Pr. Ícaro Alencar de Oliveira
A ORDENANÇA DA CEIA DO SENHOR
i. Introdução.
A PRIMEIRA ordenança memorial que estudamos em duas lições foi o batismo em águas; aprendemos a importância de obedecermos a ela da maneira como as Escrituras ordenam que a façamos, além de alguns erros que envolvem o batismo.
Assim como acontece com o Batismo, há muitas doutrinas errôneas relacionadas à Ceia do Senhor as quais deverão ser combatidas pelos Batistas da Promessa, a fim de que a verdade das Escrituras permaneça intacta. É importante seguirmos o exemplo de Cristo na observância da ordenança e do modo bíblico, segundo o próprio Cristo a instituiu e quer que obedeçamos.
ii. A instituição da Ceia do Senhor.
O Senhor Jesus Cristo instituiu a Ceia do Senhor com o objetivo de nos lembrar de sua paixão (Mat. 26:26-28; Mc. 14:22-24; Luc. 22:17-20; ICor. 11:23-26). Cristo é o pão da vida que desce do céu; a sua carne e o seu sangue nos dão a vida eterna (Jo. 6:48-58).
Esta ordenança é chamada pelas Escrituras de Partir do Pão (At. 2:42; 20:7); Comunhão (ICor. 10:16-17); Mesa do Senhor (ICor. 10:21) e Ceia do Senhor (ICor. 11:20).
A Ceia não pode ser chamada de eucaristia pelo fato de que, nas Escrituras não existe tal substantivo, apenas existe o verbo εὐχαριστέω (gr. eucharisteo ‘dar graças’) (Mat. 26:27; ICor 11:24).
iii. O significado espiritual da Ceia do Senhor.
Enquanto o batismo simboliza o início da nossa nova vida em Cristo Jesus, a Ceia do Senhor é a continuação desta vida. É por este motivo que o batismo ocorre uma única vez (pois há apenas um começo da nossa nova vida em Cristo) e a Ceia ocorre diversas vezes (pois é necessário alimento constante para todo o período de nossa peregrinação) enquanto estivermos aqui, como forasteiros em terra estranha (IPed 2:11). Assim disse Jesus: “quem de mim se alimenta, também viverá por mim” (Jo. 6:57).
A Ceia do Senhor consiste na solene participação do pecador regenerado em Cristo Jesus, e que pelo novo nascimento é capaz de participar do alimento de Deus para Seu povo, o pão e o vinho que é o corpo e o sangue do Senhor Jesus Cristo, depois de ter sido batizado.
iv. Os elementos da Ceia do Senhor.
Atualmente se repete o mesmo erro que ocorria na igreja dos Coríntios (ICor. 11:17,21-22,34). Em muitas das igrejas dos nossos dias, a ceia do Senhor já se tornou banalidade e vários outros elementos são inseridos na cerimônia. Além disso, muitos têm participado indignamente da Ceia, o que as Escrituras sempre combatem (ICor. 5:11). Uma vez que a Ceia pertence ao Senhor, a igreja não pode assumir uma postura de dona da Ceia. Por outro lado, a igreja não pode
Em algumas igrejas, na hora da ceia há vários outros alimentos inseridos, e não apenas o pão e o cálice; alguns acreditam que a ceia do Senhor é um jantar em que os crentes se reúnem para comerem vários alimentos diversos, reunidos.
Mas segundo as Escrituras, há apenas dois elementos desta ordenança memorial e solene da ceia do Senhor: o Pão, que é o corpo, e o Cálice, que é o Seu sangue. Quanto ao jantar que insistem em chamar de “ceia do Senhor”, Paulo disse: “De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor. Mas se algum tiver fome, coma em casa” (ICor. 11:20,34)
v. Visões errôneas dos elementos da ceia do senhor.
Segundo os Católicos e os Reformados, esta ordenança é sacramento, e transmite graça àquele que comunga. Entretanto, as Escrituras ensinam que esta ordenança é “em memória de mim [Cristo]” (Luc. 22:19; ICor. 11:24).
Os católicos afirmam que a hóstia torna-se o corpo de Cristo nas mãos do sacerdote e o cálice torna-se o sangue literal; a este conceito dá-se o nome de transubstanciação, por meio de uma interpretação errônea de Jo. 6:53-58.
Entretanto, lemos nas Escrituras que a ceia é também chamada de mesa do Senhor (ICor. 10:21); portanto, ao partirmos o pão, estamos participando da Comunhão do corpo simbolizado pelo pão partido (ICor. 10:16-17); isto não significa que Deus veja a necessidade de realizar milagre e que as substâncias envolvidas transformem-se noutra coisa que não aquilo que são.
vi. Conclusão.
O ensino falso torna os adeptos da transubstanciação culpáveis, pois lemos em Heb. 6:6 que eles “de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério” se de fato o sacrifício de Cristo é repetido na eucaristia romanista; a estes, dizem as Escrituras que “é impossível que [...] sejam outra vez renovados para arrependimento” (Heb. 6:4,6).
Os outros dois erros Reformados, tanto o da Consubstanciação (de Lutero) quando o da Graça Inerente (de Calvino) negam que o pão e o cálice transubstanciem-se; em contrapartida, afirmam que são sacramentos e transmitem graça ao que comunga. Lutero afirmava que de alguma maneira o pão e o cálice tornavam-se o corpo de Cristo; já Calvino afirmava que ao participar do rito da Ceia do Senhor, o comungante recebia “certa graça”.
No entanto, sabemos pelas Escrituras que “Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (IPed. 3:18); as Escrituras nos ensinam que participamos da Comunhão do corpo e do sangue do Senhor em memória dele, não em transubstância ou consubstância dele (Luc. 22:14-20; ICor. 11:23-25).
QUESTIONÁRIO
i. Quem instituiu a Ceia do Senhor? Explique.
ii. Qual o significado da Ceia do Senhor? Explique.
iii. Quais os elementos da Ceia do Senhor? Explique.
iv. Mencione e explique brevemente três ensinos errôneos relacionados com os elementos da Ceia do Senhor.
v. Por que a Ceia é uma ordenança memorial? Explique.