OS BATISTAS DA PROMESSA E O DÍZIMO
Hoje em dia, não poucas igrejas e cristãos têm abraçado uma heresia de que o dízimo não é para os cristãos. Segundo estes, o dízimo é um princípio que veio com a lei de Moisés, e que, pelo fato de Cristo Jesus ter obedecido toda a lei e após isso, ter estabelecido o tempo da graça, seria tentar remendar pano velho com tecido novo, ou despejar vinho novo em odres velhos. Entretanto, veremos abaixo que o dízimo é um princípio bíblico anterior à lei de Moisés, e sendo um princípio observado pelos patriarcas, desde Abraão, segue-se que, sendo nós também herdeiros desta promessa, e Cristo sendo nosso sacerdote, devemos-lhe dar os dízimos de tudo. Abaixo, estão as razões pelas quais os Batistas da Promessa, com muita alegria no seu coração, dão os dízimos.
Antes de mais nada, o princípio para darmos os dízimos, amados irmãos, não é o texto de Malaquias 3:10, pois ali, a mensagem era dirigida aos sacerdotes de Israel que não estavam obedecendo à lei de Deus, quebrantando os mandamentos santos do Senhor. Entretanto, igualmente errôneo é afirmar que o Novo Testamento nada fala concernente ao dízimo. Vejamos então:
1- Abraão deu o dízimo ao Rei de Salém, Melquisedeque, (Gênesis 14:18-20); à luz do Novo Testamento, Melquisedeque é uma tipologia de Cristo (Hebreus 7:1-4), assim, é como se Abraão houvesse dado os dízimos para o próprio Cristo.
2- Jacó deu o dízimo a Deus, como cumprimento de seu voto (Gênesis 28:20-22).
3- Abraão, Isaque e Jacó, viveram na dispensação dos Patriarcas, portanto, o dízimo não é princípio da Lei, como muitos afirmam, mas dos herdeiros da promessa de Abraão, portanto, dos crentes da dispensação da graça;
4- Com a lei de Moisés, o costume do dízimo foi apenas "normatizado", ou seja, já existia entre o povo, mas ele foi relembrado por Deus na Lei de Moisés; o dízimo do tipo da Lei de Moisés, de fato cessou junto com a Lei de Moisés, que Jesus substituiu pela Graça (Romanos 10:4).
5- O fariseu, nos tempos de Jesus, achava que a obediência à lei, o jejum, e o dízimo, o fariam ser merecedor da salvação; Jesus condenou a hipocrisia dele, nada, porém, contra o dízimo (Lucas 18:11,12).
6- Em 1 Coríntios 161-3, Paulo orienta os irmãos em Corinto, que "No primeiro dia da semana [domingo] cada um de vós ponha à parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam coletas quando eu [Paulo] chegar" (v.2); ora, por qual razão Paulo estaria tão preocupado em que os irmãos separassem ("ponha á parte") uma quantia que fosse correspondente aos ganhos deles, como vemos em "o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade"? Certamente, Paulo está visando uma quantidade determinada, de acordo com os ganhos de cada um, a saber, a décima parte, como era costume que os cristãos aprenderam com os primeiros crentes, pois somos herdeiros das bênçãos de Abraão, dentre elas, de poder dar o dízimo (Gálatas 3:6,9,29).
7- Por fim, ao lermos Hebreus 7:4-6 no qual lemos: "Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão. Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas." Ora, este versículo mostra-nos que:
a) Se Abraão deu o dízimo de tudo para Melquisedeque e Melquisedeque é símbolo, ou um tipo de Cristo (Hebreus 7:1-3), então o Patriarca Abraão deu o dízimo de tudo para o próprio Cristo;
b) Cristo Jesus é sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 7:15-17); assim, devemos dar a este sacerdote [Jesus Cristo] os dízimos de tudo, pois, se somos herdeiros das Promessas de Abraão, e Melquisedeque é um tipo de Cristo, "Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos"(Hebreus 7:4).
Por tais razões, pelo fato da igreja ser o corpo de Cristo (Romanos 12, 1 Coríntios 12 e Efésios 4), e Cristo ser o nosso sacerdote para sempre (Hebreus 3:1), daremos com muita alegria os dízimos, não segundo o princípio de Malaquias 3:10, mas de acordo com o princípio do sacerdócio de Jesus Cristo segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 7).
"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." (2 Coríntios 9:7).