Fonte: http://religiousaffections.org/articles/articles-on-aesthetics/a-catechism-on-judgment-in-worship/
Como devemos adorar a Deus?
Devemos adorar em toda a vida, mas nos foi dito de forma mais explícita adorar a Deus corporativamente através do seguinte:
- Da leitura das Escrituras
- Da pregação das Escrituras
- Do canto de salmos, hinos e cânticos espirituais
- Da oferta de da oração pública
- Da observância às ordenanças
Como conhecemos quais músicas, que tipo de música, que tipo de sermões, quais tipos de orações devemos oferecer a Deus?
Conhecemos através do exercício de um bom julgamento.
O que é um bom julgamento?
No mínimo, é a capacidade de discernir entre o bem e o mal (Heb. 5:14), aprovar o que é excelente (Filip. 1:10), e poder reconhecer o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama, virtude e louvor (Filip. 4:8) – e os opostos a estes. O julgamento também pode ser pensado como discernimento, discriminação, prudência, gosto, ou mais amplamente, sabedoria.
Por que o julgamento é fundamental para a adoração?
1) Para adorar a Deus por Sua excelência, devemos distinguir a excelência da inferioridade, a beleza da feiúra, o bem do mal. Não podemos admirar Deus se não sabemos o que é admirável. Não podemos ver a beleza de Deus se somos pobres ao reconhecer a beleza.
2) Para oferecer a Deus aquilo que lhe é digno, devemos ser capazes de avaliar o valor das nossas ofertas. Deus é digno de nossas melhores ofertas, mas se não podemos discernir o que é vulgar do elegante, acabaremos oferecendo-lhe o que é profano. Somos obrigados a descobrir o que é excelente (Filip. 1:10) e usar tal conhecimento para a glória de Deus. Além disso, como Deus é verdadeiro, nunca devemos oferecer a Deus o que é falso de qualquer forma: falso em declaração ou falso no sentimento.
3) Para responder corretamente a Deus no coração, devemos ser capazes de distinguir entre afeições e julgar o que é apropriado para a adoração. Reconhecer a alegria desordenada da ordenada, distinguir entre a familiaridade e a audácia, entre a alegria exuberante da petulante, entre nuances de alegria, medo, tristeza, requer julgamento.
4) Para entender como uma música, oração, sermão ou outro ato de adoração representa afeição ordenada ou desordenada, precisamos de um bom julgamento. Devemos entender o significado da oração, do cântico, da música ou do sermão e julgar o valor para a adoração.
Não é errado julgar?
Não, o julgamento é âmago de uma vida cristã madura (Heb 5:14). Se você não pode julgar o bem do mal, nunca adora de forma significativa, ou estar protegido contra profanações. De fato, o bom juízo é colocado lado a lado com uma vida santa e frutífera (Rom. 12:1-2, Ef. 5:8-11, Filip. 1:9-11, Col. 1:9-11, ITes. 5:16-22).
O julgamento com orgulho é o que nos está proibido, pois é o mesmo que “pensar o mal” de outro, assumir o pior ou afirmar ser capaz de ler perfeitamente os motivos.
Esses julgamentos não serão subjetivos?
Sim, isso não significa que não serão verdadeiros. Os julgamentos feitos por sujeitos ainda podem se adequar ao bem.
Por que não podemos apenas receber uma lista aprovada de hinos e músicas?
Se todos fizerem nada mais do que enviar a lista para outro, ninguém está aprendendo a julgar, discernir e cantar com entendimento. É bom para crianças e iniciantes confiar nos julgamentos dos outros, mas a consciência deve ser formada com conhecimento e julgamento.
Você tem que ser um crítico literário ou musical para adorar?
Não, porque a todos é ordenado adorar, e isso poderia significar que todos na terra deveriam ser críticos literários. No entanto, não devemos ter medo de aprender com eles.
E sobre oferecer apenas ofertas simples?
Deus ama ofertas simples. Ele não ama as ofertas baratas e vulgares. Discernimento é aprender a identificar a diferença.
Como devemos aprender acerca de fazer julgamentos?
Primeiro, devemos nos comprometer a viver no temor do Senhor, que é o início da sabedoria e da discricionariedade. Nenhum julgamento ou discernimento virá à pessoas irreverentes e impenitentes. Devemos determinar que desejamos reverenciar a Deus, não importa o que isso signifique.
Em segundo lugar, devemos nos comprometer com a piedade de vida. O discernimento vem por causa do uso, na medida em que buscamos conhecer a diferença entre o bem e o mal para aplicação à vida (Rom. 12:1-2, Ef. 5:8-11, Filip. 1:9-11, Col. 1:9-11 , ITes. 5:16-22).
Em terceiro lugar, devemos abraçar a vida averiguada. Ou seja, devemos buscar uma vida na qual nos tornamos pensantes acerca do significado das várias tecnologias, mídias, formas e dispositivos em nossas vidas. Devemos nos tornar pensativos e contemplativos sobre o significado, se quisermos crescer em discernimento. Isso é o mesmo das instruções dos Provérbios de buscar conhecimento, sabedoria e instrução. Devemos prosseguir vigorosamente uma compreensão de Deus, de nós mesmos e do mundo.
Em quarto lugar, devemos nos ancorar na genuína tradição cristã, mergulhando-nos nela, de modo que nos dê uma sensação de discernimento por meio do exemplo e da exposição.
Como posso julgar algo que eu já gosto ou não gosto?
Primeiro, devemos fazer nossos preconceitos explícitos. Se gostarmos ou não de alguma coisa, devemos ter aquilo como verdadeiro.
Em segundo lugar, devemos perguntar por que gostamos do que gostamos ou não gostamos do que não gostamos. Se não tivermos motivos, devemos buscá-los. Entender por que amamos algo é parte do caminho para aprender o que significa e aprender sobre nossos próprios corações.
Em terceiro lugar, precisamos comparar o que atualmente gostamos ou não gostamos com algum padrão do que é bom, ou verdadeiro, ou belo. O que eu gosto não se torna bom em virtude do meu gosto; em vez disso, devo aprender a amar o que é bom. O que eu não gosto não pode ser necessariamente ruim; em vez disso, meu coração pecador pode não gostar das coisas que são verdadeiras. Não devemos defender nossas preferências porque são familiares; devemos aprender a gostar de algo porque é realmente bom e, então, fazer o bem familiar. A santificação é tudo sobre desaprender alguns amores e aprender novos.
Onde devemos obter esse padrão?
O padrão já existe em Deus. Ele é a fonte e o padrão do Verdadeiro, do Bom e do Belo. Na graça comum de Deus, Ele permitiu que os crentes e os incrédulos produzissem obras de imaginação que se adequassem, mais ou menos, à visão de Deus do que é excelente. Portanto, chegamos a conhecer esse padrão na medida em que:
1) Consideramos o que foi amado e apreciado pelo povo de Deus por séculos.
2) Ouvimos as pessoas, que, pela graça comum de Deus, provaram julgamento – pessoas que explicam o significado das obras da imaginação.
3) Comparamos e contrastamos diferentes obras, considerando o que elas estão tentando fazer, como o fazem e se conseguem ou não.
4) Escrevemos poemas, músicas, orações e sermões que sejam verdadeiros, bons e belos para a glória de Deus.
O que devemos fazer com o crescente discernimento?
Devemos eliminar e rejeitar ofertas que banalizam Deus, a humanidade ou a criação. Devemos escolher o bom e o verdadeiro. Devemos aprender a escrever nossa própria apreensões da glória de Deus em poemas, canções, orações e sermões. Devemos adorar a Deus em nossa geração, com nossas palavras. E, no entanto, nossas palavras e obras também devem ser verdadeiras, boas e belas.
Traduzido em Português por Ícaro Alencar de Oliveira. Rio Branco, Acre, Brasil, em 15 de fevereiro de 2018. Primeira Edição.