Muitos grupos religiosos, como os Adventistas do Sétimo Dia e as Testemunhas-de-Jeová, acreditam que quando o homem morre, ele fica inconsciente, não percebendo o que se passa ao seu redor. Para nós evangélicos [bem como os Batistas da Promessa], tirando algumas implicações, essa problemática doutrinária não é tão relevante – sono da alma ou imortalidade. Agora, para os Adventistas e Testemunhas-de-Jeová, devido às suas doutrinas exóticas, isso é realmente uma problemática. Para os Adventistas seria a questão da doutrina do Juízo Investigativo, sem sono da alma essa doutrina fica irreparavelmente quebrada. Para as Testemunhas-de-Jeová é a questão da doutrina do paraíso na Terra, afinal a onde seria o paraíso?
Porém, a Bíblia não ensina a doutrina do “Aniquilacionismo”, vulgarmente chamada de “Sono da Alma”. O fato de que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus (Fl 1.23) mostra que a doutrina do sono da alma está equivocada. Essa doutrina ensina que quando os cristãos morrem, eles entram em um estado de inexistência e que voltarão à consciência somente quando Cristo voltar e ressuscitá-los para a vida eterna.
As Escrituras quando falam da morte como “dormir”, trata-se apenas de uma metáfora usada para indicar que a morte é apenas temporária para os cristãos, como é temporário o sono. Isso é visto claramente, por exemplo, quando Jesus fala a seus discípulos sobre a morte de Lázaro – “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.” (Jo 11.11). Devemos notar que Jesus não diz aqui que alma de Lázaro adormeceu, nem qualquer texto bíblico de fato afirma que a alma de alguém está dormindo ou inconsciente (declaração necessária para provar a doutrina do sono da alma). Em vez disso Jesus diz apenas que Lázaro adormeceu. João prossegue, explicando: “Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. Então pois, Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto” (Jo 11.13, 14). Os outros versículos que falam sobre dormir após a morte são igualmente metáforas que ensinam que a morte é temporária
Já os textos que indicam que os mortos não louvam a Deus, ou que a atividade consciente cessa depois da morte, devem ser entendidos da perspectiva da vida nesse mundo. De nossa perspectiva, uma vez que a pessoa esteja morta, ela não se envolve mais com atividades como essas. Mas o Salmo 115 apresenta a perspectiva bíblica plena sobre essa posição. O texto diz: “Os mortos não louvam ao Senhor (na congregação aqui na terra), nem os que descem ao silêncio.” (parêntese nosso). Prossegue, porém, no próximo versículo com um contraste indicando que aqueles que creem em Deus bendirão o Senhor para sempre: “Mas nós bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai ao Senhor.” (Sl 115.17-18).
A Bíblia mostra que as almas dos cristãos vão imediatamente à presença de Deus e desfrutam da comunhão com Ele ali (IICo 5.8; Fp 1.23 e Hb. 12:23). Jesus não disse: “Hoje já não terás mais consciência de nada que esta acontecendo”, mas sim “hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc. 23:43). Certamente o conceito de paraíso naquela época não era de existência inconsciente, mas sim de existência de grande bênção e de regozijo na presença de Deus. Paulo não disse: “Tenho o desejo de partir e ficar inconsciente por muito tempo”, mas sim “tendo desejo de partir, e estar com Cristo” (Fp. 1.23) — e sem dúvida ele sabia que Cristo não era um Salvador inconsciente, adormecido, mas sim alguém que está vivo, ativo e reinando no céu. Estar com Cristo era desfrutar a bênção da comunhão da sua presença, e é essa a razão por que partir e estar com ele era incomparavelmente melhor. Foi por isso que ele disse: “desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.” (II Co 5.8).
Apocalipse 6.9-11 e 7.9-10 também mostram claramente as almas dos mortos que foram para o céu orando e adorando a Deus: “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma grande multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” (Ap 7.9-10). Todos esses versículos negam a doutrina do “aniquilacionismo” ou “sono da alma”, pois deixam claro que a alma do cristão experimenta comunhão consciente com Deus no céu imediatamente após a morte.