o Senhor operara, e o Espírito desceu sobre todos, idêntico às vezes anteriores, e quebrantou a igreja. Enéas, para mim foi tudo muito inesperado. Podemos proclamar: começou o avivamento em nossa Pátria. A reação já se faz sentir. Um professor do Seminário já culpou o reitor por ter aberto as portas do Seminário a um herético. As discussões já começam a surgir. O sentimentalismo, a emoção barata, tem sido chamado para justificar o ocorrido. Aqueles seminaristas eram antes racionais que simplórios; o mesmo que aconteceu com eles, aconteceu com humildes irmãos de Tauá e ainda melhor, de Mesquita. Enéas, Deus continua quebrantado pastores. Três estão nas mãos do Espírito. Em Maceió. Em São Paulo também. Meu amado irmão, espero tanto na sua influência e decisão nesta hora. Um seminarista, ovelha sua, falou-me do irmão com tanto amor e gratidão. Disse-me que o seu Pastor é outro homem. Falou-me de um seu sermão 2 Crônicas 7:14. Enéas, estamos prontos para o martírio nesta hora desafiante? Será que termos forças para sermos dignos? O irmão pode usar esta carta como desejar. Escrevo livremente, de coração para coração. Espero em novembro estar com o irmão e conversaremos sobre o trabalho. Com o abraço do conservo em Cristo, José Rego do Nascimento. (TOGNINI, ALMEIDA, 2007, p. 55-57). Lewi Pethrus nasceu na Suécia e era filho de um operário de fábrica. Ele cresceu na igreja batista num tempo em que haviam muitos grupos reunidos em casas para orar por avivamento. Ele se tornou evangelista (1902-1904) e frequentou o Bethel Seminary em Estocolmo (1905-1906). Pethrus experimentou uma poderosa purificação interior em 1905 e, depois de ler um livro de A. J. Gordon, ele começou a ansiar pelo batismo no Espírito Santo. Nas suas próprias palavras, ‘Havia milhares de outros (na Suécia) ao mesmo tempo clamando a Deus: ‘Dê-nos avivamento e encha-nos com o Espírito Santo’’. Em janeiro de 1907, ele leu em um jornal de T. B. Barratt, em Estocolmo, o qual estava experimentando línguas pentecostais na Noruega. Quando esse jovem entusiasta chegou a Oslo com tanta seriedade, ele logo recebeu o que procurava e se tornou um cristão pentecostal em experiência. Na época, ele era pastor da Igreja Batista em Lidkoping (1906-1911) e toda a sua congregação também aceitou a mensagem pentecostal, assim como numerosas outras igrejas na Suécia. Em 30 de agosto de 1910, uma nova Igreja Batista, Filadélfia em Estocolmo, foi formada, permitindo a plena liberdade do Espírito Santo em suas reuniões. Em 11 de janeiro de 1911, Pethrus foi chamado para ser seu pastor, mas em abril de 1913, a Convenção Batista Sueca expulsou Pethrus e sua nova congregação da convenção. O motivo declarado era sua política de “comunhão aberta”, mas o verdadeiro problema era a doutrina e a prática pentecostal. No entanto, Pethrus sempre respeitou sua herança batista, empregando até uma eclesiologia batista como base para a denominação pentecostal recém-fundada. A bênção de Deus estava sobre Pethrus e milhares se juntaram às fileiras de sua igreja na igreja local em Estocolmo e em todo o país. Quando assumiu o pastorado da Filadélfia, o número de membros era de 70, mas em um ano chegou a 244. No ano seguinte, subiu para 438 e, em 1918, era de 1.411. Em 1926, era 3.176 e, em 1938, atingiu uma soma colossal de 5.887. Quais foram suas características marcantes? Possuidor de uma simpatia, mas simplicidade em seu estilo e uma rara graciosidade de espírito, mas sua grande capacidade de organização está além de qualquer dúvida. Sua mente afiada e seu forte estilo de liderança deram uma espinha dorsal sólida ao movimento pentecostal em toda a Escandinávia. ‘Pethrus conduziu sua própria congregação a se tornar a maior do mundo pentecostal (até 1975) e o movimento pentecostal na Suécia a se tornar a maior Igreja Livre da Suécia, principalmente por sua capacidade de relacionar a igreja a todos os aspectos da vida. Sua visão holística da vida cristã e a moderação, dignidade e realismo de suas expectativas de desenvolvimento espiritual lhe renderam uma audiência em toda a Europa, América do Norte e Terceiro Mundo. Ele demonstrou ao mundo pentecostal que o movimento não precisava ser alienado da cultura nacional da qual faz parte.’ Ele era claramente visto como um estadista pentecostal, não apenas em sua própria nação, mas também em todo o mundo. Ele permaneceu pastor da Filadélfia, Estocolmo, até sua aposentadoria em 1958 e ativo no movimento até sua morte em 1974. Ele também fundou a Filadelphia Church Rescue Mission [Missão de Resgate da Igreja de Filadélfia] (1911); a Filadelphia Publishing House [Editora Filadélfia] (1912); a Filadelphia Bible School [Escola Bíblica Filadélfia] (1915); o periódico Evangelii Harold (1916); o Kaggeholms Folkhogskola (uma escola secundária) (1942); um jornal diário nacional, Dagen (1945); um banco de poupança, Allmanna Spar-och Kreditkassen (1952); e uma rede mundial de rádio, I.B.R.A. Radio (1955). Pethrus também foi um prolífico autor. Seu primeiro livro, Jesus Kommer (1912), também foi a primeira publicação da Forlaget Filadelfia (Editora Filadélfia). Seus escritos coletados compreendem dez volumes, sem contar suas memórias de cinco volumes e vários livros escritos após 1956. Ele também contribuiu amplamente para publicações periódicas. Seus livros e ensaios foram traduzidos para várias línguas. Bibliografia: Donald Gee, 'Wind and Flame' [Vento e Fogo] 1941 e 1967; D. D. Bundy art. 'International Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movements' [Dicionário Internacional dos Movimentos Carismático e Pentecostal] 2002. Traduzido por Ícaro Alencar de Oliveira. Rio Branco-AC, 23/06/2020. Link: <http://www.revival-library.org/index.php/pensketches-menu/other-pentecostal-pioneers/lewi-petrus>. JOSEPH SMALE E OS SERMÕES PERDIDOS QUE PREPARARAM LOS ANGELES PARA O AVIVAMENTO DA RUA AZUSA22/6/2020 Por Darring J. Rodgers, originalmente publicado em AG News em 10/10/2019 O avivamento da Rua Azusa (1906-1909) em Los Angeles e o pastor afro-americano da Missão da Rua Azusa, William Seymour, tornaram-se símbolos icônicos do movimento pentecostal. No entanto, historiadores e participantes do avivamento apontam para um pastor batista menos conhecido e formado no Spurgeon’s College, Joseph Smale, que ajudou a preparar Los Angeles para o avivamento. O catalisador imediato do avivamento da Rua Azusa ocorreu no verão de 1905, quando Smale, pastor da Primeira Igreja Batista de Los Angeles, voltou de uma visita ao País de Gales. Ele havia participado de reuniões durante o grande avivamento galês, durante o qual cidades inteiras experimentaram um derramamento do Espírito Santo. Smale testemunhou inúmeras pessoas se arrependerem do pecado e se voltarem para Deus, e ele orou para que Deus fizesse uma obra semelhante em Los Angeles. Smale abriu sua igreja para reuniões diárias de oração intercessória. Pessoas com fome espiritual vinham de Los Angeles e clamavam a Deus por avivamento – orando especificamente por um novo “Pentecostes”. As reuniões de oração atraíram um grande número de pessoas. No entanto, alguns líderes batistas se opunham ao caráter espontâneo da oração. Eles forçaram Smale a renunciar como pastor. Ele formou uma nova congregação, a New testament Church de Los Angeles, que se tornou um centro para as pessoas que se comprometeram a orar por avivamento. No outono de 1905, Smale pregou uma série de sermões intitulados “A Bênção Pentecostal”. Ele incentivou os crentes a buscar uma restauração das bênçãos espirituais descritas no Novo Testamento. Sob o ministério de Smale, inúmeras pessoas desenvolveram uma grande fome de Deus e se envolveram em profunda oração e estudo da Bíblia. Quando William Seymour chegou a Los Angeles na primavera de 1906 e começou a incentivar os crentes a procurarem dons espirituais bíblicos, ele encontrou um terreno fértil para sua mensagem. Pessoas de origens variadas e de várias igrejas – incluindo a igreja de Smale – lotaram a Missão da Rua Azusa para experimentar o Pentecostes dos dias atuais pelo qual estavam orando. Os historiadores sabem há muito tempo que a série de sermões de Smale, “A bênção pentecostal”, desempenhou um papel fundamental que antecedeu o avivamento da rua Azusa. Os sermões foram um manifesto sobre a importância de recuperar a vida espiritual da igreja primitiva. Eles convenceram e persuadiram muitos a buscar um maior derramamento do Espírito Santo. No entanto, ao que tudo indicava os sermões de Smale haviam sido perdidos para a história. Aparentemente, nenhuma cópia sobrevivera. Então o inesperado aconteceu. Vários anos atrás, alguém comprou uma cópia dos sermões de Smale em uma venda de garagem em Oklahoma. Ele não estava ciente de seu significado e os mostrou ao diretor do Flower Pentecostal Heritage Center, Darrin Rodgers, que imediatamente percebeu sua importância. Os sermões foram depositados no Heritage Center, onde estão preservados com segurança para a posteridade. É importante ressaltar que a Gospel Publishing House republicou The Pentecostal Blessing, que foi oficialmente lançada como parte de sua série “Spirit-Empowered Classics” em 2017. O livro inclui um prefácio da série do renomado historiador do Azusa Street Revival Cecil M. Robeck Jr. e um esboço biográfico esboço de Smale por seu biógrafo, educador batista britânico Tim Welch. Os sermões que prepararam Los Angeles para o Avivamento da Rua Azusa – há muito tempo perdido – agora estão disponíveis para os leitores do século XXI. A edição de 7 de outubro de 1962 do Pentecostal Evangel inclui um artigo de Stanley Horton sobre o Avivamento da Rua Azusa, que começa descrevendo o papel de Smale no avivamento. Link original: <https://ifphc.wordpress.com/2019/10/11/joseph-smale-and-the-lost-sermons-that-prepared-los-angeles-for-the-azusa-street-revival-2/> Traduzido em Português por Ícaro Alencar de Oliveira. Rio Branco-AC, 22/06/2020. Resposta ao texto - "NVI - O difícil caminho em busca de uma melhor tradução"
de Prof. Carlos Oswaldo Pinto Autor: Walter Andrade Campelo Em um momento de pesquisas, me deparei com isso: http://www.escolacharlesspurgeon.com.br/nav/pregacoes/texto.cshtml?categoria=em-foco&id=8 Omissos! Omissos comissivos, pois, podendo facilmente, não estão oportunizando as réplicas dessa resposta!! Por motivos óbvios!!! Seria bom oportunizar 2.ª réplica: Introdução Em tempos difíceis como os que vivemos, não podemos nos dar ao luxo de perder de vista o que seja a verdadeira palavra de Deus, preservada pelos séculos em uso pelos Cristãos, sendo alimento saudável e vivo a todos quantos a ela recorrerem. Deus prometeu, e tem cumprido, a perfeita preservação de sua palavra através dos tempos: (ACF1) "Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás." (Dt.12:32) (ACF) "Os meus dias são como a sombra que declina, e como a erva me vou secando. (12) Mas tu, SENHOR, permanecerás para sempre, a tua memória de geração em geração." (Sl.102:11-12) (ACF) "As obras das suas mãos são verdade e juízo, seguros todos os seus mandamentos. (8) Permanecem firmes para todo o sempre; e são feitos em verdade e retidão." (Sl.111:7-8) (ACF) "O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração. (12) Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo ao qual escolheu para sua herança." (Sl.33:11-12) (ACF) "Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o SENHOR, desde agora e para todo o sempre." (Is.59:21) A lista de passagens que tratam deste assunto poderia se estender por páginas. E em todas temos sempre a mesma promessa: - Que a palavra de Deus estará conosco para sempre e que o evangelho de Jesus é eterno: (ACF) "Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão." (Mc.13:31) (ACF) "E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo." (Ap.14:6) Com base neste argumento e com a plena convicção na inerrância, infalibilidade e inspiração divina da palavra de Deus, vem este servo do Senhor responder com mansidão às alegações encontradas no texto do Prof. Carlos Oswaldo Pinto, intitulado "NVI - O difícil caminho em busca de uma melhor tradução": (ACF) "Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes." (Tt.1:9) O texto do Prof. Carlos Oswaldo Pinto pode ser lido na íntegra no seguinte endereço na Internet: http://www.uol.com.br/bibliaworld/nvi/artigo01.htm História resumida do texto grego recebido (Textus Receptus) Por muitos séculos antes da "Reforma Protestante", o estudo do idioma grego foi virtualmente inexistente na Europa ocidental, mas em 1453 com a tomada de Bizâncio, capital da parte oriental do antigo Império Romano, por invasores muçulmanos, houve uma debandada de eruditos cristãos do oriente para o ocidente, trazendo consigo cópias de manuscritos das sagradas escrituras em sua língua original, o grego. Este fato reavivou o estudo do grego no ocidente, onde até este ponto circulavam apenas traduções antigas da palavra de Deus feitas a partir de 150 d.C. em Siríaco, Copta, e Latim. A versão em latim da palavra de Deus, conhecida como Vulgata, foi por ordem do Papa Damaso I "corrigida" por Jerônimo, passando a revisão a ser conhecida como a Vulgata de Jerônimo e a ser imposta pelo romanismo em contrapartida à antiga Vulgata latina, contudo destarte os esforços dos romanistas, ainda hoje restam cópias desta antiga versão. Na geração seguinte de eruditos em grego estava Erasmo de Roterdã, o qual preparou uma edição do Novo Testamento tendo como base vários dos melhores manuscritos gregos trazidos pelos que fugiram de Bizâncio, alguns dos quais estavam disponíveis no momento da tradução, outros que foram copiados durante a preparação para o lançamento de sua Bíblia em Latim, também vários textos dos pais da igreja, os quais faziam referência a textos bíblicos em seus escritos, além da tradução da Bíblia para o Latim (a Antiga Vulgata) e para o Copta. Sua primeira edição impressa surgiu em 1516 e foi seguida por outras quatro edições. Neste meio tempo, tendo início em 1502, foi ordenada pelo Cardeal Francisco Ximenes de Cisneros a compilação uma Bíblia poliglota, o que foi levado a cabo por um grupo de eruditos da Universidade de Complutum em Alcala (Espanha), com base em um outro conjunto de manuscritos bizantinos. O trabalho resultante foi publicado com o título de "Poliglota Complutensiana" em 1522. Mesmo tendo sido realizado por católicos, este foi um trabalho que teve grande valor e qualidade por ter-se atido aos manuscritos gregos que formaram sua base. Neste ponto entra em cena Robert Estienne (Stephens). Sendo simpatizante da causa de Calvino e homem de grande engenhosidade e habilidade lingüística, não passou despercebido pelo então Rei da França, Francisco I2, que o fez impressor oficial do rei, tendo a incumbência de imprimir várias obras em latim, hebraico e grego. Na função de impressor do rei, Robert Estienne criou algumas das obras-primas da tipografia francesa, assim consideradas até nossos dias. Em 1539, ele começou a produzir a primeira e considerada a melhor Bíblia hebraica completa já impressa na França. Em 1540, Estienne introduziu ilustrações em sua Bíblia latina. Contudo, ao contrário das ilustrações fantasiosas de eventos bíblicos, ele utilizou gravuras instrutivas, baseadas em evidências arqueológicas, ou em medidas e descrições encontradas na própria Bíblia. Estas ilustrações eram xilogravuras retratando assuntos como a arca da aliança, as vestes sacerdotais, o tabernáculo e o templo de Salomão. À esta época, Robert Estienne encomendou a Claude Garamond, o maior fundidor de tipos para impressão de então, um tipo grego especial, em três corpos, para que pudesse realizar uma impressão crítica do Novo Testamento em grego, utilizando-se também da coleção de manuscritos pertencentes ao rei Francisco I, e assim, baseando-se principalmente no trabalho de Erasmo e na Poliglota Complutensiana, bem como nos quinze manuscritos pertencentes ao rei, compilou várias edições do texto grego em 1546, 1549, 1550 e 1551. Em 1552 ele retirou-se de Paris para Genebra onde juntou-se definitivamente à causa protestante (vitória da verdadeira palavra de Deus!). Embora as primeiras duas impressões do texto grego feitas por Estienne fossem pouco melhores que a obra de Desidério Erasmo, Estienne acrescentou na terceira edição os cotejos e as remissões dos 15 manuscritos do rei, inclusive do Códice Bezae Cantabrigiensis, do quinto século. Esta edição teve aceitação tão ampla, que se tornou mais tarde a base do Textus Receptus, ou Texto Recebido, em que se basearam muitas das traduções posteriores, inclusive a tradução para o português realizada por João Ferreira de Almeida. Sua quarta edição de 1551, é basicamente a terceira edição, mas com a separação do texto em capítulos e versículos, separação esta adotada até hoje em nossas Bíblias. Baseando-se na edição de Estienne 1551, Theodore Beza, um proeminente teólogo e erudito de Genebra, produziu nove outras edições do Novo Testamento em grego entre 1565 e 1604. Beza teve acesso a vários manuscritos antigos, incluindo cópias da Peshitta, da versão siríaca e de sua tradução para o latim feita por Tremellius, textos estes que não estavam disponíveis a Estienne. A edição de 1598 de Beza ficou famosa por ter sido utilizada como uma das bases principais para a tradução do Novo Testamento da King James Authorized Version em 1611. Os textos dos Elzevirs de 1624 e 1633 são praticamente uma reimpressão do texto de Beza 1565 com não mais que 50 pequenas diferenças ao todo. Os Elzevirs eram impressores notáveis, e suas edições do Novo Testamento em grego foram precisas e elegantes. Através da Europa as edições dos Elzevirs vieram a ocupar lugar de honra, e foram utilizadas como padrão para comentários e comparações. A edição dos Elzevirs de 1633 se proclamava como sendo o "Textus Receptus", e desde então a edição de Estienne de 1550 (a terceira) ficou sendo conhecida como o "Textus Receptus" na Inglaterra e a edição dos Elzevirs de 1633 ficou com esta titulação no restante de Europa. Importante se faz dizer que entre a primeira edição de Erasmo e o Texto Recebido (Textus Receptus), existem apenas 335 diferenças em 140.000 palavras, sendo que a esmagadora maioria das diferenças entre os textos dizem respeito a pequenos erros tipográficos, a sinônimos, ou a diferenças menores, como em Mt.8:23 onde lê-se "no barco" lia-se "o barco", originando um erro de concordância. O mesmo pode ser observado em Mt.13:2 e 14:22. Em outras passagens temos diferenças como em Mt.9:18 onde lia-se "um certo chefe", passou-se a ler "um chefe". E ainda outras como em Mc.5:38 em que passou a ser omitido o "e" após "alvoroço", ou como a inversão de ordem dos versículos 13 e 14 de Mateus 23. Diferenças estas que podem ser consideradas como realmente mínimas, mas que mereceram a devida atenção por parte daqueles que estavam tratando com o texto sagrado, de modo a que o resultado fosse o que "homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo".(II Pe.1:21) Postura espiritual Quando estamos tratando de questões referentes à Palavra de Deus, não podemos deixar de levar em conta que Satanás está desde o início dos tempos lutando contra a pura Palavra de Deus. Foi Satanás quem levantou dúvidas a Eva sobre a palavra de Deus, perguntando: (ACF) "...É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?" (Gn.3:1) Portanto, não há como tratar deste assunto sem que estejamos, sob oração, nos colocando à disposição do Espírito de Deus para que nos use como instrumentos de sua vontade, levando sempre em conta as próprias escrituras, comparando as coisas espirituais com as espirituais, e não nos deixando levar em nenhum momento por paixões humanas. Sejamos então cuidadosos e sábios, seguindo os padrões bereanos, examinando tudo e retendo o bem. (ACF) "Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim." (At.17:11) (ACF) "Examinai tudo. Retende o bem." (I Ts.5:21) Após esta introdução e debaixo desta postura, passaremos então a analisar o texto do Prof. Carlos Oswaldo Pinto: Novas traduções "...Sua visão frutificou em um vasto número de Sociedades Bíblicas espalhadas por três continentes que tomaram sobre si a tarefa de traduzir e distribuir as Escrituras por todo o planeta. A tarefa continua, não apenas porque ainda há línguas que nada possuem da Palavra de Deus, mas porque aquelas que já a possuíam passam por constantes modificações, léxicas, sintáticas e semânticas, exigindo que hoje seja satisfeito o mesmo anseio presente na Praça das Águas em Jerusalém, 430 anos antes de Cristo -- ouvir e compreender claramente a santa Palavra de Deus." Sim, é fundamental que sejam feitas traduções e distribuições da Palavra de Deus para todo o planeta. Contudo, a tradução exige que se tome como base a verdadeira palavra de Deus, e não o que alguns homens por sua própria vontade ou com base em sua erudição pensem ser a palavra de Deus: (ACF) "Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes. (20) Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?" (I Co.1:19-20) E no caso de já haver sido traduzida a palavra de Deus a partir de uma base fidedigna, é mister que atentemos para o fato de que a língua é viva e que se modifica com o passar do tempo. Assim, pequenas correções ortográficas, ou sintáticas ou semânticas podem se fazer necessárias, como bem constata o Prof. Oswaldo, mas devemos estar sempre observando se o resultado está inteiramente de acordo com o texto original, com base em uma tradução por equivalência formal, tentando ocasionar a menor descaracterização possível da tradução existente, pois é muito importante que tenhamos concordância entre leitura e memorização dos textos bíblicos, prática esta que hoje está sendo abandonada devido à enorme quantidade de diferentes versões existentes: (ACF) "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. (2) Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite." (Sl.1:1-2) Uma questão mercadológica? "Num mercado longe de ser saturado, a NVI se estabeleceu como uma opção significativa para quem deseja ouvir a voz de Deus na sua leitura pessoal das Escrituras." Será que a palavra de Deus se tornou um artigo mercadológico? Como um carro, por exemplo? - Quando vamos comprar um carro escolhemos marca, modelo, se terá duas ou quatro portas, selecionamos um conjunto de opcionais para acompanhar o veículo, e assim por diante. Será que a compra de uma Bíblia, livro sobre o qual baseamos tudo o que acreditamos e tudo o que fazemos (nossa única regra de fé e prática), é como a escolha de um carro? Escolheremos a "palavra de Deus" que mais nos agrada, ou ainda aquela que tenha os opcionais que mais desejamos? Estas perguntas devem ser respondidas não sob a ótica de um editor de livros, preocupado com os lucros de sua empresa, mas sob a ótica de um pobre pecador, com o coração quebrantado, sedento de água viva e do "leite racional, não falsificado" (I Pe.2:2). Não podemos tomar a questão sob uma ótica mercadológica. A palavra de Deus não é um artigo que possa ser formatado ao gosto e ao sabor das vontades humanas, exatamente por não se tratar de algo humano: (ACF) "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." (II Pe.1:21) Uso do Texto Crítico "...o autor de E.E. dá a entender que a NVI utilizou acriticamente o chamado Texto Crítico (doravante TC)... Tal alegação é decididamente falsa..." Em verdade, não é assim tão falsa, uma vez que o CT (Comitê de tradução) de fato usou em praticamente todos os casos o TC. Como pode ser depreendido da própria explicação do Prof. Oswaldo: "Como todo comitê, o CT operava em termos de votação e quando questões textuais se nos apresentavam, eram resolvidas por um sistema de voto. Os membros do CT cuja preferência era pelo Texto Majoritário (TMaj) aceitaram o sistema sabendo das implicações de serem minoria." Se a decisão sobre o que é ou não a palavra de Deus coube ao comitê de tradução através de votação, e se em sua maioria seus componentes tinham preferência pelo TC, claramente esta foi a opção majoritária. Pode até ter havido (como de fato houve) em alguns pontos específicos a opção por uma leitura diferente, contudo não é difícil constatar-se que a NVI é uma legítima representante do TC em praticamente sua totalidade. Laranjas e bananas "De igual modo, sugere que a adoção da filosofia de equivalência dinâmica para uma tradução signifique negar a preservação das Escrituras. Trata-se claramente de misturar bananas e laranjas. Qualquer pessoa que já tenha de alguma forma lidado com exegese e tradução das Escrituras (ou qualquer outro tipo de literatura) sabe que é impossível existir plena equivalência verbal (correspondência unívoca) ao passar um texto de uma língua para outra. Mas, aparentemente, é isso que sugere o texto de E.E. " Esta afirmação apresenta-nos um problema, pois é sim possível efetuar-se uma tradução por equivalência formal entre duas línguas, tratando as impossibilidades de tradução direta, sempre que surgirem, através da adição de itálicas, o que indica a quem estiver lendo o texto que naquele ponto uma palavra foi adicionada para que pudesse haver uma perfeita fluência do texto na língua de destino, mas que esta palavra não se encontra no texto de origem. Devemos estar atentos, pois estamos tratando da palavra de Deus e não de "qualquer outro tipo de literatura", e que as regras aqui devem ser diferentes. Não podemos interferir com o que "homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (na NVI "impelidos pelo Espírito"), não podemos impor nossa própria interpretação do texto original ao traduzi-lo para outra língua, por mais hábeis que sejamos no manejo desta, sob pena de o resultado ser nossa visão da palavra de Deus e não a própria palavra de Deus. Causa-me profunda estranheza o fato do Prof. Oswaldo ver a tradução das Escrituras sob o mesmo prisma da tradução de "qualquer outro tipo de literatura", creio que isto sim é misturar laranjas com bananas. Apocalipse 22:16-21 "O manuscrito que Erasmo usou para o livro de Apocalipse, tomado de empréstimo ao erudito humanista Johann Reuchlin, não continha Apocalipse 22:16-21, que Erasmo retroverteu do latim para o grego!" De fato o códice 1r, o qual estava à mão de Erasmo durante a confecção de sua primeira edição do texto grego, não continha os versículos citados, pois lhe faltava a última folha. Contudo Erasmo, já havia tempos, estava compilando material para sua tradução da Bíblia em Latim, tendo neste processo consultado e compilado material de vários outros manuscritos, aparato este que com certeza foi utilizado para a colocação dos versículos faltantes em 1r. Não faz sentido pensar que houve qualquer outra atitude por parte de Erasmo, até porque seria impossível fazer uma tradução do latim para o grego, e chegar a um resultado que fosse exatamente, palavra por palavra, o encontrado na grande maioria dos manuscritos em grego. Este fato fica claro ao vermos que não existem diferenças nestes versos, comparando-se quaisquer das edições de Erasmo. Hoje existem fortes evidências que na verdade Erasmo utilizou-se da leitura encontrada no manuscrito 2049 em sua primeira edição do texto grego. A alegação de que Erasmo teria traduzido da Vulgata latina para o grego não se sustenta também pelo fato do texto de Erasmo e o texto da Vulgata terem várias pequenas diferenças (apesar do texto da Vulgata, nestes versos, praticamente não ter sofrido corrupção). Vejamos, por exemplo, o final do verso 20 de Apocalipse 22: Vulgata: amen veni Domine Iesu (Amém, vem Senhor Jesus). Erasmo: Amen. Nai, erchou, kurie Iesou (Amém, ora vem Senhor Jesus). O texto de Erasmo inclui a exclamação Nai (ora) inexistente no texto latino (e também inexistente no TC). E se, como quer o Prof. Oswaldo, Erasmo realmente tivesse traduzido estes versos a partir do latim para o grego, teria feito um trabalho realmente impressionante e digno de nota, conseguindo uma perfeita preservação do texto original, na língua original, a partir de uma tradução incorreta deste texto em uma outra língua! É como se partindo de uma Bíblia incorreta em português (como a NVI) chegássemos ao texto grego original, palavra por palavra! Preservação pelo TR "Talvez o autor de E.E. acredite que a inspiração das Escrituras se estenda também à tradução que Erasmo fez dessa porção de Apocalipse. Afinal, ele afirma que 'Deus preservou sua Palavra através do Textus Receptus.' " Entre todas as edições do TR há somente umas 300 palavras diferentes em 140.000, cerca de 0,002 %, e entre a primeira e a última edição do texto grego de Erasmo existem menos de 100 palavras diferentes em 140.000, ou cerca de 0,0007 %. Nada sequer próximo às mais de 1.400 diferenças encontradas, somente nos evangelhos3, entre o Sinaiticus e o Vaticanus, a base do TC, e das quase 10.000 diferenças entre o TC e o TR, ou seja, 7% de todo o texto do Novo Testamento !!!!! Muitos são os argumentos a favor do TR, contudo o desenvolvimento de explicações detalhadas sobre estes argumentos fugiriam ao escopo deste estudo (Alguns argumentos adicionais podem ser encontrados em outro estudo de minha autoria intitulado "Em Defesa da Palavra de Deus"). Mas, com base em todos os argumentos apresentados seja neste estudo ou em tantos outros já escritos, mas especialmente consultando a própria palavra de Deus, não há porque duvidar que, sim, Deus preservou perfeitamente sua Palavra através do TR. Qual deveria ser a base do TR "Qual das edições de Erasmo deveria ter sido tomada como base para o TR?" Qualquer uma delas poderia ter sido tomada como base, como ficou demonstrado acima, contudo em umas poucas passagens (bem poucas mesmo) ocorreram correções importantes entre a primeira e a terceira edições de Erasmo. "Qual TR é o verdadeiro TR?" O TR é o TR, basta vermos acima a distância de apenas 0,002 % entre quaisquer das edições do texto grego recebido. Mas, convencionou-se que a edição de Estienne de 1550 (a terceira) seria chamada de Textus Receptus. Agressividade, sim ou não? No início de seu texto o Prof. Oswaldo disse que: "Os dois artigos que mencionei acima são bastante agressivos" E no decorrer da sua explanação diz ele assim: Será que Beza fazia parte desse sinistro complô para minar a confiança do povo de Deus nas Escrituras? Será que o autor de E.E. se sente à vontade em companhia de tais parceiros? E agora quem está sendo agressivo?? Será que há como defendermos nossas posições sem agressividade? Sem ataques desnecessários e infundados à figura de Theodore Beza ou ao autor do folheto contrário à NVI ou ao CT ou a qualquer outra parte? Uma postura belicosa, realmente não se faz necessária, ao contrário, é contraproducente. Defendamos, pois, nossas posições, mas em um clima de paz e civilidade cristãs. Preservação de uma tradição antiquíssima apenas ou preservação da palavra de Deus? "...o valor do TR está em preservar uma tradição antiquíssima e bem documentada que se acha expressa na maioria dos manuscritos (à qual Erasmo e seus sucessores imediatos jamais tiveram acesso) e que essa tradição precisa ser confrontada com outros tipos-textuais para que se prove a sua superioridade..." Bom!! Vemos por este parágrafo que o Prof. Oswaldo tem claro entendimento de que o TR preserva a palavra de Deus conforme encontrada em 5210 manuscritos gregos, em um número ainda maior de manuscritos latinos, nas traduções antigas da palavra de Deus (Peshitta em siríaco, a Antiga Latina, que é a Vulgata original e a Copta, entre outras), assim como no Diatesseron e nas referências textuais encontradas nos escritos dos pais da igreja; e que todo o texto sagrado foi assim preservado através dos tempos pelo TR. Pena não ter compreendido que Deus preserva sua Palavra em uso por seus filhos. Não houve qualquer tempo em que não fosse possível ter-se acesso à verdadeira e pura palavra de Deus, fosse através de pessoas escolhidas e assinaladas para falar em nome de Deus ou, como é o caso aqui, através da perfeita preservação do texto bíblico. Assim temos uma preservação pública e contínua da palavra. E isto rigorosamente não aconteceu com os manuscritos principais do TC, os quais foram utilizados como base para a tradução da NVI. O códice Vaticanus, ficou séculos guardado em uma biblioteca no Vaticano (onde está até hoje, vindo daí seu nome) e ninguém pôde, por séculos, de fato analisá-lo diretamente. Ele veio à tona graças aos esforços de Konstantin Tischendorf que em 1866 obteve permissão para examiná-lo durante quatorze dias, em cada dia por apenas três horas, com o propósito de comparar (colatar) algumas passagens mais difíceis. Utilizando-se deste tempo, Tischendorf conseguiu copiar o manuscrito e publicou uma edição da sua cópia em 1867. O outro manuscrito usado como base principal para o TC é o códice Sinaiticus. Este códice também foi trazido à luz por Konstantin Tischendorf. Em 1844 ao visitar o Convento de Santa Catarina, localizado aos pés do monte Sinai (daí o nome do códice), encontrou em uma cesta de lixo alguns manuscritos de aparência antiga que estavam prestes a se tornar combustível para o fogão do convento. Tischendorf então os selecionou e separou. Eram quarenta e três folhas de pergaminho da Versão Septuaginta. Antes de retornar, Tischendorf tentou comprar dos monges o restante do manuscrito, mas estes vendo o interesse do pesquisador, preferiram reter o restante a vender-lhe naquele momento pelo valor que estava sendo oferecido. Em 1846 Tischendorf publicou o que havia conseguido do Sinaiticus sob o título de códice Frederico-Augustanus, pois este rei saxão foi o patrocinador de sua viagem. O manuscrito completo tinha partes do Velho Testamento incluindo os apócrifos, o Novo Testamento completo, além da forjada "Epístola de Barnabé" e também parte do texto falseado intitulado "Pastor de Hermas". É interessante notar que se Vaticanus e Sinaiticus não saíram das mesmas penas, com certeza vieram da mesma escola de escrita. Podemos observar este fato com facilidade pela similaridade do colofão4 colocado ao término de cada capítulo, que quando não idêntico, é sempre muito semelhante. Em 1862, após várias lutas religiosas e políticas, e após a promessa de entrega de vultosa soma em dinheiro e de títulos honoríficos aos monges, foi permitido a Tischendorf levar o seu tão desejado manuscrito do Convento de Santa Catarina para São Petersburgo na Rússia. Logo em seguida Tischendorf publicou na Alemanha várias cópias deste manuscrito, ganhando muito dinheiro com esta publicação, como viria a ganhar também com a publicação do códice Vaticanus. Assim, temos aí o retrato do que é tido pelo Prof. Oswaldo como "outros tipos-textuais", os quais devem ser comparados ao TR para que este possa "provar sua superioridade". Será que frente à origem destes manuscritos seria realmente necessária tal comparação? Se ainda assim fosse aventada esta possibilidade, não bastaria olharmos para as diversas rasuras, correções e emendas nos textos destes manuscritos, ou para as claras tentativas de falsificação encontradas onde deveria estar o texto de Mc.16:9-20 no Sinaiticus, e pelo espaço em branco com o exato espaço que seria necessário para acomodar os versículos encontrado no Vaticanus, para que por estas razões fossem estes textos considerados espúrios? Ou ainda, seria razoável o pensamento de que sendo estes manuscritos a verdadeira palavra de Deus, a Igreja do Senhor, perseguida e açoitada, tivesse sido privada dela por quatorze séculos? Creio que se analisarmos com bom senso e imparcialidade esta questão, as respostas a estas perguntas serão óbvias e indicarão que não poderiam ser, e não são, estes textos a verdadeira palavra de Deus. A verdadeira palavra de Deus é o texto que tem sido incessantemente usado pelos crentes até os dias de hoje, o texto que tem sido bênção na vida de milhões de pessoas, que tem trazido a mensagem da salvação ao pecador e de crescimento ao salvo, e não dois manuscritos que estiveram encostados por séculos em prateleiras empoeiradas. Marcos 9:24 "Aqui a NVI omitiu a palavra grega (senhor), o que o autor de E.E. classificou como negação da divindade de Cristo...A NVI seguiu o TC, omitindo a palavra. Legitimamente, o máximo de que o autor de E.E. poderia acusar o CT é de uma escolha textual ruim." Sim, foi de fato uma escolha textual muito ruim! Atos 8:37 "Esta passagem é alistada como um ataque à divindade de Cristo e à doutrina da salvação, com base na frase "creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus," supostamente proferida pelo etíope...A evidência em favor da frase (com cujo conteúdo claramente concordamos) é realmente muito frágil" Em verdade, mesmo que não houvesse a aquiescência por parte do Prof. Oswaldo ou do CT ou de qualquer outra pessoa, a frase continuaria sendo clara verdade e pré-requisito a todos os que tencionam batizar-se. Devemos ter cuidado neste ponto, pois a palavra de Deus não depende de nossa concordância. Alguns podem, algumas vezes, até não concordar com o que está escrito e disposto nos textos sagrados, mas, ainda assim, o texto ali escrito é a palavra de Deus e como tal deve ser tratado. Quanto à evidência textual desta passagem, ela não é tão frágil quanto afirma o Prof. Oswaldo, apesar de ter sido omitida nos manuscritos alexandrinos (usados como base para o TC) e em vários outros manuscritos mais recentes, ela é encontrada no Códice E e em vários outros manuscritos em grego (36, 88, 97, 103, 104, 242, 257, 307, 322, 323, 385, 429, 453, 464, 467, 610, 629, 630, 913, 945, 1522, 1678, 1739, 1765, 1877, 1891, etc.). É encontrada também em um grande número de manuscritos antigos em latim (do segundo ao quarto séculos, como os l, m, e, r, ar, ph, e o gig). Também encontramos referência a esta passagem em escritos de Irineu (202 d.C), de Cipriano (258 d.C), de Paciano (392 d.C) e de Ambrósio (397 d.C), além de estar referenciada no códice 4ap utilizado por Erasmo em sua primeira edição. Assim, apesar desta passagem, como bem cita o Prof. Oswaldo, não ser encontrada na maioria dos manuscritos sobreviventes, ela tem sim sólido suporte textual. Atos 9:5-6 "A origem mais provável desta frase no TR é a passagem paralela em At 26:14. A omissão da palavra (uma legítima diferença textual entre o TC e o TMaj) na primeira frase do verso 6 é claramente mitigada pela sua presença nos versos 5 e 10." Neste caso a omissão não é apenas de uma palavra como faz parecer o Prof. Oswaldo, apesar da palavra mencionada estar também faltando. Vejamos os versículos na ACF e na NVI: (ACF) "E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.(6) E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer." (At.9:5-6 ACF) (NVI) "Saulo perguntou: 'Quem és tu, Senhor?' Ele respondeu: 'Eu sou Jesus, a quem você persegue. (6) Levante-se, entre na cidade; alguém lhe dirá o que deve fazer'" (At.9:5-6) Como pode ser claramente visto pelas referências acima, a extirpação de texto na NVI (TC) é profunda, incluindo a referência ao momento em que Saulo se coloca inteiramente aos pés de Cristo: "Senhor, que queres que eu faça?", um dos mais sublimes testemunhos apresentados em todo o Novo Testamento, o momento em que o perseguidor "implacável" foi aplacado pela graça salvadora de Jesus, tendo seu coração sido preparado de antemão pelo Espírito Santo através da semente lá colocada pelo testemunho de Estêvão. Temos que ter presente o fato de que cada texto na palavra de Deus tem seu propósito e razão de ser, nada está lá por acaso, não há como extirparmos partes da palavra de Deus sob a alegação de que em outro versículo encontraremos o mesmo texto. Se assim fosse, poderíamos, por exemplo, eliminar Êxodo 20:1-17, pois em Deuteronômio 5:6-21 temos uma repetição do mesmo texto. Repito, nada está na palavra de Deus sem uma razão de ser. E não nos cabe decidir se um texto tem ou não importância, isto foi decidido pelo Espírito Santo ao inspirar homens santos a escreverem a revelação de Deus aos homens. Este verso, tal como está apresentado no TR, estabelece esplendidamente a divindade de Cristo, mas para esclarecimento não somente espiritual (que já deve estar suficientemente estabelecido), mas também para esclarecimento intelectual, vamos analisar a evidência textual que suporta a leitura desta passagem conforme se encontra no TR: Em uma olhada superficial a evidência textual pode parecer fraca, mas como veremos não é este o caso: A passagem pode ser encontrada em traduções antigas da palavra de Deus realizadas a partir de 150 d.C, como a Antiga Latina, a Peshitta, a Copta, a Eslovaca, a Georgiana, a Etiópica, e ainda outras. Pode também ser encontrada nos unciais5 C e W do quinto século, nos D e K do nono século e ainda em alguns outros. Pode ser encontrada na maioria dos cursivos6 e lecionários7 em grego. Pode ser encontrada nos manuscritos latinos ar, c, h, l, p, ph e t. Além de poder ser encontrada também no códice E e no 431. A evidência interna também corrobora que Cristo disse de fato estas palavras quando de seu encontro com Saulo, como ficou atestado pelos textos correlatos encontrados em At.22:10ss e em At.26:14ss. Desta forma, por quaisquer ângulos que venhamos a ver esta questão, teremos sempre a certeza de que a palavra de Deus é mesmo a que ficou preservada através do TR. I Pedro 2:2 "A inclusão da expressão grega ("para a salvação" ou "na salvação") é atribuída à crença de que "a salvação vem por um processo gradual de crescimento." Temos aqui um caso em que a tradição textual bizantina (TMaj) apresenta divisão. A leitura da NVI é apoiada por alguns dos principais manuscritos dessa tradição" Temos então posto um grave problema. "Para a salvação" é MUITO diferente de "na salvação". A primeira expressão indica claramente um destino, um alvo a ser alcançado, algo que ainda não temos, mas que estamos caminhando "para" conseguir. A segunda expressão indica já termos chegado lá, estarmos já "na salvação". É gravíssimo misturarmos estas duas expressões, pois querem dizer coisas completamente diferentes. A primeira indica exatamente que "a salvação vem por um processo gradual de crescimento", o que é contrário aos rudimentos mais básicos de soteriologia, enquanto doutrina estabelecida pela palavra de Deus. Já a segunda expressão é plenamente aceitável, pois o crescimento espiritual é um fato na vida do salvo e deve ser buscado por cada crente em Jesus Cristo. Vejamos os versículos como podem ser lidos na ACF (Almeida Corrigida Fiel da Sociedade Bíblica Trinitariana) e na NVI (Nova Versão Internacional): (ACF) "Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;" (NVI) "Como crianças recém-nascidas, desejem intensamente o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para salvação" Se no texto da NVI lêssemos "para que por meio dele cresçam na salvação", não haveria qualquer problema doutrinário. O problema está no TC, a base da NVI, que diz "para salvação". E assim por ter sido adotado o TC como base da tradução, temos um sério problema doutrinário incorporado à NVI. II Tessalonicenses 2:8 "Esta passagem está alistada como umas das "gravíssimas contradições." A NVI é acusada de contradizer Apocalipse 19:20 ao traduzir aqui o verbo grego ou por "matará". Ora, esse verbo indica "consumir " ou "destruir" em Lucas 9:54 (idéia de consumir com fogo) e em Gálatas 5:15 (sentido figurativo). Assim sendo, especialmente em vista de Lc 9:54, a tradução da NVI é aceitável e não configura contradição." O problema é que a tradução como está na NVI cria, de fato, uma contradição com Apocalipse 19:20, vejamos: (ACF) "E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados VIVOS no lago de fogo que arde com enxofre." (Ap.19:20, destaque adicionado) Se foram lançados vivos (zao) não poderiam estar mortos, mas poderiam sim, ter sido desfeitos ou consumidos (analisko), o que tem uma conotação completamente diferente. I João 5:7-8 "Será que gostaríamos de basear nossa crença da doutrina da Trindade numa passagem que não constava da primeira edição do TR (1516, que o autor de E.E. declara reconhecer como o seu TR, p. 1 do documento) porque Erasmo não a encontrara em nenhum manuscrito grego disponível?" A doutrina da trindade (trinitariana), não se baseia neste verso, ela vem desde Gênesis 1. Novamente sinto estranheza quanto a esta colocação do Prof. Oswaldo, pois não creio que ele seriamente possa crer que qualquer crente não neófito venha a basear um dos pontos doutrinários cardeais de nossa fé em apenas uma passagem bíblica. Entretanto, esta é uma das passagens que mais claramente nos apresenta esta doutrina, sendo por esta razão tomada e referenciada em praticamente toda apologia8 da doutrina trinitariana. Quanto à questão do manuscrito, sim, esta é uma das passagens que não se encontravam nos manuscritos utilizados por Erasmo durante a confecção de sua primeira edição do TR. "A adição da Comma Johanneum em edições posteriores se deveu a protestos iniciados pelos católicos romanos que produziram a Poliglota Complutensiana que, dominada pela Vulgata, incluíra o texto." Não, a adição da Comma não se deveu à grita católica, mas ao fato de Erasmo ter encontrado base sólida para a sua inclusão. Apesar de haver poucos manuscritos em grego onde pode ser encontrada esta passagem: 61 (séc. XVI), 88 (séc. XII), 221 (séc. X), 429 (séc. XIV), 629 (séc. XIV), 635 (séc. XI), 636 (séc. XV), 918 (séc. XVI), 2318 (séc. XVIII) e 2473 (séc. XVII), ela está extremamente bem documentada nos textos em latim. Está presente em praticamente todos os manuscritos antigos em latim, cujo número chega a exceder o número de manuscritos em grego. Vários pais da igreja citaram a passagem em seus textos: Cipriano (258 d.C), o "Varimadum" a cita (um escrito anti-ariano de autor desconhecido de 380 d.C), Prisciliano (385 d.C), Cassiano (435 d.C) e Cassiodoro (580 d.C), entre outros. Está na Antiga Latina (150 d.C), na Peshita (150 d.C), e na Speculum (550 DC). Ela é também encontrada no credo apostólico usado pelos Waldenses9 e também no usado pelos Albigenses, ambos no século XII. Com isto podemos ver que a passagem tem um suporte textual antigo e forte, apesar de ser minoritária nos manuscritos em grego. "Nenhum desses é anterior ao século XIV. A passagem não é citada por qualquer dos pais gregos, e sua primeira aparição em grego é num relatório conciliar de 1215." Como podemos ver pela explanação acima, esta informação do Prof. Oswaldo é incorreta. Vários dos pais da igreja citaram a passagem, há manuscritos do século X (221), do século XI (635) e do século XII (88), e claro sua primeira aparição em grego não foi neste relatório conciliar. "O aparato indica ainda que os manuscritos gregos que contém a Comma são os seguintes: 221, 2318..." Até prova em contrário, a NR da NVI não falou inverdade quando disse que o texto da Comma "não é encontrado em nenhum manuscrito grego anterior ao século XII". O ônus da prova se encontra com o autor de E.E. O 221 é do século X, sendo portanto anterior ao século XII. "Vale lembrar, ainda uma vez, que o Greek New Testament According to the Majority Text também omite a Comma, alistando o TR como a única testemunha a seu favor." Como foi mostrado acima, há várias outras testemunhas além do TR. E há também sólida evidência interna baseada no próprio texto grego que dá suporte à leitura encontrada no TR. Contudo, seu estudo fugiria ao escopo deste texto. Marcos 1:2 (ACF) "Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. (2) Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas. " (Mc.1:2-3) (NVI) "Conforme está escrito no profeta Isaías: 'Enviarei à tua frente o meu mensageiro; ele preparará o teu caminho' (2) 'voz do que clama no deserto: preparem o caminho para o Senhor, endireitem as veredas para ele'." (Mc.1:1-2) "Em Marcos 1:2, o texto adotado pela NVI exige muito maior firmeza quanto à inerrância do que o do TR. Conquanto minha preferência pessoal seja pelo TMaj (= TR), precisamos reconhecer que o mesmo expediente de alistar dois profetas sob uma única autoria acontece em Mateus 27:9..." Ora em Mateus 27:9 temos: (ACF) "Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram." (Mt.27:9) Se atentarmos para o texto vemos que este diz "vaticinara o profeta Jeremias", e não "escrevera o profeta Jeremias", há clara distinção entre falar e escrever, assim, não há contradição, ou erro, quando encontramos o fato não apenas profetizado, mas também escrito pelo profeta Zacarias (Zc.11:12-13). O mesmo não ocorre em Marcos 1:2. Por esta razão há uma informação incompleta (informação parcial apenas) na passagem tal como está na NVI, já que não foi somente o profeta Isaías (40:3) que escreveu sobre este fato, o profeta Malaquias também o profetizou e escreveu (Ml.3:1). Assim, apesar de não reconhecermos que o mesmo expediente de Marcos 1:2 tenha sido utilizado em Mateus 27:9, concordamos com o Prof. Oswaldo quanto à sua preferência pela leitura da passagem como é encontrada no TR, que lemos "nos profetas", indicando (como realmente ocorreu) que mais de um profeta escreveu sobre o fato. Mateus 27:34 "De igual modo, a questão do vinho e do vinagre em Mateus 27.34 reflete a expressão "procurar chifre em cabeça de cavalo." A diferença textual entre vinho e vinagre em grego é mínima () e poderia ser explicada tanto para um lado quanto para outro. O que dizer de Marcos 15:23, no TR, que usa "vinho"? Estará o TR em contradição com Salmo 69:21 [22 no Hebraico], onde surge a palavra "vinagre"? Quem sabe o fato do vinagre bíblico ser nada mais que vinho azedo (ver NVI em João 19:29) tenha motivado esse tipo de ambigüidade inerrante que o autor de E.E. apressadamente (ou por falta de maior destreza exegética) atribuiu à natureza herética da NVI?" No caso destas duas passagens, temos duas situações diferentes que ocorreram pouco antes da crucificação: (1) (ACF) "Deram-lhe a beber vinagre misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber." (Mt.27:34) (2) (ACF) "E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou." (Mc.15:23) (3) (ACF) "Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre." (Sl.69:21) Indo ao texto grego, temos: 1. Mt.27:34 - Deram a Jesus Vinagre misturado com Fel, ou "oxos" misturado com "chole". Esta é uma mistura extremamente desagradável de azedo com amargo, a qual Jesus após provar, se recusou a tomar. 2. Mc.15:23 - Deram a Jesus Vinho com Mirra, ou "oinos" com "smurnizo". Era costume à época de Jesus misturar-se mirra ao vinho de modo a dar-lhe um sabor e uma fragrância mais agradáveis. Esta bebida foi oferecida a Jesus, que a recusou sem sequer prová-la. Vemos então duas situações distintas e duas bebidas distintas. Sendo que a referência concordante com o Salmo 69:21 é a passagem de Mateus 27:34. Infelizmente o TC adultera esta passagem em Mateus, colocando a palavra "oinos" onde deveria estar a palavra "oxos", criando com isto uma contradição entre o texto de Mateus 27:34 e do Salmo 69:21 na NVI (que também nesta passagem seguiu o TC), problema este que não ocorre com o TR nem com as Bíblias traduzidas fielmente a partir dele. O Prof. Oswaldo cita também a passagem em João 19:29. Esta passagem se refere a uma terceira situação que ocorreu pouco antes da morte de Jesus: (ACF) " Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissope, lha chegaram à boca." (Jo.19:29) A palavra grega utilizada nesta passagem, tanto no TR quanto no TC, e traduzida pela ACF como vinagre é "oxos", e significa exatamente isto: vinagre. Esta passagem concorda com Mt.27:48, Mc.15:36 e Lc.23:36, e em todas as passagens a palavra utilizada é a mesma (ou seja "oxos"), significando sempre a mesma coisa: vinagre. Este é um princípio exegético básico, qual seja: uma mesma palavra em contextos idênticos tem sempre o mesmo significado. E como podemos observar, este princípio básico está sendo seguido pela NVI nas passagens apresentadas abaixo: (NVI) "Imediatamente, um deles correu em busca de uma esponja, embebeu-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e deu-a a Jesus para beber" (Mt.27:48) (NVI) "Um deles correu, embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e deu-a a Jesus para beber. E disse: "Deixem-no. Vejamos se Elias vem tirá-lo daí" (Mc.15:36) (NVI) "Os soldados, aproximando-se, também zombavam dele. Oferecendo-lhe vinagre" (Lc.23:36) (NVI) "Estava ali uma vasilha cheia de vinagre. Então embeberam uma esponja nela, colocaram a esponja na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus" (Jo.19:29) Mais uma vez uma afirmação do Prof. Oswaldo me causou estranheza. Isto aconteceu no momento em que afirmou que na NVI a palavra "oxos" em João 19:29 havia sido traduzida como "vinho azedo" contrariando a regra acima enunciada. Posso apenas supor (visto não ter a primeira edição do NT da NVI em mãos) que houve uma falha exegética em sua tradução, e que tal falha teria chegado até a prensa, tendo sido posteriormente corrigida pelo CT antes da publicação do texto completo da NVI. Mas, o que realmente importa é termos podido ver claramente que vinho é vinho e que vinagre é vinagre, e que estas traduções vem de palavras gregas distintas, com significados distintos e com usos distintos, devendo portanto ter sua correta tradução respeitada em todas as suas ocorrências (e não somente estas palavras, mas todas), sob pena de introduzirmos graves contradições no inerrante texto inspirado por Deus. (ACF) "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; (17) Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." (II Tm.3:16-17) Conclusão Não podemos de forma alguma sugerir que quaisquer das pessoas que participaram da tradução da NVI tenham comprometimento com uma agenda destinada a denegrir, vilipendiar ou destruir a confiança na inerrância da palavra de Deus. Mas, podemos afirmar que sua escolha de basear seu trabalho de tradução em um texto espúrio como o que resultou dos esforços dos padres anglicanos Westcott e Hort, estes sim pessoas com posições doutrinárias heréticas (como podemos comprovar pela leitura dos livros "Life and Letters of Fenton J.A. Hort"10 e "Life and Letters of Brooke Foss Westcott"11), resultou em uma obra com vários erros e problemas, introduzidos em grande parte pela base textual escolhida e em outra parte pela filosofia de equivalência adotada. Os textos resultantes sempre que comparados aos textos do TR, ou aos textos de quaisquer de suas traduções fiéis, estão invariavelmente em uma posição de enfraquecimento doutrinário, introduzindo dúvidas em algumas partes e contradizendo-se em outras, e com isto diminuindo a absoluta confiança que os crentes devem ter na inerrância da palavra de Deus. Não podemos imaginar qual seria a utilidade ou a necessidade de mais uma outra tradução da palavra de Deus (opinião esta que expressamos na introdução deste estudo), mas caso se achasse por bem executá-la, deveríamos então optar pela base textual que tem servido aos crentes durante séculos a fio, causando transformações de vidas e dando crescimento espiritual aos salvos, e esta base é o TR. Tenhamos se não uma única tradução, pelo menos uma única base textual! Não há como convivermos com mais que uma "palavra de Deus", não podemos ter dúvidas sobre o que Deus nos disse, não podemos ficar a cada passo lendo traduções e traduções da Bíblia para depois fazermos uma média e obtermos o que teria sido a palavra de Deus. A palavra de Deus é a palavra de Deus. Ela é única e imutável! (ACF) "Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão abalados; porém a minha benignidade não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não mudará, diz o SENHOR que se compadece de ti." (Isaías 54:10) 1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, exceto quando houver sido especificado em contrário. 2 Francisco I foi um rei francês comprometido com a causa protestante, sendo também aliado e colaborador dos protestantes alemães. 3 Conforme John William Burgon em seu livro "The Revision Revised". 4 Colofão é uma inscrição ou ilustração utilizada para separar porções de texto ou posta ao fim de manuscritos ou de livros impressos. 5 Uncial: Designativo da escrita que se originou do arredondamento das letras maiúsculas romanas e era usada principalmente em manuscritos gregos e latinos dos séculos IV a VIII. 6 Cursivo: manuscrito escrito com letra miúda e ligeira. 7 Lecionário: conjunto de passagens da Sagrada Escritura para ser lido na igreja. 8 Apologia: Discurso ou escrito laudatório para justificar ou defender alguém ou alguma coisa. 9 Cristãos fiéis que se recusaram a servir à hierarquia religiosa estabelecida. 10 HORT, A.F., Life and Letters of Fenton J.A. Hort, MacMillan and Co., London, 1896, vols. I,II. 11 WESTCOTT, A., Life and Letters of Brooke Foss Westcott, MacMillan and Co., London, 1903, vols. I,II. Acessível em http://luz.eti.br/es_respostanvi.html. Em Cristo, Alexander Vasconcelos bíblico,batista! Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
Publicado em “O Estandarte: Boletim Informativo da Missão de Fé Batista da Promessa”, de 17 a 23 de Fevereiro de 2020. Ano 3. Edição 4. Número 63. Texto-bíblico: “Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta” (Ap. 17.13) Leitura bíblica: Dan. 2.36-45; Ap. 13.1-6; 17.1-14. Hinos do Cantor Cristão: 108. Chamada Final | 111. Não Tardará | 114. A Vinda do Senhor. A. Introdução. CONSIDERANDO o que estudamos anteriormente, o período dos ‘tempos dos gentios’ consiste no período em que os judeus estariam espalhados entre as nações e a cidade de Jerusalém seria pisada pelos gentios (Luc. 21.24); o período dos tempos dos gentios será finalizado com o ressurgimento do último grande império mundial que foi simbolizado pelas pernas de ferro e pés de ferro misturado com barro (Dan. 2.33), e simbolizado também pela besta terrível e espantosa, com dentes grandes de ferro e que tinha dez chifres, que emergiu do Mar Grande (Dan. 7.7,8). Os quatro impérios mundiais que dominariam as nações do mundo durante os tempos dos gentios, são: o império babilônico, o império medo-persa, o império grego e o império romano, este último, manifestado em dois momentos diferentes da história humana (assim como a estátua tinha pernas de ferro, os pés eram de ferro misturado com barro, indicando a continuação). A última manifestação do império mundial gentílico, mencionada em Ap. 13.1-3, demonstra que o império do Anti-Cristo é descrito com os mesmos animais do sonho de Daniel (Dan. 7), enfatizando características dos impérios mundiais anteriores, mantendo uma continuação do poderio gentio. Depois que a igreja de Cristo for arrebatada (Jo. 14.1-3; 1Cor. 15.51-53; 1Tes. 4-13-18), imediatamente o anti-Cristo e o falso profeta se manifestarão ao mundo (Dan. 7.24-25; 2Tes. 2.2-3; Ap. 13.1, 11-12); a religião mundial única será organizada, tendo o Falso Profeta como líder da igreja meretriz (2Tim. 4.1-4; 1Jo. 2.18-19; Ap. 17.1-6); o império romano ressurgirá à partir da confederação de dez reinos (Dan. 7.7,24; Ap. 13.1; 17.3,12, 13). B. O Tempo dos Gentios e as Setenta Semanas. Considerando a profecia das setenta semanas de Daniel (Dan. 9.24-27) e dos quatro impérios mundiais que se levantariam, dominariam as nações e cairiam (Dan. 2.31-35; 7.1-7), compreendemos que os últimos sete anos das setenta semanas de Daniel são os últimos anos dos tempos dos gentios; ao terminar este período, a nação de Israel terá sido restaurada e o Messias estabelecerá o reino milenial (Ap. 20.1-6). Com base nessas profecias, podemos afirmar que: 1) Haverá uma reorganização das nações para constituir a forma final do quarto império mundial. Esse império será ferido pela “pedra” (Dn 2.35); será composto de dez partes diferentes (Dn 2.33; 7.7); terá uma cabeça, que, ao ascender, faz cair três das cabeças de estado já existentes (Dn 7.8). 2) A cabeça desse império será um blasfemador (Dn 7.8,25), um perseguidor dos santos (Dn 7.25) que continuará por três anos e meio (Dn 7.25) como inimigo especial de Deus e do plano de Deus para com Israel. 3) Essa cabeça do império fará com Israel uma aliança para restaurar-lhe a soberania (Dn 9.27), a qual será quebrada (Dn 9.27). 4) Esse líder invadirá a Palestina (Dn 11.41) e estabelecerá ali a sede do seu governo (Dn 11.45). 5) Ele será julgado no retorno do Senhor (Dn 7.11,26). 6) A destruição desse líder e de seus exércitos redimirá Jerusalém do domínio gentílico (Dn 7.18,22,27). 7) Essa libertação acontece por ocasião da segunda vinda do Messias (Dn 7.13; 2.35).[1] C. A Forma final do Poder dos Gentios A forma final como o poder gentílico se manifestará, será pelo ressurgimento do quarto império, o Romano (Dan. 2.36-44). Ele é representado pelos dez dedos, símbolo da confederação de dez reis e reinos (Dan. 2.41,42; 7.7-8,24); o ferro e o barro naturalmente não se unem; isso simboliza que embora a confederação venha a ter força (um só governo mundial), também será fraca (vários reis e nações independentes), como lemos em Ap. 17.13. Dentre os dez reinos, um indivíduo se levantará e exercerá domínio completo sobre os demais reis (Dan. 7.8,24; Ap. 13.1-10; 17.13), e três destes reis serão derrubados. Este governante será movido pelo ódio e pela blasfêmia, vindo a perseguir o povo judeu (Dan. 7.26), e tal governo dominará o mundo inteiro (Dan. 7.23). Segundo J. Dwight Pentecost (1915-2014), em sua obra Manual de Escatologia, a forma final do poder sucede a todas as formas anteriores, pois o animal que se levanta é um animal composto, partilhando as características do leopardo, do urso e do leão (Ap 13.2). 2) Essa forma de poder mundial é marcada pelos dez chifres (Ap 13.1), que são explicados em Apocalipse 17.12 como “reis” sobre os quais a besta reina. 3) E restaurado um antigo método de governo que deixou de existir em relação ao reino como um todo. João observa que essa besta tinha sete cabeças (Ap 13.1), e a cabeça atual tinha sido ferida mortalmente (Ap 13.3), mas a ferida seria curada. Essas cabeças, de acordo com Apocalipse 17.10, são reis ou formas de governo sob o qual Roma existiu. [...] Scofield comenta sobre a ferida mortal que foi curada (Ap. 13.3): “Foi a forma imperial de governo que cessou; ela é a cabeça ferida fatalmente. O que temos profetizado em Apocalipse 13.3 é a restauração da forma imperial como tal, embora sobre um império federado de dez reinos; a “cabeça” é “curada”, i.e., restaurada; existe um imperador novamente — a Besta. (SCOFIELD, op. cit., p. 1342).[2] O centro político em que o poder gentio exercerá sua autoridade durante a grande tribulação, será a cidade de Roma (Ap. 17.9); a autoridade que exercerá este poder é chamada de “oitavo rei” (Ap. 17.10,11), que será um César, um imperador Romano. 4) O império não é construído pela força, mas por consentimento mútuo (Ap 17.13). 6) O principal objeto do ódio da forma final do poder gentílico mundial é Jesus Cristo. "Pelejarão eles contra o Cordeiro" (Ap 17.14). A impiedade dos poderes mundiais, que buscam domínio mundial, manifesta-se no ódio contra Aquele a quem todo domínio foi dado (Fp 2.9,10; Ap 19.16). QUESTIONÁRIO 1. Qual a relação entre a profecia da estátua, dos quatro animais e das setenta semanas? Explique. 2. O que significa o período chamado ‘tempos dos gentios’? Explique. 3. Quantas nações se unirão para formar o quarto império mundial? Explique. 4. Qual cidade será o centro do poder do quarto império mundial? Explique. 5. Quem o imperador do quarto império mundial? Explique. Notas: [1] PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. São Paulo, SP: Editora Vida, 2006. p. 335-336. [2] PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. São Paulo, SP: Editora Vida, 2016. p. 339-340. 21 de junho de 2005.
David Cloud, Way of Life Literature, P.O. box 610368, Port Huron, MI 48061 866-295-4143, [email protected] A ASSOCIAÇÃO entre a moderna crítica textual que criou as modernas versões da Bíblia e o modernismo teológico pode ser estabelecida da seguinte forma: Considere, primeiro, o aviso das Escrituras. Os versos seguintes estabelecem uma associação entre a adoção e a infecção por heresia: Rom. 16.17-18; ICor. 15.33; Gál. 5.9; IITim. 2.16-17. Essas Escrituras foram ignoradas pelos neo-evangélicos que renunciaram ao “separatismo” desde os dias de Harold Ockenga no final da década de 1940, e o resultado foi a fermentação da erudição evangélica com o modernismo teológico. Contrário ao comando das Escrituras para se separarem dos hereges, os neo-evangélicos sentam-se aos pés dos teológicos modernistas, estudando seus livros e buscando diplomas em instituições liberais, também estudando em instituições teológicas na Alemanha, a sede do modernismo. Considere a advertência do Dr. Edward F. Hills. Tendo estudado a crítica textual ao nível de pós-graduação (tendo obtido um doutorado neste campo em Harvard), Hills fez a seguinte observação: “[…] A lógica da crítica textual naturalística leva ao completo modernismo, a uma visão naturalista não apenas do ponto de vista do texto bíblico, mas também da Bíblia como um todo, bem como da fé cristã. Ora, se é certo ignorar a providencial preservação das Escrituras no estudo do texto do Novo Testamento, por que não está certo ir mais longe no mesmo sentido? Por que não é certo ignorar outros aspectos divinos da Bíblia? Por que não é certo ignorar a inspiração divina das Escrituras ao discutir a autenticidade do Evangelho de João ou o problema sinótico ou a autoria do Pentateuco? […] impelido por essa lógica sem remorso, muitos estudantes bíblicos conservadores tornaram-se totalmente modernistas em seu pensamento. Mas ele não reconhece que se afastou da fé cristã. Ora, do seu ponto de vista, ele não se afastou. Ele apenas viajou mais para o mesmo caminho que começou a percorrer quando estudou a crítica textual naturalista do tipo de Westcott e Hort, talvez em algum seminário teológico conservador. Do seu ponto de vista, seus ex-professores ortodoxos são curiosamente inconsistentes. Eles usam o método naturalista na área da crítica textual do Novo Testamento e, em seguida, soltam-no da forma mais ilógica, como algo quente demais para segurar nas mãos, quando chegam a outros departamentos de estudo bíblico “(HILLS, The King James Version Defended [A King James Defendida], 4a edição, p 83). Considere o alerta do Dr. Thomas Strouse, decano do Seminário Teológico Batista Emmanuel, Newington, Connecticut. “O fruto da teoria crítica textual de Westcott-Hort é a heresia bibliológica. O fruto dessa teoria não apenas culmina em uma falsa doutrina da preservação, mas também termina na visão modernista de erros nos autógrafos. Por exemplo, Bruce Metzger defende que Mateus incorporou erros em sua genealogia real de Cristo (Bruce Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament [Comentário Textual sobre o Novo Testamento Grego]. [NY: United Bible Societies, 1975], p. 1) “(STROUSE, The Pauline Antidote for Christians Caught in Theological Heresy: An Examination and Application of 2 Timothy 2:24-26 [Um Antídoto Paulino para os Cristãos Pegos na Heresia Teológica: Um Exame e uma Aplicação de 2 Timóteo 2:24-26], Emmanuel Baptist Theological Seminary, Newington, CT, 2001). Considere o aviso inadvertido de um crítico textual modernista. O perigo teológico inerente à prática da crítica textual foi admitido do lado liberal por E. Jay Epps, da Harvard Divinity School: “Sequer (para aqueles que escolhem trabalhar dentro de uma estrutura teológica) a crítica textual é uma disciplina ‘segura’ – uma frase que ouvi por quatro décadas – que pode ser praticada sem contestação de convicções teológicas ou sem risco para os compromissos de fé ou afirmações de verdade. Eu duvido que sempre tenha sido “seguro” – pelo menos para qualquer um que tenha pensado sobre as implicações de nossas milhares de unidades de variação, com suas leituras e concepções competitivas, bem como as motivações teológicas que são evidentes em tantas pessoas. Mas se um dia foi uma disciplina “segura”, já não é mais. […] Qualquer um que a abrace como uma vocação verá seus desafios intelectuais multiplicados por suas amplas fronteiras e horizontes ampliados, que se estendem à codecologia e à papirologia e também aos primitivos campos cristãos, clássicos, literários e sociológicos, todos os quais favorecem a acomodação da riqueza da tradição manuscrita, com sua multiplicidade de textos e seus originais multivalentes, em vez de uma míope busca de um único texto original. Tanto o treinamento amplo quanto o conhecimento, e a capacidade de tolerar a ambiguidade estarão no topo da lista de qualificações necessárias para seus praticantes” (E. Jay Epps [The Multivalence of the Term ‘Original Text’ in New Testament Textual Criticism [A Multivalência do Termo ‘Texto Original’ na Crítica Textual do Novo Testamento], Harvard Theological Review, 1999, Vol. 92, No. 3, pp. 245-281; este artigo é baseado em um artigo apresentado na Seção de Crítica Textual do Novo Testamento, da Reunião Anual da Society of Biblical Literature, Orlando, Flórida, em novembro de 1998). EXEMPLOS DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A CRÍTICA TEXTUAL MODERNA E O MODERNISMO TEOLÓGICO 1. CADA DENOMINAÇÃO E ORGANIZAÇÃO QUE ADOTOU A CRÍTICA TEXTUAL VERDADEIRAMENTE, CAIU NO MODERNISMO TEOLÓGICO. Vemos isso contrastando a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (BFBS) [e a (SBB) Sociedade Bíblica do Brasil] e a Sociedade Bíblica Trinitariana [do Brasil] (SBTB). A BFBS [e a SBB] adotou a crítica textual na segunda metade do século XIX e hoje é permeada pelo modernismo. Por exemplo, a BFBS produziu a New English Bible [e a SBB produziu a Bíblia na Linguagem de Hoje]. A porção do Novo Testamento foi publicada em 1961, e toda a Bíblia, em 1970. O diretor, Charles H. Dodd (1884-1973), também foi vice-presidente da BFBS. As seguintes citações dos livros de Dodd demonstram o modernismo teológico que permeou esta Sociedade Bíblica: “A própria Bíblia não reivindica qualquer autoridade infalível para todas as suas partes […]” (DODD, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.15). “Há muito tempo ficou claro que, ao reivindicar a exatidão bíblica em questões de ciência e história, seus apologistas haviam escolhido uma posição desesperada para defender” (DODD, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.13). “Deus é o autor, não da Bíblia, mas da vida em que os autores da Bíblia participam, e da qual eles nos dizem tais imperfeita palavras humanas, conforme podiam ordenar” (DODD, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.16). “[Moisés] era um mágico, um curandeiro, cuja varinha mágica fazia maravilhas de libertação e destruição. […] Separar a história da lenda nas histórias de sua carreira é impossível e não muito proveitosa “(DODD, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.45). “No século IX a.C. Jeová ainda é cruel, inconstante, irritado, injusto (pelos padrões humanos de justiça) e mentiroso. Os profetas do período clássico trouxeram o avanço tardio das ideias do caráter de Jeová. A remoldagem dos profetas da ideia de Deus é verdadeiramente, na medida em que devemos francamente confessar, parcial” (DODD, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.98). “A inspiração não leva à inerrância, nem é a inerrância que dá autoridade” (Dodd, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.129). “Certamente os profetas às vezes erraram. É por isso que nos cabe deixá-los falar por si mesmos, com os olhos abertos para o elemento de erro em seus ensinamentos” (DODD, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.128). “Há provérbios [de Jesus] (não muitos de fato) que simplesmente não são verdadeiros, em seu significado claro, ou são inaceitáveis para a consciência ou a razão do povo cristão” (DODD, Library of Constructive Theology [Biblioteca de Teologia Construtiva], p.233). “A famosa ‘baleia’ ou monstro marinho, não é um espécime zoológico. O antigo monstro do caos, o dragão das trevas, era uma figura familiar em várias mitologias do mundo antigo […] Quando o Evangelho de Mateus usa a história de Jonas como um símbolo da ressurreição dentre os mortos, não está muito longe de ser a intenção original do mito” (DODD, The Bible Today [A Bíblia Hoje], Cambridge: University Press, 1960, p.17). “Se Isaías diz: ‘Eu vi o Senhor’, Paulo também diz: ‘Não vi eu ao Senhor?’ […] A implicação é que as reuniões pós-ressurreição dos discípulos com nosso Senhor podem ter sido ‘visionárias’“ ( Dodd, The Bible Today [A Bíblia Hoje], p.102). “A criação, a Queda do Homem, o Dilúvio e a Construção de Babel são mitos simbólicos” (DODD, The Bible Today [A Bíblia Hoje], p.112). “Como todo ser humano está sob o julgamento de Deus, todos os seres humanos estão finalmente destinados, em sua misericórdia, à vida eterna” (DODD, The Bible Today [A Bíblia Hoje], p.118). “A estranha lenda da destruição das cidades da planície tem seu centro vital no encontro de Abraão com Deus” (DODD, The Bible Today [A Bíblia Hoje], p.150). “Pois, de fato, a mera ideia da expiação vicária [a morte substitutiva de Cristo no lugar dos pecadores] não é inteiramente racional, e facilmente se presta ao fanatismo. Afinal, se Deus exige o sofrimento de um para que os pecados dos outros sejam perdoados, um significado é encontrado para o sofrimento, mas às custas da racionalidade de Deus, para a qual os profetas contendiam tão vigorosamente” (DODD, The Authority of the Bible [A Autoridade da Bíblia], p.215). Por outro lado, a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (SBTB), que também foi formada no início do século XIX, resistiu à crítica textual moderna e permaneceu fiel à sua herança protestante ortodoxa. Ela ainda está defendendo o nascimento virginal, a divindade, os milagres, a expiação e a ressurreição corporal de Jesus Cristo; salvação pela graça; a Trindade; a Inerrância Bíblica. Ela ainda está separada da Igreja Católica Romana e não participa de projetos ecumênicos de tradução. 2. ESTE FERMENTO HOJE ESTÁ TRABALHANDO DENTRO DE SEMINÁRIOS EVANGÉLICOS E FUNDAMENTALISTAS QUE ADOTARAM A CRÍTICA TEXTUAL MODERNA. CONSIDERE ALGUNS EXEMPLOS: TRINITY EVANGELICAL DIVINITY SCHOOL [ESCOLA EVANGÉLICA DE DIVINDADE DA TRINDADE] D.A. Carson, professor da Trinity, escreveu um livro influente sobre a versão da Bíblia chamado “The King James Debate: A Plea for Realism” [O debate sobre a King James: Um apelo ao realismo]. Este livro exerceu considerável influência dentro dos círculos fundamentalistas, mas esse autor “evangélico” tem sido dramaticamente influenciado pelo modernismo teológico quanto ao texto da Escritura. Carson adotou algumas das técnicas de tradução de linguagem inclusiva (The Inclusive Language Debate [O Debate sobre Linguagem Inclusiva], Baker Books, 1998). Carson afirma que está tudo bem mudar os pronomes singulares de João 14:23 para o plural. É isso que a linguagem inclusiva da N.V.I.I. faz (New International Version Inclusive [Nova Versão Internacional Inclusiva], publicada por Hodder e Stoughton em 1996). Ele diz: “Aqueles que me amam obedecerão ao meu ensino. Meu Pai os amará e nós iremos até eles e faremos nossa morada com eles”. Carson defende isso. Carson defende muitas dessas perversões linguísticas inclusivas. Ele diz que está tudo bem para a N.I.V.I. mudar “irmão” em Mateus 5:22 para “irmão ou irmã”. Ele diz, de fato, que isso é “preferível”. Ele apóia a leitura do N.V.I.I. em João 11:50 e I Coríntios 15:21, que muda “homem” para “ser humano”, embora ambas as passagens falem da morte de Cristo. Ele também defende a tradução do NIVI de Apocalipse 3:20, que muda o pronome singular “com ele cearei” para o plural “com eles cearei”, destruindo assim o amável aspecto pessoal da promessa de Cristo. Ele discute as mudanças no Salmo 8:4 de “Que é homem” para “Que são os meros mortais” e “o filho do homem” para “seres humanos”. Mesmo que isso destrua uma profecia messiânica; Carson argumenta: “Eu não estou convencido de que os críticos estão certos ao dizer que danos terríveis foram causados por traduções de linguagem inclusiva dessa passagem porque de alguma forma espremeram Cristo à periferia”. Tudo isso é uma aquiescência ao modernismo teológico e é uma negação da inspiração verbal. Carson adotou a Crítica a Forma ou a Crítica da Redação dos Evangelhos. Considere outra declaração de Carson: “Além disso, muitas das suposições nas quais a crítica da forma se baseia, parecem ser válidas: houve de fato um período de transmissão principalmente oral dos materiais do evangelho; muito disso foi provavelmente transmitido em pequenas unidades; provavelmente havia uma tendência desse material assumir certas formas padronizadas; e a igreja primitiva influenciou indubitavelmente a maneira como esse material foi transmitido. Definido estreitamente desta forma, há, sem dúvida, um lugar para críticas formais no estudo dos Evangelhos” (D.A. Carson, Douglas Moo, Leon Morris, An Introduction to the New Testament [Uma Introdução ao Novo Testamento], 1992, pp. 23, 24). De fato, não há validade escriturística para qualquer uma dessas suposições, e todas elas desaparecem diante da inspiração divina. Dizer que a “igreja primitiva influenciou indubitavelmente o modo pelo qual este material foi transmitido” é uma rejeição clara da doutrina da inspiração divina. Ou os Evangelhos foram escritos por inspiração do Espírito Santo ou foram escritos por processos naturais. Não pode haver meio termo para um crente. O Senhor Jesus prometeu que o Espírito Santo guiaria os discípulos em toda a verdade (João 16.13) e II Timóteo 3.16 afirma que toda a Escritura é dada por inspiração de Deus. Isso finaliza o assunto. Se os autores dos Evangelhos usaram ou não algumas fontes secundárias é uma questão sem sentido para o crente. Se eles usassem fontes secundárias, nunca saberíamos o que eram. Deus não escolheu revelar isso para nós, pois isso é insignificante. Tudo o que precisamos saber é que o Espírito Santo deu os Evangelhos. É nosso dever estudar os Evangelhos com fé e pregá-los para o mundo inteiro, em vez de seguir o caminho vago de desperdiçar incontáveis horas tentando averiguar se havia um documento chamado “Q” ou se Mateus poderia ter pegado algo emprestado de Marcos ou Marcos de Mateus, etc. Carson afirma que nos Evangelhos não temos as palavras reais de Jesus, mas apenas uma aparência do que Jesus disse. “Mas a falha em preservar a ipsissima verba Jesu (as palavras autênticas de Jesus) não significa que eles tenham adulterado a ipsisima vox Jesu (a autêntica voz de Jesus)” (D.A. Carson, Douglas Moo, Leon Morris, An Introduction to the New Testament [Uma Introdução ao Novo Testamento], 1992, p.44). Este é o antigo argumento modernista de que os Evangelhos dão apenas uma aparência do que Cristo disse em vez de Suas palavras reais. E é uma repetição da bobagem modernista de que a Bíblia é de alguma forma autoritária, embora não seja verbalmente inerrante. DALLAS THEOLOGICAL SEMINARY [SEMINÁRIO TEOLÓGICO DE DALLAS] O professor Daniel Wallace, de Dallas, defende a abordagem de redação dos Evangelhos, que os Evangelhos não foram escritos por inspiração direta de Deus, mas copiando material de fontes secundárias, negando a inspiração da Escritura pelo Espírito Santo, ensinado por Cristo e pelos Apóstolos. O relato de 35 páginas de Wallace chamado “The Synoptic Problem” [O Problema do Sinóptico], que foi publicado na Internet, é em grande parte uma resenha do livro “The Synoptic Problem: An Introduction” [O Problema do Sinóptico: uma Introdução], de Robert H. Stein (Stein é professor no Southern Baptist Theological Seminary [Seminário Teológico Batista do Sul] em Louisville, Kentucky. Observe atentamente os seguintes trechos do relato de Wallace: “É completamente impossível sustentar que os três evangelhos sinóticos eram completamente independentes um do outro. No mínimo, eles precisavam compartilhar uma tradição oral comum. Mas a vasta maioria dos estudiosos do NT hoje discutiria por muito mais do que isso” (WALLACE, The Synoptic Problem [O Problema do Sinóptico], p.1). Ao contrário, os proponentes da Crítica da Redação não provaram este ponto, nem podem. “Veremos posteriormente que, antes da escrita dos Evangelhos, existia um período em que os materiais do evangelho eram transmitidos oralmente, e é claro que essa tradição oral influenciou não apenas o primeiro de nossos evangelhos sinóticos, mas também os subsequentes”. (WALLACE, The Synoptic Problem [O Problema do Sinóptico], p.4). Isso é um absurdo modernista. Está claro nas Epístolas que os autores do Novo Testamento tinham o hábito de escrever e não há evidência alguma de que os Evangelhos foram transmitidos oralmente antes de serem escritos. “A maioria dos eruditos do Novo Testamento se atém à prioridade de Marcos (Marcos foi escrito primeiro e depois Mateus e Lucas basearam seus evangelhos naquele) (ou a hipótese de duas fontes de Holtzmann ou a hipótese de quatro fontes de Streeter). Essa é a visão adotada neste artigo também” (WALLACE, The Synoptic Problem [O Problema do Sinóptico], p.6). Os escritores dos Evangelhos não tinham motivos para se emprestarem uns dos outros, porque cada um deles foi escrito para um propósito diferente, preencher o retrato divino das quatro dimensões de Cristo. “Um argumento sobre as leituras mais difíceis de Marcos, que foi (até onde posso dizer) completamente ignorado, é a probabilidade de que nem Lucas nem Mateus tivessem cópias intocadas de Marcosà sua disposição. […] Um escriba intermediário é provavelmente responsável – intencionalmente ou não – por mais do que algumas das mudanças que acabaram em Lucas e Mateus” (WALLACE, The Synoptic Problem [O Problema do Sinóptico], nota de rodapé 49). Que visão casuística dos Evangelhos! Ela voa diante da inspiração divina. “Mateus e Lucas têm em comum cerca de 235 versos não encontrados em Marcos. […] Apenas duas razões viáveis para tais paralelos podem ser dadas: ou um escritor evangélico conhecia e usava o evangelho do outro, ou ambos usavam uma fonte comum” (WALLACE, The Synoptic Problem [O Problema do Sinóptico], p.19). O professor do Dallas está errado. Há uma terceira “razão viável”, a saber, que cada Evangelho foi dado por inspiração divina e o material exclusivo para cada um, assim como o material compartilhado em comum foi selecionado pelo Espírito Santo. BOB JONES UNIVERSITY [UNIVERSIDADE BOB JONES] Não é de surpreender que as visões heréticas das Escrituras estejam começando a se infiltrar em algumas instituições de formação fundamentalistas, na medida em que jazem aos pés dos teólogos modernistas e dos novos evangélicos influenciados pelo modernismo, usando livros escritos por homens como Bruce Metzger, Kurt Aland e os mencionados acima, D.A. Carson e Daniel Wallace. Professores fundamentalistas também estão buscando cursos de instituições como Trinity Evangelical Divinity School e Dallas Theological Seminary. Considere o que está acontecendo em relação à doutrina da preservação bíblica na Universidade Bob Jones. Em uma visita à livraria em março de 2005, vi pelo menos cinco livros do liberal Bruce Metzger à venda; ele acredita que o Antigo Testamento é repleto de mitos, incluindo seu livro The Text of the New Testament: its Transmission, Corruption, and Restorarion [O Texto do Novo Testamento: Sua Transmissão, Corrupção e Restauração] que pelo seu próprio título nega a preservação divina da Escritura. Samuel Schnaiter está na faculdade da Bíblia na Universidade Bob Jones. Sua dissertação de doutorado em 1980 foi intitulada “The Relevancy of Textual Criticism to the Modern English Version Controversy for Fundamentalists” [A Relevância da Crítica Textual para a Controvérsia da Versão Moderna Inglesa para os Fundamentalistas]. Considere um trecho: “No que diz respeito à preservação, no entanto, nem a Escritura declara explicitamente qualquer coisa deste tipo de orientação para aplicar aos copistas dos manuscritos no que diz respeito à formulação precisa do texto. Alguns deduziram essa orientação sobrenatural das Escrituras. Eles notam passagens que prometem que a Palavra de Deus nunca perecerá ou se perderá. No entanto, tais promessas de preservação, tendo em vista as variações de trabalho, devem se aplicar apenas à mensagem da Palavra de Deus, não sua redação final” (SCHNAITER, Relevancy of Textual Criticism [A Relevância da Crítica Textual], 1980). Os autores das antigas confissões de fé discordariam fortemente deste professor fundamentalista. “O Antigo Testamento em hebraico […] e o Novo Testamento em grego […] sendo imediatamente inspirados por Deus, e por seu cuidado e providência singular mantidos puros em todos os tempos, são, portanto, autênticos; assim como em todas as controvérsias da religião, a Igreja finalmente as apela” (Confissão de Fé de Westminster, 1648). Essa mesma declaração abençoada sobre a preservação foi afirmada pelos Batistas na Confissão de Londres de 1677 e na de Filadélfia de 1742. Homens de Deus nos séculos XVI, XVII e XVIII acreditavam na preservação divina como é aplicada às Escrituras que jazem no Texto Hebraico Massorético e no Textus Receptus Grego. Aqueles Fundamentalistas acadêmicos de hoje, que estão seguindo a Crítica Textual moderna estão abandonando a fé de seus pais; ainda assim zombam e menosprezam os Fundamentalistas que estão nos velhos caminhos nesta questão, conforme definição das antigas confissões. O Dr. Edward F. Hills observou que a doutrina da preservação não pode ser nebulosa; é algo real que pode ser traçado através da história e, portanto, é fundamental para estudos textuais, ou não pode ser considerado como um fato. Razoavelmente falando e biblicamente falando, não há meio termo. “Ora, se a providencial preservação das Escrituras não era importante para o estudo do texto do Novo Testamento, então não poderia ter sido importante para a história do texto do Novo Testamento. E se não tivesse sido importante para a história do Novo Testamento, então não deve ter existido. Não poderia ter sido um fato. E se a providencial preservação das Escrituras não fosse um fato, por que a inspiração infalível das Escrituras deveria ser considerada um fato? Por que Deus inspiraria infalivelmente um livro e depois recusaria preservá-lo providencialmente? Por exemplo, por que Deus infalivelmente inspiraria o Evangelho de Marcos e então permitiria (como Warfield achava possível) que o final dele (descrevendo as aparições da ressurreição de Cristo) se perdesse?” CENTRAL BAPTIST THEOLOGICAL SEMINARY [SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA CENTRAL] 1. Edward Glenny, que lecionou no Seminário Central antes de se mudar para outra escola, contribuiu com The Bible Version Debate: The Perspective of Central Baptist Theological Seminary] [O Debate da Versão da Bíblia: A Perspectiva do Seminário Teológico Batista Central] (1997). O artigo de Glenny é intitulado “A preservação das Escrituras”. Considere o trecho a seguir: “A doutrina da preservação das Escrituras foi incluída pela primeira vez em um credo da igreja em 1647. Como dissemos acima, não é uma doutrina que é explicitamente ensinada nas Escrituras, nem é a crença de que Deus tem perfeita e milagrosamente preservado cada palavra dos autógrafos originais em um manuscrito ou tipo de texto. É uma crença de que Deus providencialmente preservou Sua Palavra em e através de todos os manuscritos, versões e outras cópias existentes das Escrituras. […] também nem sequer um só verso na Escritura explica como Deus preservará Sua Palavra, mas não há declaração na escritura de que é possível estabelecer a doutrina da preservação do Texto da Escritura. […] Também é óbvio, a partir da evidência da história, que milagrosa e perfeitamente Deus não preservaria sua palavra em qualquer manuscrito ou grupo de manuscritos, ou em todos os manuscritos” (GLENNY, The Bible Version Debate [O Debate da Versão Bíblica], págs.93,95,99). Glenny declarou sua posição claramente. Ele corajosamente nega que a Bíblia prometa a preservação da Escritura. Ele explica toda passagem que tem sido tradicionalmente citada em apoio à preservação, incluindo Sal. 12.7; 105.8; 119.89, 152,160; Is. 40.8; Mat. 5.18; e Mat. 24.35. Ao mesmo tempo, ele afirma audaciosamente “a crença de que Deus providencialmente preservou Sua Palavra em todos os manuscritos existentes”. Essa é uma posição impossível. Não pode haver “crença” sem uma palavra clara de Deus. “De sorte que a fé é pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rom. 10.17). Se Deus não prometeu explicitamente guardar a Sua palavra, não podemos ter fé no assunto. Nesse caso, os pais da crítica textual moderna estavam corretos ao tratar a Bíblia como qualquer outro livro e aplicando-lhe as mesmas teorias da crítica como fariam às obras de Homero ou a qualquer outro texto não inspirado. Este é o fermento do modernismo teológico, e as Escrituras advertem: “Um pouco de fermento leveda toda a massa” [(Gál. 5:9)]. TENNESSEE TEMPLE UNIVERSITY [UNIVERSIDADE DO TEMPLO DE TENNESSEE] James Price, professor da Tennessee Temple University, trabalhou em parte do Velho Testamento da Nova Bíblia King James, mas ele não crê que o Texto Recebido seja a Palavra de Deus preservada. Os editores da Nova Bíblia King James sugeriram em suas propagandas que reverenciavam a Bíblia King James e seu Texto Recebido e, portanto, tinham como objetivo continuar seu legado, mas os homens que fizeram a tradução realmente creem que a KJV é uma tradução fraca e corrupta, estão comprometidos com o texto crítico grego. Em um e-mail para mim datado de 30 de abril de 1996, o Dr. Price disse: “Eu não sou um defensor do TR. […] Não estou em guerra com as versões modernas conservadoras”. Em outro e-mail, o Dr. Price afirmou que a Bíblia em nenhum lugar explicitamente ensina que Deus preservará as Escrituras. “Talvez alguém possa inferir a Doutrina de preservação a partir de declarações na bíblia, mas o termo explícito ‘preservar’ (ou seus derivados) nunca é usado na versão KJV na redação da Palavra de Deus” (Price, e-mail, 20 de dezembro de 2000). Quer o termo “preservar” (ou mesmo seus derivados) estejam na Bíblia, ou não, não tem sentido para este debate. A questão é: “A Bíblia ensina que Deus preservará as Escrituras?” Quando Price foi desafiado a declarar que Deus não prometera preservar as Escrituras, ele respondeu: “Eu conheço as passagens que inferem a preservação, e creio na doutrina. Eu apenas não acho que a Bíblia declara explicitamente como Deus preservou a Sua palavra.” James Price, portanto, não é tão ousado quanto Glenny ou Schnaiter, mas ele definitivamente lança dúvidas sobre a preservação por sua afirmação de que a Bíblia em nenhuma parte declara ou promete explicitamente preservação. Se a visão de Price está correta e a preservação é apenas implícita ou sugerida, como podemos acreditar que ela é verdadeira? Ele diz que há inferências. Essas inferências são autoritativas para que uma doutrina possa ser edificada sobre elas? Se não, elas não têm significado de um ponto de vista doutrinário. Se as “inferências” são claras o suficiente para construir uma doutrina, então a que total está chegando? Ou Deus prometeu preservar a Escritura, ou Ele não preservou. O que é essa posição estranha, confusa e de meio-termo é essa? De fato, é o produto de um fundamentalista que está tentando manter a Bíblia numa mão e a moderna crítica textual na outra. O Dr. Price quer acreditar na preservação divina de alguma maneira, ao mesmo tempo em que mantém a posição do crítico textual de que nenhum testemunho da preservação cuidadosa do texto é evidente no “registro”. Essas são posições contraditórias e não podem ser mantidas juntas por muito tempo. Eu estimo que muitos dos alunos do seminário de Price serão mais consistentes e rejeitarão completamente a doutrina da preservação, seguindo os passos da maioria dos autores e nomes influentes no campo da crítica textual moderna. Quando os neo-evangélicos começaram a se associar aos modernistas no final dos anos 1940, usando seus livros didáticos, sentados a seus pés em seminários unindo-se a eles em suas denominações, levou apenas uma década para os evangélicos serem infiltrados por visões modernistas e adotar teorias histórico-críticas que estão no cerne do modernismo teológico. Harold Lindsell, um dos pais fundadores do neo-evangelicalismo, admitiu: “Devo lamentavelmente concluir que o termo evangélico foi tão degradado que perdeu sua utilidade. […] Quarenta anos atrás, o termo evangélico representava aqueles que eram teologicamente ortodoxos e que defendiam a inerrância bíblica como um dos distintivos. […] há uma década ou mais ou menos o neo-evangelicalismo […] Estava sendo atacado de dentro para fora aumentando o ceticismo com relação à infalibilidade ou à inerrância bíblica” (HAROLD LINDSELL, The Bible in the Balance [A Bíblia na Balança], 1979, p. 319). Não surpreende ver os elementos mais eruditos do movimento Batista Fundamentalista questionando a preservação, porque muitos deles estão sentados aos pés dos críticos textuais mencionados acima. Os livros de Bruce Metzger e Kurt Aland estão disponíveis nas livrarias e salas de aula de escolas como a Bob Jones University, a Tennessee Temple University, o Central Baptist Seminary e o Detroit Baptist Seminary. Todos os editores do Novo Testamento Grego da United Bible Societies são proponentes da abordagem crítica histórica modernista da Bíblia, mas muitos Seminários Fundamentalistas adotaram este Novo Testamento e as teorias corrompidas e incrédulas subjacentes a ele. Não me surpreende que Glenny, Price e outros que adotaram a Crítica Textual moderna estejam começando a abordar a Bíblia com a mesma atitude naturalista dos pais dessa “falsamente chamada ciência” [(ITim. 6.20)]. Estranhamente, eles estão gastando mais tempo apontando supostos erros na Bíblia, alegando que há erros em todas as Bíblias, e repreendendo os homens que não acreditam que a KJV [e a ACF] contém erros do que defendendo a Bíblia de seus inimigos. Eu digo estranhamente, porque isso é realmente um esforço estranho para homens que supostamente acreditam em uma Bíblia infalível. De fato, é infalível para eles apenas na teoria. A Bíblia adverte que as más conversações corrompem os bons costumes (ICor. 15.33), e isso é exatamente o que aconteceu aos Fundamentalistas que estão sentados aos pés dos críticos textuais. É claro que não admitirão que seguem os críticos textuais, pois professam ser pensadores independentes; mas seus pontos de vista sobre a preservação da Bíblia parecem suspeitamente os mesmos. “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (ICor. 15.33) Traduzido por Ícaro Alencar de Oliveira, em 29 de junho de 2018. Rio Branco, Acre, Brasil. Primeira Edição. Fonte: <https://www.wayoflife.org/database/modernversionsmodernism.html> Todos os Direitos Reservados ao autor e a Way of Life © Copyright 2013. Pr. Ícaro Alencar de Oliveira Publicado em “O Estandarte: Boletim Informativo da Missão de Fé Batista da Promessa”, de 27 Janeiro a 02 de Fevereiro de 2020. Ano 3. Edição 3. Número 62. Texto-bíblico: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lucas 21.24) Leitura bíblica em classe: Daniel 2.31-35; 7.1-7; Apocalipse 13.1-3. Hinos do Cantor Cristão: 108. Chamada Final | 111. Não Tardará | 114. A Vinda do Senhor. A. INTRODUÇÃO. Na profecia bíblica, temos a menção de um vasto período de tempo chamado ‘tempos dos gentios’ que consiste no período em que Jerusalém estará debaixo do domínio de impérios gentios e os judeus se espalharão entre as nações da terra: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Luc. 21.24). No decorrer de todo este tempo foi profetizado que impérios gentios dominarão as nações do mundo, até que este poder fosse destruído pela pedra cortada sem auxílio de mãos (Dan. 2.34-35,44); esta pedra é Cristo (1Ped. 2.4,6,8), que destruirá o poder dos reinos gentílicos na sua segunda vinda (Ap. 19.11,21), para estabelecer o reino milenial e salvar Israel (Ap. 20.1-6). 2. O Sonho da Estátua (Dan. 2). Para descrever os impérios mundiais que dominariam nos “tempos dos gentios”, dois sonhos foram dados, um ao rei Nabucodonosor (Dan. 2) e outro ao profeta Daniel (Dan. 7). O rei sonhou com uma estátua de um homem que tinha: cabeça de ouro, peito e braços de prata, ventre e quadris de bronze, pernas de ferro e pés de ferro misturado com barro, seguido por uma pedra cortada sem auxílio de mãos que feriu nos pés, a estátua, e a derrubou, e esmiuçou (Dan. 2.31-35). 3. O sonho dos Quatro Animais (Dan. 7). Daniel também teve um sonho (Dan. 7.1-3); do meio de várias águas agitadas, quatro animais grandes subiram do mar: O primeiro animal (7.4) era como leão que tinha um par de asas de águia. O segundo animal (7.5) era como o urso, que se levantou de um lado e tinha três costelas entre os dentes. O terceiro animal (7.6) era como o leopardo com quatro asas de pássaro e quatro cabeças. O quarto animal (7.7) era uma besta terrível e espantosa, com dentes grandes de ferro; era diferente dos outros animais e tinha dez chifres. B. A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS.
A interpretação do sonho da estátua (Dan. 2.36-44) e dos quatro animais (Dan. 7.1-7) falam dos dez impérios que dominarão o mundo durante o tempo dos gentios. Na imagem ao lado, vemos a relação entre os dois sonhos: quatro impérios mundiais exercerão domínio sobre as nações da terra, um após o outro; os judeus estarão espalhados entre as nações e Jerusalém permanecerá sob domínio gentio.
QUESTIONÁRIO 1. Em que consiste e qual a duração do período chamado ‘tempos dos gentios’? 2. Qual o significado da cabeça de ouro e do leão? 3. Qual o significado dos peitos e braços de prata e o urso? 4. Qual o significado dos quadris de bronze e o leopardo? 5. Qual o significado das pernas de ferro e pés de barro com ferro e a besta? Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
Publicado em “O Estandarte: Boletim Informativo da Missão de Fé Batista da Promessa”, de 13 a 19 de Janeiro de 2020. Ano 3. Edição 1. Número 61. Texto-bíblico: “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas” (Ap. 17.1) Leitura bíblica em classe: Ap. 17. Hinos do Cantor Cristão: 112. Vencendo vem Jesus | 475. Lutar | 479. Vou à Pátria. A. UMA SÓ RELIGIÃO MUNDIAL. TENDO o propósito de desviar os homens da verdade, quando o Anti-Cristo estabelecer o governo mundial, depois de um processo político repleto de engano (Dan. 11.21), ele se levantará a partir da confederação de países europeus, tendo como sede do governo a “cidade rodeada por sete colinas” (Ap. 15.9,18), referência a Roma, que será capital do império romano ressurgido, chamado de “Grande Babilônia” (Ap. 14.8; 18.3). Junto com o Anti-Cristo, o falso profeta se levantará como um líder religioso que organizará a religião mundial de adoração ao Anti-Cristo; os primeiros três anos e meio serão de falsa paz mundial; isso ajudará as pessoas da época a aceitarem o Anti-Cristo e sua marca (Ap. 13.11-18), inclusive os que ficarem no arrebatamento (Ap. 17.1-6), os quais se dobrarão ao engano do Falso Profeta e ajudarão no estabelecimento da religião única mundial. As Escrituras mencionam as principais características desta religião mundial de adoração ao Anti-Cristo: 1) Negará Deus (2Tim. 3.4-5); 2) Negará Cristo (1Jo. 2.18; 4.3); 3) Negará a Fé (1Tim. 4.1-2; Jd 3); 4) Negará a volta de Cristo (2Ped. 3.3-4); 5) Negará a doutrina verdadeira (2Tim. 4.3-4); 6) Negará princípios morais (2Tim. 3.1-8,13; Jd 18); 7) Negará a autoridade (2Tim. 3.4);[1] Acima, vemos quais são as principais características que evidenciarão a natureza de mentira desta religião mundial. Ela será organizada no hiato deixado pela igreja arrebatada. Todas as religiões mundiais estabelecidas se unirão ao Falso Profeta a serviço do Anti-Cristo; o relativismo[2] será um forte aliado para este tempo. B. A GRANDE BABILÔNIA. 1. Origens de Babel/Babilônia. Babel foi fundada por volta do ano 3.000 a.C. por Ninrode (Gên. 10.9,10), que foi o seu primeiro rei; o nome de seu pai era Cão, amaldiçoado por ver a nudez de Noé, seu pai (Gên. 9.24-29). Em Gên. 11.1-9 lemos a primeira tentativa de se chegar aos céus por esforços próprios. Deus havia ordenado aos homens que se espalhassem pela terra e a sujeitassem (Gên. 9.1); em desobediência a Deus, resolveram levantar uma torre que chegasse ao céu, e não se espalhassem sobre a face da terra; assim, Deus confundiu as línguas e foi por isso que a torre ficou conhecida como Torre de Babel – torre da confusão. De Babel vem a Babilônia, uma religião completamente entregue à idolatria (Jer. 7.18; 44.18; Ez. 8.14). Nas Escrituras, a Babilônia sempre será mencionada como fonte de confusão, de prostituição espiritual, desolação e idolatria e cultos a demônios (Lev. 17.7; 20.6; Ez. 16.17,20). 2. Ascensão e queda da Babilônia. Por volta do ano 800 a.C., a Babilônia se tornou um império mundial, após dominar a Assíria; sob Nabucodonosor, tornou-se a maior cidade em todo o mundo de seu tempo (Dan. 1.5); Daniel profetizou a queda da Babilônia pelos medos e persas, que ocorreu por volta de 600 a.C. (cf. Dan. 5.28,30-31). 3. A Babilônia Religiosa. O livro de Apocalipse foi escrito por volta do ano 96 d.C.; neste livro está profetizada a queda da Babilônia; certamente, não se está falando da queda da Babilônia de 600 a.C, mas na queda da Babilônia religiosa, que consiste na cultura pagã, demoníaca e idólatra; na grande tribulação, a falsa religião levará os homens à adoração pagã e à rebeldia contra Deus, que aceitarão a marca da besta (Ap. 13.18). Uma sociedade religiosa idólatra será estabelecida pelo Falso Profeta, que guiará os homens a adorar ao Anti-Cristo, e é representada pela prostituta (Ap. 17.1,5, 15,16), sendo que a prostituição é idolatria (Ap. 2.14); a grande prostituta está estabelecida sobre o poder político do Anti-Cristo (Ap. 17.4), e o Anti-Cristo é representado pela besta cor de escarlata (Ap. 17.3); tal sociedade religiosa será muito rica (Ap. 17.4) e na sua testa estava escrito “Mistério”; é interessante notar que a verdadeira igreja de Jesus Cristo também foi chamada de “mistério” (Ef. 3.3-6); assim, estamos falando de uma igreja, a falsa igreja fundada pelo Anti-Cristo e proclamada pelo Falso Profeta. 4. Significado e juízo contra Babilônia. Então, o anjo fala a João o significado deste “Mistério”: (v. 8) a besta é um rei (Anti-Cristo); (v. 9) as sete cabeças da besta são sete montes sobre os quais a mulher está assentada – cidade de Roma; (v. 10,12) os dez chifres, são dez reis de dez nações que se unirão a pelejar contra Cristo na batalha do Armagedom (v. 16.17); dentre os dez chifres, um é o Anti-Cristo (Dan. 7.23,24); (v. 15) as águas, são povos, que estarão unidos à prostituta em idolatria e em sua religião demoníaca; entretanto, essas dez nações se levantarão e destruirão a mulher, que é a cidade de Roma e a destruirão (v. 16-18). A destruição é primeiramente anunciada (Ap. 18.1-3) pelo anjo do Senhor e em seguida executada pelos reis confederados. A razão do juízo foi dada: Deus está trazendo seu justo (Ap. 18.4-8): 1) Deus lembrou-se da iniquidade (v. 5); 2) Deus retribuiu em dobro (v. 6); 3) Deus destruiu suas riquezas (v.7,8); assim, toda a terra se lamentará sobre Roma (v. 9-19); mas nos céus, haverá júbilo, pois a causa dos santos e o sangue inocente foram vingados (v. 20-24). Por fim, a cidade será lançada ao esquecimento (v. 21-24). Assim, a Babilônia cairá para sempre! QUESTIONÁRIO 1. Segundo as Escrituras, qual cidade será o centro religioso e político da grande Babilônia? 2. Cite as principais características da religião mundial do Anti-Cristo. 3. Em que consiste a Babilônia Religiosa? Explique. 4. Qual a Babilônia mencionada no Apocalipse? Explique. 5. Por qual meio e quais são os motivos da destruição da Babilônia Religiosa? Explique. Notas: [1] LAHAY, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2011. p. 162. [2] Relativismo afirma que não existe ou não é possível conhecer a verdade; toda verdade é relativa; é apenas um ponto de vista. Ocorre que o relativismo é autodestrutivo, pois: 1) nega que é possível conhecer a verdade enquanto afirma que chegou a compreender que é verdade que não se pode conhecer a verdade. 2) para que o relativismo seja verdadeiro, deverá ser, paradoxalmente, absoluto. Por Dr. Scott Aniol Lembro-me do domingo quando eu dirigia para casa vindo da igreja quando Becky disse: “Uau, acho que consegui ouvir todo o sermão de hoje”. Nossos filhos finalmente atingiram a idade em que conseguiam ficar quietos durante o culto de nossa igreja sem precisarem de cuidados. Agora, “começamos de novo” com mais dois filhos. Não há dúvida de que cuidar dos filhos durante o culto é difícil para os pais, mas estou convencido de que essa é a melhor coisa para os filhos, para os pais e para toda a igreja. Recentemente, um artigo em um blog explicou por que deveríamos “deixar as crianças saírem do culto”. Aqui falaremos sobre porque devemos deixá-las participar: Nós acreditamos no poder transformador |
AutorMISSÃO DE FÉ BATISTA DA PROMESSA tem o intuito de servir a Deus para a expansão do Reino e a divulgação do Evangelho, obedecendo ao ide (Mc. 16:15,16). Arquivos
Maio 2021
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