Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
Texto-bíblico: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas. (Heb. 8.6).
Leitura bíblica em classe: Jer. 31.31-34; Rom. 11.
Hinos do Cantor Cristão: 85. Cantai Louvores | 89. O Poder do Sangue| 289. Ao Pé da Cruz.
A. Introdução.
POR ministério dos profetas Isaías, Jeremias e Ezequiel Deus prometeu a Israel que faria uma aliança incondicional: “firmarei em verdade a sua obra; e farei uma aliança eterna com eles” (Is. 61.8); esta seria uma Aliança Nova, e estabelecida “Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor” (Jer. 31.32). Por meio desta aliança, Deus se propôs a conceder ao povo pactual um coração inclinado e convertido que resultaria em imensas bênçãos espirituais. Esta aliança está fundamentada na necessidade de um único sacrifício perfeito que proveria redenção ao povo do pacto. Deste modo, o derramamento do sangue do Filho de Deus é o centro de nossa atenção para as bênçãos posteriores da Redenção, por meio de Jesus Cristo, o nosso Senhor. A presença dos gentios e da igreja como recipientes das bênçãos espirituais também são alvo de nossa atenção.
B. O caráter incondicional da Nova Aliança.
A Nova Aliança é de caráter incondicional: “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna” (Is. 24.5); “Porque eu, o Senhor, amo o juízo, odeio o que foi roubado oferecido em holocausto; portanto, firmarei em verdade a sua obra; e farei uma aliança eterna com eles” (Is. 61.8); “Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. E todo o vale dos cadáveres e da cinza, e todos os campos até ao ribeiro de Cedrom, até à esquina da porta dos cavalos para o oriente, serão consagrados ao Senhor; não se arrancará nem se derrubará mais eternamente” (Jer. 31.36,40); “E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.” (Jer. 32.40); “Pelo caminho de Sião perguntarão, para ali voltarão os seus rostos, dizendo: Vinde, e unamo-nos ao Senhor, numa aliança eterna que nunca será esquecida.” (Jer. 50.5).
Observando os seus dispositivos, o cumprimento da Nova Aliança depende unicamente de Deus: “Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jer. 31.33); o aspecto principal desta aliança é a ampliação das bênçãos espirituais prometidas por Deus por meio da Aliança Abraâmica (Ez. 20.37; 37.26), ao prometer conceder aos homens um novo coração (Heb. 9.15; 13.20); esta aliança lida com a redenção do pecado (Heb. 7.22; 8.6), portanto, está relacionada à salvação, que é uma obra exclusiva de Deus; a salvação é monergística. O termo ‘monergismo’ vem do grego mono (‘um só’) e energos (‘energia’, ‘força’), e significa que Deus é a única força a operar no que diz respeito à salvação; Deus é o agente ativo, enquanto o homem é o agente passivo no que diz respeito aos passos necessários na efetivação da Salvação nos três tempos (passado, presente e futuro).
C. O Cumprimento da Nova Aliança.
Toda interpretação consistente das Escrituras deve ser literal; considerando isso, a Nova Aliança também deve ser interpretada desta maneira.
a. O povo com quem esta aliança foi feita. A Nova Aliança foi originalmente dirigida à descendência de Abraão, os hebreus (cf. Is. 59.20,21; 61.8, 9; Jer. 31.31; 32.37-40; 50.4,5; Ez. 16.60-63; 34.25,26; 37.21-28). Portanto, este é o povo original a quem está aliança é dirigida.
b. O tempo de cumprimento da aliança. Desde que a Nova Aliança foi prometida, ela era vista como tendo um cumprimento futuro. Todos os profetas viram-na desta maneira (Is. 55.3; Ez. 16.60, 62; 20.37; 34.25,26; Os. 2.18-20); observando a ordem do cumprimento profético (cf. Jer. 32.37,40, 41, Israel primeiro é reintegrado à terra prometida e em seguir, recebe as bênçãos da Nova Aliança após a vinda de Cristo Jesus (Rom. 11.26,27). A Aliança será desfrutada pelos hebreus no milênio (Is. 11.6-9; Jer. 31.34; Ez. 34.25).
D. A Igreja e a Nova Aliança.
O Novo Testamento deixa claro que, pela fé, a igreja hoje recebe as bênçãos da Aliança Abraâmica (Gál. 3.14; 4.22-31) ao mesmo tempo em que não está cumprindo a aliança. De modo semelhante, a igreja hoje recebe as bênçãos da Nova Aliança, mas não está cumprindo a Nova Aliança. Isso ocorre por causa do adiamento da restauração de Israel após rejeitarem Jesus Cristo como Messias e Rei.
Alguns textos do NT mencionam a Nova Aliança (Luc. 22.20; 1Cor. 11.25; 2Cor. 3.6; Heb. 8.8; 9.15) e outros textos fazem referência a ela (Mat. 26.28, Mc 14.24; Rom. 11.27; Heb. 8.10-13; 12.24). Uma vez que Deus estabeleceu uma aliança de redenção que fossa autônoma, isto é, uma aliança que não fosse segundo o Velho Testamento da Lei – a Aliança Mosaica –, a igreja pôde ser inserida por Deus como parte dos recebedores da promessa de redenção (Rom. 11.11-32), através de Jesus Cristo (Mal. 3.1), que seria o mediador da Aliança (Heb. 8.6; 9.15; 12.24), feita no sangue do Sumo-Sacerdote (Zac. 9.11; Mat. 26.28; 1Cor. 11.25; Heb. 9.15; 10.29), por isso que a salvação vem dos judeus (Jo. 4.22), por causa da união do crente com Jesus Cristo.
A Nova Aliança promete várias bênçãos para todos quantos estão sob tal pacto feito no sangue do Messias (2Cor. 3.6; Heb. 9.15); vejamos algumas delas: “[...] (1) graça (Hb 10.29), (2) paz (Is 54-10; Ez 34-25; 37.26), (3) o Espírito Santo (Is 59.21), (4) redenção (Is 49.8; Jr 31.34; Hb 10.29), (5) a remoção do pecado (Jr 31.34; Rm 11.27; Hb 10.17), (6) um novo coração (Jr 31.33; Hb 8.10; 10.16), e (7) um novo relacionamento com Deus (Jr 31.33; Ez 16.62; 37.26-27; Hb 8.10)”.[a]
QUESTIONÁRIO
1. O que é a Nova Aliança? Explique.
2. Quais as principais evidências de que a Nova Aliança é incondicional? Explique.
3. Com qual povo e quando se dá o cumprimento da Nova Aliança? Explique.
4. Qual a relação entre a Igreja e a Nova Aliança? Explique.
5. Cite as principais bênçãos prometidas por Deus na Nova Aliança.
Notas:
[a] Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. p. 30.