XXII – A SANTIDADE DE DEUS.
i. Introdução.
Todos os atributos de Deus, estudado até aqui são chamados de “atributos metafísicos” ou “atributos não-comunicáveis” de Deus; eles recebem este nome porque “descrevem a natureza efetiva de Deus”.[1] A partir de agora, estudaremos os atributos e características morais, também chamados de “atributos comunicáveis” de Deus, isto é, os atributos que Ele comunica em certa medida com as suas criaturas.
ii. Definindo o Atributo da Santidade.
É bastante desafiador fazermos alguma classificação do atributo da santidade de Deus, enquanto combina aspectos metafísicos e morais; entretanto, o consideraremos preferivelmente como um atributo moral. Quando afirmamos que Deus é Santo, queremos dizer que Ele está completamente separado de toda a criação e do mal. A Santidade divina está relacionada ao seu zelo (Js. 24.19), à sua exaltação (Sal. 99.9; Is. 5.19); também está relacionada com a sua justiça (Luc. 1.75) e onipotência (Ap. 4.8).
O aspecto mais importante da santidade de Deus está relacionado à separação dele em relação às criaturas; esta separação também é moral, ou seja, a singularidade moral de Deus em relação às criaturas também fica muito evidente (Êx. 15.11; Sal. 78.41; 2Co. 7.1). Segundo as Escrituras, diante de tal verdade, as suas criaturas devem reagir com uma adoração constante ao Criador (1Cr. 16.29; Ap. 4.8). É a santidade de Deus que o distingue das suas criaturas.
iii. Testemunho bíblico sobre a Santidade.
Quando chamou os hebreus que estavam no Egito, Deus os chamou para serem separados dos demais povos pagãos (Lev. 11.44,45; 19.2; 20.7; 21.8). A santidade de Deus o torna distinto das suas criaturas (1Sam. 2.2; 6.20), e uma vez que as coisas são assim, as criaturas de Deus devem estar humilhados diante da Sua santidade e separados em um lugar de adoração a Ele (Sal. 99.5,9).
Ainda segundo as Escrituras, Deus é exaltado em sua santidade (Is. 5.16; 29.23), uma vez que a santidade de Deus o separa de suas criaturas, e exalta a Ele mesmo em relação aos demais seres existentes. Até mesmo o Espírito de Deus é Santo (At. 10.38; Rom. 15.16; 1Co. 16.19; Ef. 4.30; ITes. 4.8). Encontramos nas Escrituras que o próprio nome de Deus é Santo (Lev. 22.2; Sal. 106.47).
Deus jura pela santidade de seu nome (Sal. 89.35); isso ocorre porque não nenhum outro nome santo como de Deus, e como não há outro santo como Deus, quando jurou a Abraão acerca das promessas, o fez por si mesmo (Heb. 6.13).
Até mesmo quanto à sua Pessoa, o seu braço é santo (Sal. 98.1; Is. 52.10); o nosso Deus está assentado sobre um trono santo (Sal. 47.8), e Ele habita em um lugar santo (Is. 57.15). A cidade em que Ele habita é uma cidade santa (2Cr. 30.27; Sal. 46.4; 68.5); esta sua cidade santa está situada sobre um monte santo (Sal. 15.1; 48.1; Ez. 28.14; Dan. 9.20), e no futuro, Deus criará uma nova e santa cidade, na qual habitaremos para sempre (Ap. 21.2,10). Portanto, Ele espera que vivamos hoje uma vida santa (Rom. 12.1; ITes. 4.7); porque ele elegeu uma igreja santa para Si (1Co. 1.2).
iv. Conclusão.
Meditar sobre a santidade de Deus deveria nos fazer estar constrangidos diante do Criador. A expressão “Santo, Santo, Santo”, chamada de triságio, ocorre duas vezes nas Escrituras (Is. 6.3; Ap. 4.8) e esta é uma clara menção à Santidade da Santíssima trindade, que são o único Deus Santo. A Santidade é a essência da transcendência de Deus, e é isto que nos faz admirarmos e estarmos em assombro diante de Sua majestade.
Aproximar-se deste Deus santo certamente nos tirará de nossa zona de conforto, pois a Sua santidade lançará luz sobre nossa devassidão e pecados (Is. 6.5); Isaías constrangeu-se quando recebeu a revelação da glória e santidade de Deus; até mesmo os anjos, que são um pouco maiores do que nós (Sal. 8.5; Heb. 2.7,9), cobriam-se diante da Sua santidade (Is. 6.2); ao revelar-se a Moisés, o próprio Deus ordenou-lhe não aproximar-se da sua presença terrivelmente santa (Êx. 3.4-6).
Vemos o Deus trino revelado, como Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó; também vemos o Deus trino como aquele a quem pertence o templo (Jer. 4.4). Que sejamos santos, nos constrangendo, igual ao profeta Isaías, diante da grandiosa Santidade de Deus.
QUESTIONÁRIO
i. O que significa o atributo da Santidade de Deus? Explique.
ii. Por que a separação é o aspecto principal da Santidade de Deus? Explique.
iii. Como devemos reagir diante da Santidade de Deus? Explique.
iv. Qual o significado do triságio? Explique.
v. O que a revelação de Deus para Isaías ensina acerca da santidade de Deus? Explique.
Notas:
[1] GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. Vol. i. p. 821-829.